Surpresa!/Meu feliz aniversário

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Segunda Feira, 26 de Março de 2018

Querido Diário,

Posso descrever o meu dia hoje em uma só palavra: MA. RA. VI. LHO. SO.

Então vamos começar do início.

Acordei por volta das 7 horas da manhã, tive de acordar cedo pois eu tinha de ir cortar cabelo. A manhã aqui, foi bem bonita: sol e nuvem.

Após algumas horas, me arrumei pra ir pra escola. Fui de moto até o "ponto" onde espera o ônibus. Foi uma longa viagem até chegar na escola.

Cheguei. E me sentei em frente à escola, pois a mesma ainda não tinha aberto os portões.

Rafaela chegou- minutos depois-, por de trás de mim, e foi logo desejando meu "feliz aniversário atrasado" e a abracei.

Logo depois o sino soa e todos começam a entrar na escola.

Estranhei que Ana nunca tinha chegado.

- Cadê Ana?- perguntei.

- Foi lá na escolinha.- Rafaela diz.

- Ata.- digo.

Depois de um tempo, vi Rafaela falando ao telefone afastada.

Gustavo foi pra escola também. Ele estava bem gentil e legal comigo hoje, não sei o que deu nele. Isso tudo só me faz ficar mais apaixonado ainda.

Que cara lindo!

Sentamos um perto do outro. Eu na frente e ele atrás.

A aula começou e nada de Ana chegar.

- Rapaz, Ana não vem não?- pergunto mais uma vez.

E Rafaela repetindo a mesma coisa de ela ter ido numa "escolinha".

Um tempo depois, ela chega. Juntamente com Catarina.

- O que aconteceu?- pergunto curioso.

- Eu estava lá na escolinha fazendo umas coisas- ela começa- Aí um homem pediu pra que eu assinasse um papel.- ela continua- Falei pra ele que já estava na hora de ir pra escola. E que talvez eu nem entraria mais. Depois que sair de lá tive que vir correndo.- Ana conclui.

- Ata...- digo.

- Quando cheguei no portão.- ela volta a falar- o porteiro não queria deixar eu entrar. E, ainda bem que Catarina chegou bem no momento e conseguir entrar junto com ela, tive de menti pro porteiro dizendo que tinha eu perdido o ônibus.- ela finaliza.

- Humm...- só o que digo.

Meio estranho!

A aula continou normal.

Tivemos a notícia de que sairíamos cedo.

E Gustavo, mais próximos. Até ajudei ele responder uma atividade que ele tinha perdido na sexta. E ele estava falando coisas "safadas", tipo querendo "botar" em mim. Esse menino só me ilude. E eu acabo caindo. Tô igual àquela música de Henrique e Juliano, que tem por título, Recaídas.

“Você pode ficar com quem você quiser
Não tem nada a ver
Eu não mando em você
Mas ainda choro
E quando alguém comenta não quero saber
Me preocupo e apesar dos pesares
Eu sempre quero te ver bem
E ainda vou além
Em uma relação
Sei que não vai ser fácil amar outro alguém
E hoje mesmo separados
Sinto que o seu corpo ainda é meu
Às vezes me escondo
E faço de tudo pra ninguém notar que eu
Vivo e morro por ti
Têm semanas que às vezes sofro e vêm as recaídas
Às vezes eu queria ter o poder
De poder te apagar da memória
E nessa fraqueza ter força
Pra fazer com que essa nossa história
Não passe de passado e fique da porta pra fora
Se eu pudesse te apagar da minha mente
Apagaria agora
Mas toda vez que eu me lembro de nós dois
Meu coração sempre chora e é sempre a mesma história”.


Muito engraçado, porque essa música parece comigo.

Após o intervalo- Ana, Catarina e Shirley-, haviam sumido. Perguntei pra Rafaela quando íamos nos juntar pra organizar um trabalho na escola:

- Elas foram no outro terceiro ano, falar sobre a formatura.- Rafaela explica.

E começamos a organizar nosso trabalho de história. Ficamos com o assunto: "Tratado de Versalhes" pra apresentar na próxima semana.

Depois de decidirmos como seria o nosso trabalho, começamos a falar sobre filmes, novelas e séries. No nosso grupo era: Gustavo, eu, Rafaela, Luan e Alice.

Gustavo começou a falar sobre um filme chamado Olga; que eu estava doido pra assistir. Pedi a ele que trouxesse o DVD amanhã pra eu assisti aqui em casa.

Quase no fim do quarto horário a professora deu um seguinte comunicado na sala.

“Gustavo, Alice, Rafaela, Deise, Tamires, Ana Carolina, Shirley, Catarina, Ana e Edson. Pra irem ao auditório para uma reunião.”

- Eu!? O que será agora, meu Deus?- comentei preocupado.

- O que será que eles tão querendo com a gente!?- Rafaela diz.

- Tão bem querendo falar sobre a nossa sala estar fazendo muita bagunça.- Gustavo especula.

Os meninos começaram a falar um monte de desculpas lá, pra me despistar; eu bobo acreditei. E nem percebi isso.

Ficamos esperando até o horário de ir pro auditório.

E a chuva começou a cair forte.

- Vixi, chuva de novo!- exclamei.

- De novo!?- Rafaela se infurece.

Eu fui ao banheiro e voltei. E os meninos ainda na sala de aula.

- Se não estivesse chovendo eu ia embora agora.- falo quase com raiva.

- A chuva está é engrossando mais.- Rafaela aponta para fora.

O que será que eles querem com a gente no auditório?- eu ficava pensando.

Minutos se passaram.

- A professora já foi pro auditório.- Gustavo grita.

- Bora.- Rafaela comemora.

- Vamos, Edson!!- Gustavo grita por mim, e eu os acompanho.

E então fomos caminhando até a entrada do auditório. A porta estava encostada. Estava na frente. Então abrir.

“Surpresa!!!!” todos que estavam no auditório, gritaram.

Eu não conseguia imaginar. Quase choro quando vi a cena. Mas me segurei. Levei a mão na boca. Cara de quem estava impressionado com alguma coisa.

E eles cantarolavam, a música de "parabéns".

Sentei-me em uma das cadeiras vazia. E a música sendo ecoada.
Eu não acreditava em tudo aquilo.

“Parabéns pra você, nessa data querida...”

Meus amigos fizeram uma festa surpresa pra mim!?

O que eu via eram rostos felizes- pela cena-, e batendo palmas.

Eu nunca tive uma festa surpresa.

Estou impressionado.

Até uma colega da sala, que não vou  com a cara dela, e acho que nem ela com a minha estava lá presente, e, havia preparado a surpresa também.

Depois do "parabéns" tiramos fotos. Cortamos o bolo. Começou a chegar mais gente da nossa sala. E compartilhamos a nossa pequena "festa". Fizemos bastante bagunça. Espocamos os balões. Gritaria sem fim. Os garotos doidos pra comerem.

Um alegria da porra.

Eu nunca desconfie de nada, disse para eles. “Desde a semana passada que vocês tramam isso!?” Deus! Como não desconfie de nada.

Dei um abraço em Ana e Catarina e agradeci pela festa. Aliás elas foram as grandes mentoras da festa.

Elas me falaram que passaram até vergonha na hora de comprar os refrigerantes.

- Olha, é pra tu fazer também uma surpresa de aniversário pra mim também, Edson.- Ana fala, me fazendo rir.

Catarina fala o mesmo.

Depois de tudo lá. Tínhamos que ir porque já estava ficando tarde, e a chuva caindo. Fomos assim mesmo pra parada no "chovisco".

Fiquei com eles conversando sobre a surpresa na parada. De que, eu nunca imaginava. E como foi tudo que eles fizeram. Vi até mensagens no whatsaap das meninas combinando tudo. Elas são espertas!

A chuva caiu mais forte ainda. O meu ônibus chegou. Sentei eu e Alice em um dos bancos. Eu na poltrona da janela, enquanto ela na do corredor.
             
                  ...
A noite aqui, foi só chuva. Agora que parou um pouco.

A ficha ainda não caiu; os meus amigos me fizeram uma supresa. Mas tenho que acreditar. Foi tudo real. Não estou dormindo.

               ...
Já está ficando tarde. Tenho que dormi. Tô doido pra chegar na escola amanhã, nem deu de agradecer "direito" os meninos lá.

Estou bem feliz. Nunca me senti tão feliz eu acho. Nunca tive amigos de verdade assim. Sempre fui muito rejeitado. Mesmo eu sendo gay, os meu amigos não deixaram de me deixar feliz, sou grato a todos eles.

Boa semana santa pra todos!

Até mais logo.

   Edson

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