Será que é verdade o que dizem? Existe amor à primeira vista? Se for, então não escolhemos por quem nos apaixonamos, simplesmente acontece quando nossos olhos se encontram pela primeira vez. Foi assim que aconteceu naquela noite de lua cheia; o lob...
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Boa Leitura ❤
Narrador Neron
É incrível como as pessoas mudam o seu foco, seus desejos tão facilmente, todos na escola passaram o último mês inteiro falando sobre o baile e agora que já passou não param de falar do parque de diversões que chegou a cidade a algumas semanas; acho que faz parte da adolescência sempre arranjar um motivo para festejar, sair com amigos e claro se embebedar.
No meu caso eu possuía outros interesses neste parque, como por exemplo o panfleto deixado com o ursinho de pelúcia, uma pista de onde poderia encontrar o meu ladrão de livro de feitiços. Na saída da escola havia um homem entregando os panfletos de desconto, panfletos idênticos ao que eu já possuía. Jonathan me convidou para ir ao parque com ele e seus amigos, parece que Alex queria levar Pedrinho a parque agora que já havia recebido a permissão médica; era como se o próprio universo quisesse que eu fosse ao parque, mas é claro que não poderia ignorar meus instintos que me avisavam do perigo.
A primeira coisa que fiz assim que cheguei em casa foi tomar um longo banho, uma das desvantagens de se estudar durante as manhãs é que o seu dia já começa cansativo. No entanto era como se o banho me relaxasse e levasse todo o estresse embora, como se minha mente esvaziasse. Enquanto lavava o meu cabelo senti uma forte dor em todo o meu corpo, meus músculos enrijeceram e cai no chão do banheiro, à cada gota de água que cai sobre a minha pele sentia que estava sendo rasgado, era como se estivesse tomando um banho de agulhas. Aos poucos ela foi diminuindo e a minha respiração antes ofegante foi voltando ao normal, quando achei que as coisas estavam melhorando meu nariz começou a sangrar muito, me senti como uma garota que acabara de menstruar pela primeira vez.
—MESTRE! —Gritou Karasu entrando no banheiro, acho que havia arrombado a porta.
Não consegui dizer uma palavra, meu corpo tremia a cada tentativa, apenas via a poça de sangue aumentar cada vez mais ao meu redor sem que eu pudesse fazer nada. Karasu desligou o chuveiro rapidamente e me pegou no colo, minha tremedeira continuava mas aos poucos consegui dizer algumas palavras de vagar:
—Não...conte...a....ninguém. —Não queria que Jonathan e Serafim soubessem do que tinha acontecido, pois eu sabia o que aquilo significava, meu tempo estava acabando; os três messes que Medusa havia falado, mas parece que está passando mais rápido do que imaginava. Karasu estava preocupado, como se olhasse para uma bonequinha de porcelana quebrada, era exatamente este o olhar que queria evitar.
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Já eram quase sete horas e estava sentado na sala de estar esperando por Jonathan, peguei o bilhete de entrada no meu bolso enquanto me lembrava das pichações das paredes, que ainda estavam lá mas embaixo de todas as camadas de tinta. Fiz com que o papel começasse a pegar fogo, queimando meu medo junto com ele. Inicialmente iria ao parque para descobrir quem estava por trás do ataque, mas agora queria apenas me divertir. Esmaguei o papel ainda em chamas em minhas mãos e logo em seguida a campainha tocou.
