A Rosa que Bebia Sangue

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Narrador Neron

Passamos alguns minutos observando toda aquela cena de devastação e depois fomos nos habituando aos poucos. Serafim sugeriu para que ligássemos para a polícia mas Charlotte e eu sabíamos que aquilo não parecia ser um caso policial, pelo menos não dos humanos, aquilo era um caso para a Ordem, pois todas as defesas que Serafim costuma colocar para proteger a casa estavam quebradas, como escudos e barreiras de energia. Claramente procuravam por algo, parecia que a casa tinha sido virada de cabeça para baixo. Mostrei a Charlotte o ursinho de pelúcia e o ingresso de entrada do parque de diversões, ela o pegou com os olhos arregalados e o observou por vários segundos, Charlotte parecia saber com quem estávamos lidando. Perguntei se ela sabia do que aquilo se tratava e ela não negou apenas disse que era algo confidencial, aquela frase deixou Serafim muito preocupada, até mesmo perguntou se aquilo tinha alguma coisa haver com Medusa, mas novamente Charlotte não negou, apenas disse que deveria se acalmar pois não deixaria que nada de ruim acontecesse conosco.

Encontramos Cérbero dormindo no quarto de Serafim, "Que belo cão de guarda", pensei assim que o vi. Decidimos então ir dormir, estávamos muito cansados devido ao baile e não havia nada que podíamos fazer naquele momento. Serafim e Karasu conjuraram um feitiço de rastreamento para rastrear a energia da pessoa que tinha invadido mas não encontraram nada, haviam apagado os próprios rastros.

Assim que acordei o café da manhã já estava pronto e Charlotte ajudava Serafim a colocar as coisas no lugar, enquanto Karasu usava sua magia para consertar os moveis que haviam sido quebrados.

—Nossa vocês já começaram? —Perguntei ainda sonolento, coçando os olhos para tentar enxergar melhor.

—Temos que começar em algum momento, então porque deixar para depois? —Disse Serafim enquanto sorria. Às vezes o bom humor dela me irrita um pouco.

—Não se preocupe vamos terminar de arrumar tudo bem rápido, chamei Jonathan para ajudar. —Charlotte completou enquanto colocava o sofá no lugar.

—O que? Porque você chamou ele? Isso só vai deixá-lo mais preocupado. —Assim que disse aquilo a campainha tocou.

—Agora já foi. —Comentou Charlotte enquanto Jonathan entrava todo preocupado, examinando todo o local.

—Vocês já sabem quem fez isso? E o que essas frases significam. —Perguntou Jonathan apontando indignado para as pichações na parede, ele parecia irritado.

—A sua mãe sabe mas não quer contar. ―Disse encarando Charlotte que olhou de volta em reprovação. ―E quanto as pichações, deve ser algum fã clube meu. —Comentei de forma irônica.

—Nem me olhe com essa cara Jonathan, eu ainda não tenho certeza mas não posso comentar sobre, pois é um caso sigiloso da Ordem. —Charlotte nem mesmo esperou pela resposta de Jonathan e já foi se justificando.

—Neron, você não fez nada fez? —Perguntou Serafim direcionado um olhar de censura para mim.

—É claro que eu não fiz nada, eu não faço a mínima ideia do que essas frases podem significar.

Para ser sincero ainda desconfiava da garota do baile, mas a tinha visto por vários momentos durante a festa, ela não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo, nem se usasse portais para se transportar, pois assim não teria conseguido causar toda essa bagunça. Portanto decidi não comentar nada, ainda mais por Karasu ter afirmado que ela não representava uma ameaça.

—Eu acho bom mesmo, agora coma logo e venha nos ajudar.

Serafim sabia que eu estava falando a verdade porque ela tinha o péssimo hábito de arrancar a verdade de mim, usando um de seus feitiços. "Não fui eu" e "Eu não fiz nada", nunca funcionaram com ela, às vezes é horrível ter uma mãe feiticeira.

O Corvo e o LoboWhere stories live. Discover now