Mistifórios do Hoje: Uma Sova de 2017

Especial Halloween

Estou certo de que o leitor conhece o Halloween, mas será que conhece a sua origem e porque é que é uma prática cada vez com maior adesão?

Pois bem, irei abrir-lhe as portas do conhecimento para este mundo assombroso e, para o ano, pode ser que não o volte a comemorar. Ou talvez o comemore com ainda mais genica, é consigo.

Devo começar por lhe dizer que o nome surgiu, não nos EUA, mas no Reino Unido. Talvez tenha sido isso que os levou a praticar o Brexit, nenhum Europeu mostrava reconhecimento por terem sido pioneiros de tão excelente prática. "Não precisávamos mais da Europa, nós temos os nossos rebuçados, os chupa-chupas e as abóboras enraizados na economia." Tão enraizados que, por esta altura, têm teias de aranha à mistura.

As minhas sinceras desculpas após esta passageira e desnecessária reflexão, afastei-me um bocadinho do assunto principal.

Pois bem, o nome surgiu da aglutinação de três palavras: "All Hallows' eve". All significa todos, Hallows é um termo antigo que significa Santos e eve é véspera - Como pode calcular, tudo junto torna-se "Véspera de todos os Santos" (31 de Outubro).

Muito bem, peço-lhe que esqueça tudo o que leu até agora, até porque ainda só falei na etimologia da palavra "Halloween". O ponto de partida para o Halloween moderno, segundo historiadores (ou humoristas com imaginação fértil), começou com um antigo festival pagão, o festival celta de Samhain (significa fim do verão) que durava três dias, de 31 de Outubro a 2 de Novembro. Este festival consistia em homenagear o "Rei dos mortos" e era, aparentemente, demarcado pela presença de fogueiras e comida à farta.

Porém, com o passar dos anos, ou com a incoerência de evidências, esta celebração tomou muitas outras formas, sendo talvez ajustada às práticas religiosas em cada país. Mas vou falar em particular, no surgimento do evento na América:

Em 1845, durante o período conhecido como a "Grande fome", na Irlanda, um milhão de pessoas viram-se forçadas a imigrar para os Estados Unidos, levando consigo a História e as tradições locais.

Na verdade, as primeiras referências ao Halloween apareceram na América pouco depois da data. Em 1870, por exemplo, uma revista feminina americana publicou uma reportagem em que descrevia o Halloween como feriado "Inglês".

Inicialmente, as tradições do Dia das Bruxas nos Estados Unidos derivaram de brincadeiras do Reino Unido, como rituais de colheita associados a certos vegetais.

O milho, por exemplo, era um vegetal nobre na agricultura americana - acabou por adquirir uma forte simbologia associada ao dia das bruxas americano. Tanto que, no início do século 20 os espantalhos (típicos das colheitas de milho) eram muito usados em decorações do Dia das Bruxas.

Já no reino unido, o legume mais representativo era o nabo, ao passo que, foi nos Estados Unidos que a abóbora passou a ser sinónimo de Halloween, tudo por causa de uma lenda antiga.
É a lenda que fala dum ferreiro chamado Jack, que conseguiu ser mais esperto do que o diabo e que vagueava como um morto-vivo, isto deu origem às lanternas feitas com abóboras que se tornaram o principal símbolo do Halloween.

A tradição moderna de "doçura ou travessura" também é americana. Há indícios disso em brincadeiras medievais que envolviam repolhos (não me pergunte como), mas pregar travessura tornou-se um hábito nessa época, perto dos anos 20.

As brincadeiras ameaçavam tornar-se violentas, como aconteceu durante a Grande Depressão, e popularizou-se de vez após a segunda Guerra Mundial, quando a economia de alimentos foi substancialmente reduzida e os doces podiam finalmente ser comprados.

Todavia, diz-se que a particularidade de pregar sustos surgiu de uma transmissão via rádio que contava uma infeliz adaptação do livro Guerra dos mundos, de H.G Wells.

Em Outubro de 1938, após esta divulgação, havia pessoas que chegaram a afirmar que a terra estava a ser habitada, ou melhor, invadida por aliens e coisas aterradoras.

Em suma, parece-me que o Halloween não surgiu pelos melhores motivos, vamos antes acreditar nas cáries e na felicidade e que os meninos levam no saco.