Epílogo

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                                                -DOIS ANOS DEPOIS | SETEMBRO-

Corri pela minha sala, procurando o outro téni azul. Até então, eu nunca tinha sido capaz de vestir-me, lavar os dentes e calçar-me em menos de dois minutos.

“Ashton?” Chamei, a minha voz foi abafada pela pasta de dentes que tinha dentro da boca. Um pouco mal-humorada, voei para dentro da casa de banho para a cuspir antes de voltar a falar.

“Ashton!” Disparei de novo, mais alto desta vez. Eu digo, vá lá, é um apartamento com dois quartos, quão difícil poderá ser para ele ouvir-me?

“Estou acordado! Jesus, estou acordado!” Ouvi-o disparar de volta. Oh, é isso mesmo; é difícil uma pessoa ouvir-me quando está a dormir.

“Cristo.” Ouvi a sua voz novamente e quando me virei, vi o Ashton apenas de boxers encostado à porta, os seus olhos ainda fechados e as suas mãos sobre a cara como se estivesse com medo do sol. As vezes eu não conseguia acreditar que iria casar-me com este rapaz.

“Para quê tanto barulho?” Ele murmurou enquanto eu me atirava para ele e beijava a sua bochecha, alguém que o conseguia sempre acordar.

“Onde está o meu ID?” Perguntei, por um momento observei-me no grande espelho do corredor, mas depois lembrei-me que não tinha tempo para me trocar. Eu realmente esperava que a escola aceitasse jeans… ugh, não foi assim que imaginei o meu primeiro dia de trabalho.

“Bebé, não precisas de-“

“Ash, a escola fica a dez minutos daqui e eu preciso de lá estar em quinze minutos. Raios eu preciso do meu ID.”

Olhei para ele pelo espelho quando ele suspirou e agarrou em algo no topo do frigorífico, o que reconheci ser o meu ID. Hm, as vantagens de ter um noivo alto.

“Boa sorte.” Ele disse quando o esticou para mim e pus-me em biquinhos dos pés para lhe dar um beijinho, afastando-me antes que ele começasse a pensar em responder.

“Fiz-te ovos mexido e chá e se ainda ficares com fome, acho que sobrou alguma esparguete de-“

“Babe.” Senti as suas mãos no meu pescoço e beijou-me o topo a testa. “Eu vou ficar bem. E tu vais chegar atrasada.”

“Certo.” Murmurei, mais para mim do que para ele. Peguei nas minhas chaves e depois de finalmente encontrar o meu outro sapato, dei um último beijinho ao Ashton antes de sair.

“Adeus babe!” Disse, já no corredor, e nem esperei pela sua resposta pois corri escadas a baixo, tentando chegar ao meu carro o mais rápido possível. Boa coisa a do Ashton ter-me feito ir correr com ele; eu não estou a brincar quando digo que fiquei mais rápida desde o ano passado.

Tentei destrancar rapidamente a porta, mas como sempre, eu tinha de revirar as chaves umas quantas vezes até a por na fechadura. A mesma coisa aconteceu quando tentei ligar o carro; porquê é que as coisas acontecem mais devagar quando eu estou com pressa?

A viagem até à escola secundária onde trabalhava como professora de Inglês, foi bem silenciosa. Eu não liguei o radio nem nada; os meus pensamentos era quem criava todo o barulho.

E se os meus colegas forem presos e não me aceitarem por causa de eu ser nova?

E se as crianças forem más e não fizerem aquilo que lhes digo?

E se eu não faço nenhuns amigos lá?

Fechei os olhos por um segundo; era estupido pensar em fazer amigos quando eu ainda nem tinha começado a trabalhar lá. Até agora, eu conhecia o diretor e apenas uma rapariga, bem, uma mulher de facto, que la estava quando fui à procura de trabalho. Renee era o seu nome, ela ensinava Geografia, e era simpática… mas e se o resto não for como ela? Eu só podia esperar que fossem. O que eu percebi nos últimos anos a viver em Londres, é que as pessoas da cidade eram diferentes das pessoas da minha pequena cidade. E não particularmente de uma boa maneira.

Drama Class (Louis Tomlinson) | PortuguêsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora