Aqui encontrará um pequeno conjunto de poemas e de crónicas que pretendem descrever com alguma insensatez a sova que assistimos o ano 2017 a apanhar.
Pretendo, por outro lado, exibir algum do meu pior humor conciliado com a minha pior das lamechies...
No dia 27 de Junho do corrente ano, desapareceu da Base Militar de Tancos armamento avaliado no valor de 34 mil euros. A apreensão instalou-se a nível nacional e foi reforçada a segurança em (quase) todos os distritos, sobretudo na capital. Não era possível prever até que ponto não seriam substituídas as facas sujas por lâminas KSL nos restaurantes. Ou até que ponto não estaria a comer sopinha de munições e pólvora com batata. Tenho a certeza que seria desconcertante para a clientela.
Por outro lado, segundo um outro raciocínio mais racionalmente racional, a quantidade de granadas de gás lacrimogénio desaparecidas remete-nos para a tentativa de erradicar os fogos. Caso não esteja a ser muito claro, passo a explicar: Já imaginou o que seria arremessar uma destas granadas numa zona de elevada densidade populacional? O choro seria de tal modo intensificado que seria posssível, de alguma maneira, abastecer uns quantos depósitos daqueles helicópteros de combate às chamas. As pessoas só tinham de ir chorar para o sítio certo.
Todavia, no dia 18 de Outubro, este material foi reencontrado na região de Chamusca pela GNR, através de uma chamada anónima. Para meu espanto e para o espanto de toda a gente, as lâminas KSL, as munições e as granadas de gás lacrimogéneo estavam todas lá. Posto isto, imagino a quantidade de cronistas, teóricos da conspiração, humoristas e pessoas normais que viram as suas expetativas e teorias (do fim de Portugal) a irem por água abaixo.
Na verdade, desconfio que esta chamada anónima seja do ladrão, como tentativa de dissimular o seu jeito terrível e atrapalhado para roubar e lidar com situações de grande estresse. Certamente este homem de família, num dia de maior aflição económica (fim de mês), em vez de optar por ir às compras de munições numa espingardaria (que geralmente tem vídeo-vigilância e cobra dinheiro), decidiu ir à base militar de Tancos e levar emprestado o material que lhe permitia ir à caça da lebre ou da perdiz.
Quando se viu satisfeito, decidiu devolver o material que não foi necessário. Facto que justifica a falta de algumas munições após ter sido encontrado o material em Chamusca.
Por fim, o nosso presidente da república parece que conseguiu antever a razão pela qual as armas tinham desaparecido. Não foi roubo nenhum, foi antes uma necessidade urgente para praticar a caça sem custos, sem se sujeitar a ser capturado por video-vigilância.
Aqui em baixo dou-lhe acesso à lista do material que se sabe que foi roubado e, eventualmente, devolvido.
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