O Garoto do Diário [ REVISADO]

Prólogo

Estou escrevendo porque eu sei que você me ouviria e entenderia; chamarei as pessoas com nomes diferentes.
Só preciso saber que existe alguém
que ouve e entende, e não tenta dormir com as pessoas, mesmo que tenha oportunidade. Preciso saber que essas pessoas existem.
Acho que, de todas as pessoas, você entenderá, porque acho que você, entre todos e outros, está vivo e aprecia o que isso significa. Pelo menos eu espero que seja assim, porque os outros procuram por você em busca de força e amizade, e é tudo muito simples. Pelo menos foi o que eu soube.
Então, esta é a minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim.

Ele me pega pela gola da minha camisa pólo que estou usando, me joga contra a parede e começa a falar:

- Por que tu fez isso? Tu sabe que não gosto de homens!- ele fala isso com o rosto já todo avermelhado.

- É porque te amo. Eu não conseguia mais esconder tudo isso que eu sentia por ti- pela primeira vez falo isso pra ele olhando nos seus olhos.

- Mas eu não gosto de homens, merda! Quando é que tu vai entender isso?- ele fala isso pra mim com a raiva mais intensa que eu já vi ele sentir.

Ele ainda está me suspendendo com as mãos na minha camisa pólo que estou usando, quando então falo pra ele:

- Porra eu te amo pra caralho. Vamo viver isso juntos. Eu gosto muito de ti.

Ele então grita e fala:

- Quantas vezes tenho que te dizer que não gosto de homens!!??

- Tu acha que é fácil eu estar falando isso pra ti?

- Eu não gosto de homens!!

- Levei tempos pra falar isso pra tu.

- Eu não gosto de homens!!

- E só agora conseguir falar isso pra ti.

- Eu não gosto de homens!!

- Eu te amo cara!

- Vai pro inferno!

Com suas mãos ainda em mim, ele me joga no chão com toda suas forças. Começo a chorar.

- Porra mano.- falo isso meio as lágrimas- por que tu faz isso comigo?

- Eu mandei tu parar de falar essas merdas, e tu continuou.

Choro ainda mais. Enxugo meu rosto com as costas das mãos. Vejo ele se afastando e chegando à porta.

Ainda em estado de recomposição me levanto e vou até ele.

- Cara não vai. Fica aqui comigo- seguro ele pela camisa e o jogo na parede. Fixo os olhos nele- Tu é o amor da minha vida.

Percebo que não deveria ter falado isso pra ele. O rosto dele é coberto por raiva ao ouvir isso.

- Merda me deixa!

- Eu não vou te deixar. Tu tá ouvindo? Eu não vou te deixar!

Exclamo a última frase pra ele. E volto a falar.