Deixei-o mesmo ir assim tão longe? Tão chegado a mim? Como é que isto aconteceu? Eu nunca deixei um rapaz aproximar-se assim tanto de mim, há exceção de namorados. Mas o Louis e eu nem estávamos próximos de sermos namorados. Nunca seremos. Porquê é que fiz isto a mim mesma?

Foi quando percebi o quão fraca estava. Eu deixei-o fazer aquilo que quis, e eu segui-o cegamente. Como se eu não soubesse a pessoa que ele era em relação a raparigas. Eu não sei nada sobre as suas “relações”, tudo o que sei é que ele já esteve desta maneira com outras raparigas; iludi-las o suficiente para que pensassem que eram importantes para ele e se esquecessem de como ele era. E agora há uma leve possibilidade de ele ter conseguido aquilo que queria, quero chorar. Eu realmente quero chorar, eu odeio-me por isto. Por ter sido tão fraca, carente, e outras 600 coisas parecidas. Sentia-me como se alguém me tivesse batido com uma pá na cabeça e trazido de volta à realidade. Cruel, cruel realidade.

Suspirei pesadamente, esfregando os olhos para limpar as lagrimas que se começaram a formar. Levantei-me devagar e olhei-me no espelho. O meu cabelo estava uma desgraça, a minha cara estava uma desgraça. A única coisa que me fazia sentir melhor era o facto de eu estar completamente vestida como na noite passada. Secalhar não fomos assim tão longe. Talvez apenas tenhamos dormido na mesma cama.

Mesmo assim, não foi como se me tivesse um pouco melhor. Na verdade, deixou-me bastante melhor mas não era bom. Não era nada bom, nem um bocado.

"Lorena?” Eu estava perplexa quando o Louis de repente bateu à porta. Oh não, ele ainda cá estava. O que é que as pessoas vão pensar quando nos virem sair?

“Lorena? Estás bem bebé?” Ugh, para de dizer essa palavra, estou a começar a ficar alérgica a isso.

Respirei fundo assim que me endireitei e ajeitei as minha roupas com um olhar de determinação. Eu tenho de acabar com isto enquanto ainda consigo. Eu sei que consigo, eu apenas… tenho de o fazer.

Voltei-me e destranquei a porta lentamente. Estava nervosa, eu nunca tinha despachado um rapaz depois de ter passado a noite com ele. Deus, isto soa tão mal.

Abri a porta e rapidamente encarei o olhar assustado de Louis. Ele olhou-me por um segundo, observando a minha cara, antes de falar.

“Estás bem?” A sua voz era surpreendentemente séria, como se ele estivesse mesmo preocupado. Não Lorena, não deixas a sua expressão fofa tirar-te a coragem!

“Louis, uh…” Eu não sei como o dizer de maneira simpática, sem que ele pensasse que tínhamos feito algo de mal porque ele não o fez, ele realmente não o tinha feito. Pelo contrário, ele era maravilhoso. E era isso mesmo que me estava a aterrorizar.

“O quê? O que se passa amor?” Ele ia tocar-me na cara mas eu rapidamente desviei a sua mão. Eu precisava de me manter forte e não deixar que ele me amolece-se.

Louis foi obviamente apanhado de surpresa, olhando para mim espantado. Bem. Não havia duvida nenhuma que ele pensou ter feito algo de mal.

“Lorena o que é que se está a passar?” Ele perguntou-me claramente determinado por saber a resposta. Eu, não sabia como dizer isto, apenas tenho de o dizer.

“Louis tu… tu precisas de ir embora.”

Havia aquele olhar espantado na sua cara outra vez. “O q-quê? O quê?!”

“Eu preciso que vás embora.” Eu disse e desviei o olhar do dele; o olhar dele estava-me a partir aos pedaços. Deus, porquê é que ele tem este efeito em mim?

“Lorena eu…” Ele arrastou. Francamente, eu também não saberia o que dizer.

“Tu… precisas de ir embora.” Porquê é que não consigo dizer outra coisa?! Cristo!

“Porquê?” Ele perguntou, tristeza era notavel na sua cara.

“Porque eu…” porque o quê? És perfeito de mais? Por amor de Deus, porquê é que estás a fazer com que isto seja tão difícil?

Suspirei já frustrada. “Louis eu só preciso de ti fora daqui esta bem? Apenas vai.” Disse firmemente e comecei a empurra-lo para a porta. Ele, no estado de choque que estava depois do que lhe disse, deixava-me empurra-lo até à saída, a expressão de choque não saiu da sua cara. Só que quando eu estava prestes a fechar a porta na sua cara, ele colocou o pé para impedir que acontecesse. Raios. Estava quase.

“Lorena não podes fazer isto, apenas diz-me que merda é que se está a passar!” Ele disparou pela abertura da porta que o seu pé tinha criado. Suspirei pesadamente, eu não lhe queria dizer a verdade.

“Tens de ir embora, é isso que se passa” Disparei de volta e empurrei a porta com mais força mas o seu pé ainda lá continuava. A sério? Não lhe estava a doer?

“Lorena eu não vou embora até me dares um explicação!” Ele gritou e eu suspirei novamente, ainda mais frustrada. Porquê é que se importa tanto? É a primeira vez que ele foi expulso do quarto de uma rapariga?

“Não consigo falar sobre isso agora.” Eu disse enquanto pensava em algo que o fizesse ir embora.

“Apenas deixa-me entrar, sim? Vamos falar, seja qual for a merda de problema, por amor de Deus!” Ele disparou e eu tinha a certeza de que quem estivesse no corredor estava especado a olhar para ele, talvez até a filmarem o que estava a acontecer. O pensamento fez-me rir por dentro, mesmo que eu queira chorar por fora.

“Não Louis, agora não! Apenas deixa-me em paz por favor- ow!” Disse assim que o Louis tirou brutamente o seu pé e eu fui contra a porta. Wow. Mas que idiota.

“A conversa não acabou aqui Lorena Cloe!” Louis gritou. Uns segundos depois ouvi-o gritar, “Mas para onde é que vocês estão a olhar caralho?” confirmou bastante as minhas duvidas de que toda a gente estava a olhar para ele.

Garanti que trancava a porta antes de voltar para minha cama.

Suspirei assim que cai na cama, e encarei o teto enquanto pensava. Fiz mal em tê-lo expulsado? Provavelmente não. Este não será mesmo o fim da conversa? Conhecendo-o, de certeza que não. Agora eu só tenho de ter cuidado quando estiver ao pé dele. Iria provavelmente sentir-me da mesma maneira de quando lhe dei uma chapada por me ter beijado. Só que desta vez, era eu quem iria implorar por desculpas. Algo que, de certeza, não iria fazer.

*******

Louis POV

“A conversa não acabou aqui Lorena Cloe!” Gritei. Só havia apenas um pensamento na minha cabeça; Mas que caralho? Tipo, o que é que acabou por acontecer? Numa noite ela estava a pedir-me para ficar com ela e na manhã seguinte expulsa-me? Sem nenhuma razão?

Eu não percebi nada. Recuso-me a acreditar que ela me pediu para ficar por causa da merda do açúcar que tinha no sangue, não, tem que ser por outra coisa qualquer. Tem que ser.

Lentamente me virei e vi que toda a gente naquele corredor olhava para mim. E ainda tinham os seus olhos e boca aberta, e tentavam não rir; cerca de 50 pares de olhos estavam pousados em mim.

“Mas para onde é que vocês estão a olhar caralho?” Disparei com a raiva ainda a borbulhar, rapidamente desci as escadas do prédio.

Quando a Lorena me pediu para passar a noite com ela, este final nem me passou pela cabeça. Se alguém me disse-se que ela me iria expulsar do seu dormitório depois de eu cantar para ela e ainda me oferecesse milhares de libras para acreditar, eu não o faria. Nem num milhão de anos eu acreditaria se alguém me disse-se tal coisa.

E eu continuo sem acreditar que isto aconteceu mesmo, mesmo depois de ter feito o caminho da vergonha com 50 pessoas a olhar para mim. O problema era, eu não queria acreditar. Eu recusava-me a acreditar que isto não significava nada para ela. Eu nem sei porquê é que me importava tanto.

Ok, isso é a porra de uma grande mentira.

Eu sabia exatamente o porquê de me preocupar tanto.

Eu… gostava dela

Eu gostava para caralho da Lorena Cloe.

Drama Class (Louis Tomlinson) | PortuguêsWhere stories live. Discover now