Gostei dos livros mas perferi olhar-te.
Aos poucos guardava rascunhos teus -
De tantos, passei a temer o adeus,
Da gaveta da qual fazias parte.
Todos os dias guardava um pouco de ti.
Ao lado de onde deitava a cabeça,
Na velha gaveta da mesa cabeceira,
Onde escondi todos os livros que não li.
Deixei de os ler porque não me desprendi.
De tanto que havia para te conhecer,
Que mais nada eu procurei entender.
Onde desprezei todos os livros que não li.
Entre os teus reflexos me consumi.
Escrevi palavras por toda a parte.
Criei na gaveta novos conceitos de arte,
Onde risquei todos os livros que não li.
Foi uma vez ímpar em que me invadi.
Desenhei-te com todos os marcadores
Enchi a gaveta de manchas e cores,
Onde sujei todos os livros que não li.
É fraqueza estar ciente que me submeti?
Tentei perceber a que realidade pertencias.
Entendi, por fim, que um livro não serias,
Quando já tinha destruído todos os livros que não li...
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Mistifórios do Hoje: Uma Sova de 2017
الفكاهةAqui encontrará um pequeno conjunto de poemas e de crónicas que pretendem descrever com alguma insensatez a sova que assistimos o ano 2017 a apanhar. Pretendo, por outro lado, exibir algum do meu pior humor conciliado com a minha pior das lamechies...
