Golden Harass Awards

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Prevejo com grande precisão que, por 2018 será criado um evento que estará à altura do Grammys, Oscars e outras cerimónias associadas à cultura Hollywood (e não só). Neste evento só poderão participar indivíduos do sexo feminino com algum historial no mundo do cinema e será, no fim do evento, nomeado o maior/melhor "assediador sexual".

Visto que o tabu de assédio físico foi quebrado entre bocas das artistas, entre os jornais e os camarins, torna-se uma ideia excepcional criar um evento que assegure repercussões a nível profissional, a nível de reputação e que assegure o divórcio conjugal do assediador. Por outro lado, as atrizes partilham experiências decepcionantes, partilham frases arrepiantes e partilham os ofegantes "me too" entre elas.

Tudo começou quando Harvey Weinstein, um produtor cinematográfico, foi acusado de assédio por várias atrizes, inculindo Angelina Jolie, Heather Graham e muitas mais que passaram pela mesma situação. Algumasdelas contam que o produtor lhes dizia "É normal" ou "Já estou habituado".

Em paralelo ao caso Harvey Weinstein, o Ministro britânico demitiu-se por ser acusado de assédio sexual. No entanto, as notícias dizem-nos que o ministro pediu desculpas por ter colocado a mão no joelho de uma jornalista, num jantar de 2002 - "comportamento que esteve abaixo do esperado e requerido pelas Força Armadas". Ou seja, passados 15 anos a saga de assédio intensivo continua, ao pôr a mão nos joelhos das jornalistas. O ministro vê-se obrigado a demitir-se perante milhares de casos de mãos nos joelhos. Assim não dá.

Por outro lado, para além dos categorizados «assédio de produção» e «assédio ministeral», também se encontram os predadores de vertente jornalística, exemplo disso é Matt Lauer, um jornalista que trabalhava para a NBC News, foi demitido por ser acusado por, pelo menos, 3 funcionárias do programa. Acusado de as tocar nas coxas e aparecer nu perante as colegas de trabalho.

Na verdade, a cultura do sexismo emergente nos Estados Unidos, e não só, é um aglomerado de acontecimentos que, na sua maioria, aconteceram já há bastante tempo. Mas só agora é que vieram ao de cima através daquelas conversas despreocupadas, de casa de banho feminina:

"O James Tooback só me ameaçava de morte, e a ti?" - confessou uma.
"Really?, me too! Furthermore, assediava-me fisicamente, era horrível" - Continuou a outra.

Em conclusão, acho que para o ano o "Golden Harass Awards" vai ser, como pioneira, uma cerimónia de grande êxito entre as atrizes, ministras e jornalistas em todo o mundo. É essencial reverter esta cultura sexista no trabalho e dar algum fulgor à voz feminina.

E o nomeado é... dado pelo número de "me too" que se ouvirem.

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