Nunca esquecerei de você meu amigo!

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O segundo horário de aula seguiu o mesmo: Sem aula. Os meninos estavam mais bagunçando do que fazendo o trabalho. Uns saíam na procura de materiais. Outros ficavam na sala. Ele ainda continuava na cadeira de Amália.

– Amália vou fazer uma carta de amigo pra ti...- Gustavo diz.

Nem liguei pra ele, e voltei pra tela do meu celular. Enquanto ele escrevia eu tava no celular.

Alguns minutos depois, ele acabara de escrever no caderno dela e mostrou a ela a mensagem de amigo. Depois ele disse que queria escrever pra mim. Rafaela resmungou lá, que eu nem lembro mais o que ela falou. 

Ele pegou meu caderno. Começou a escrever. De alguns minutos depois ele me entregou.

– Depois leio...- disse pra ele.

Fiquei no celular conversando.

Ele veio de novo e mandou eu ler.

Ele ao meu lado, comecei a ler. Escrito dessa mesma forma estava assim:

Edson Tinoco,
Querido amigo, engraçado, safado, misterioso Edson.

Quero que saiba que apesar de nossas diferenças, como AMIGO, gosto de você.

Não sei, se acaba agora, amanhã talvez, nunca, talvez dure pra sempre nossa amizade.

Lembro de todos os micos que passamos, as risadas altas que todos olhavam. Nunca esquecerei de você meu amigo, Edson.

"A vida é passageira, não se limite, faça com amor, mas com responsabilidade, e viva com Deus aos seus pés

                      Gustavo Alves

- Foi uma declaração linda ou não foi?- ele perguntou me encarando.

Fiquei corado e com vergonha. Pela primeira ele estava falando algo assim para mim. Mas para não deixá-lo sem resposta, respondi:

- Bem legal.

- Só isso o que tu diz?

- É... eu gostei muito, Gustavo.

- Valeu. Eu fui sincero.

- Sincero?- fiquei sem entender.

- Sim. Eu quis dizer mais coisas, mas acredito que só isso bastasse.

- Bastasse é o meu pau no teu cu.- falei.

- Acho que o meu seria melhor em tu.

Comecei a rir e falei:

- Então vem botar, pra ver se é bom melhor em mim.

- Vai no banheiro.- ele disse.

- Tá doido- eu falei.

- Vou te esperar lá.

Ele falou isso e saiu da sala. 

A sala de aula estava uma completa bagunça. Ninguém conseguia entender nada.

Minhas mãos estavam geladas e meu coração estava disparado.

Hesitei em seguir Gustavo. Mas permaneci imóvel na cadeira.

Até que alguns segundos após, me levantei e fui em direção ao corredor da escola.

Enquanto caminhava, minhas pernas tremiam. Cheguei ao bebedouro. Não havia ninguém pelos corredorres. Fingi beber água e olhei para frente do banheiro masculino.

Estava tudo em silêncio. Comecei a andar até chegar em frente ao banheiro. Abrir a primeira cabine,  não havia ninguém. Automaticamente fui para a segunda, e também estava vazia. Pensei: a próxima é a última. Ele deve estar nela.

O Garoto do Diário [ REVISADO]Where stories live. Discover now