O Bote da Serpente

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No centro do salão estava o maior dos habitats, dentro daquele espaço havia uma árvore com uma enorme serpente branca enrolada no tronco, devia ter uns cinco metros ou mais. Porque será que não nos falaram sobre ela? Eu a olhava enquanto ela seguia meus movimentos, até parecia sorrir para mim. Jonathan parecia extremamente assustado com aquela cena, ficava alguns metros de distância da divisória de vidro, até disse que era melhor sairmos dali; estava quase borrando as calças. Sem que percebêssemos algumas cobras começavam a aparecer rastejando pelo chão, saindo dos cantos escuros do salão, pareciam estar preparadas para dar o bote. Uma cobra do tamanho do meu braço apareceu do nada e atacou Jonathan que tentou se proteger com o braço, mas a cobra acabou se enrolando no mesmo, cravando os dentes em sua pele desprotegida.

-O que está acontecendo aqui? -Jonathan usou suas garras para gravá-las na carne da serpente, tirando-a força de seu braço. -É por isso que eu odeio cobras.

-Eu não sei, mas agora precisamos dar um jeito no seu braço.

Nunca fui bom com feitiços de cura, e evitar que o veneno de uma cobra se espalhasse pela corrente sanguínea de alguém era bem complexo. Enquanto minha atenção estava no braço de Jonathan ouso o ranger de uma porta se abrindo, me viro para aonde estava a serpente branca e não a vejo mas no mesmo lugar, antes que pudesse pensar em algo a vejo vindo em nossa direção; provavelmente devem ter se esquecido de fechar a porta do habitat. O ferimento no braço de Jonathan parecia estar piorando, e ver um homem como ele entrando em desespero me deixava ainda mais preocupado, Jonathan devia ter fobia à cobra.

-ANGUIS PERDERE.

Conjurei um feitiço que matava cobras, fazendo com que se desintegrassem em uma fumaça negra, o cheiro não era nem um pouco agradável por sinal. A serpente branca se aproximava cada vez mais, se enrolando de uma forma que conseguisse "ficar em pé", ela não parecia ser uma serpente comum, tinha algo estranho em seus olhos amarelos, ela estava simplesmente me observando, como se estivesse esperando para ver o que eu faria em seguida.

-Haaaa desgraçado.

Jonathan parecia estar sentido muita dor, mal conseguia se manter em pé. A serpente começou a rastejar em círculos ao nosso redor, como se estivesse brincando com a presa. Com certeza ela não era normal, era guardião de um feiticeiro; tudo o que estava acontecendo era obra de algum feiticeiro brincando com a nossa cara, mas Jonathan estava machucado e aquilo já havia passado dos limites.

-Eu agora ordeno que desapareçam seres covardes. KARETO OKISUMORA.

Eu não sabia que tipo de feitiço era aquele que eu havia conjurado, eu apenas fiz. Levantei meu dedo indicador para o alto e chamas negras se espalham em espiral, queimando as escamas da serpente, fazendo com que agonizasse de dor, indo embora em seguida; eu teria ido atrás para saber quem era o responsável por aquilo, mas Jonathan precisava de ajuda, além do mais uma serpente daquele tamanho não iria muito longe ferida daquela maneira.

-Ei o que aconteceu vocês? Estão bem? -Perguntou um funcionário do zoológico vindo até nós, se ele tivesse chegado uns segundos antes teria visto toda aquela cena.

-Por favor ajude ele. -Disse tentando apoiar Jonathan em meus ombros.

Inventei para o funcionário uma desculpa qualquer que uma das cobras havia escapado do seu habitat e mordido Jonathan de surpresa, ainda bem que eu tenho uma imaginação fértil. Jonathan foi levado para a enfermaria para que retirassem o veneno e recebesse o antidoto adequado, me faziam perguntas o tempo inteiro de como aquilo tinha acontecido. Eu já estava cansado de tantas perguntas então manipulei suas mentes com memorias falsas, fazer isso até era bem simples quando não ocorriam conflitos de memória, mas como não havia presenciado nada não seria um problema. Decidi ficar esperando por Jonathan sentado em uma em uma espécie de sala de espera; ai como essas cadeiras são desconfortáveis.

O Corvo e o Lobo - Amor E Magiaحيث تعيش القصص. اكتشف الآن