14: eu disse sim

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harry


Aquilo não ia durar.

Era a única certeza que eu tinha enquanto nos guiava de volta para a fazenda.

Eu não sabia o que pensar sobre o que tinha acontecido no lago, não sabia por que, mesmo depois de passar a tarde toda beijando aquela boca, tudo o que eu conseguia pensar era em beijar Melissa de novo. Não sabia por que eu a queria tanto ou por que a ereção não resolvida nas minhas calças não me parecia um sinal de frustração.

Eu não tinha a reposta para nenhuma dessas perguntas, mas eu sabia que, seja lá o que fosse aquilo entre mim e Mel, não ia durar.

Nunca durava, não quando eu estava envolvido.

Logo eu diria algo errado, faria algo estúpido e daria voz para as incertezas que eu sabia que estavam consumindo a garota por dentro a cada passo que dávamos.

Não demoraria para Melissa repensar o que fizemos. Arrepender.

Eu não fazia o tipo inseguro, não era sobre eu pensar que não era bom o suficiente. O gosto dela na minha língua e o cheiro doce nos meus dedos não me deixavam esquecer de como ela tinha se contorcido nos meus braços, como tinha se entregado.

O problema não era o que eu a fazia sentir com o meu corpo.

Mas quem eu queria enganar? O cara ferrado com a garota quebrada... Não precisava ser um gênio para saber que dois estragados não daria nada de bom.

Por mais que eu sentisse que estava chegando mais perto da menina por trás da máscara, eu ainda não sabia dizer quem ela era realmente. O que ela queria. O que queria de mim. E eu sabia que Melissa tinha a mesma frustração comigo.

Hoje foi um grande passo entrando naquele lago... Ela confiou. Mas e agora?

Quanto tempo até ela perceber em quem estava confiando?

Senti seus olhos em mim por um instante, me estudando. Ela suspirou quando chegamos aos poucos degraus da casa de madeira e me perguntei se ela estava tendo o mesmo dilema interno que eu.

Eu não sabia quanto tempo ia durar, não sabia se teríamos outro dia a nosso favor, e definitivamente não estava pronto para me despedir de Mel. Então resolvi roubar mais alguns minutos dela para mim, antes que ela se desse conta que eu não a merecia.

Segurei o pulso de Mel quando ela ergueu a mão para a maçaneta. Ela ofegou quando a prensei sobre a porta fechada, me encarando com olhos arregalados e lábios partidos.

Franzi o cenho, pondo-me sobre ela. Abri a boca, mas não tinha ideia do que dizer. Eu não conseguia explicar. Então fiz o que aprendi a fazer de melhor: beijá-la.

Melissa arfou na minha boca, mas não demorou a me corresponder. Seus braços passaram pelo meu pescoço e seus dedos embrenharam em meus fios ainda molhados. Ela fechou os olhos e deslizou a língua suave e quente na minha.

Mal percebi que a estava segurando pela cintura, mantendo-a prensada contra o material de madeira. Só me dei conta de que estava apertando quando Mel fez um som dengoso nos meus lábios, a respiração ofegante me atingindo em cheio.

Abri os olhos enquanto ainda a beijava, buscando entender que efeito era aquele. Por que ela? Por que agora?

A sensação me agradava e incomodava ao mesmo tempo. Eu não gostava daquilo. Não gostava de estar gostando tanto.

Fuck Me [HS]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora