Ode Sardinhal (poema)

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As autoridades ameaçam proibir a pesca,
A pesca da sardinha cinzenta e pequenina
Que alegrava dias de verão e nos iluminava
Com a escama prateada e aquela espinha fina.

Sem a vossa pesca o país ficará desequilibrado
Os restaurantes não tirarão nenhum proveito
Velhos resmungarão pelo capricho abandonado
E irão pescadores ao mar, sem qualquer deleito.

Nas vias de extinção recusam-se todos a acreditar
Oh, reproduzem-se aos milhões todos os dias.
Queremo-la nos dias em que o Benfica ganhar!
Queremo-la nas brasas em dias de noites frias!

Agora, sem ti esplendorosa sardinha...
Como me vou eu engasgar sem a vossa espinha?
Irei ter saudades vossas, dos almoços e jantares
Nadarás a temer pela minha procura nos mares.

Mergulharei nos dias de verão com a fé
De um dia te encontrar desajeitada e alegre;
Longe da batata, do azeite e do teu amigo Zé.
Por favor, peixinho, diz-me que não partiste.

Fomos separados por aquela Ministra do mar!
Oh sardinha, o teu stock está em vias de acabar!
Oh Sardinha, querem que em 2018 não te pesquemos!
Oh sardinha, com lágrimas de Portugal vos cantaremos!

Mistifórios do Hoje: Uma Sova de 2017Donde viven las historias. Descúbrelo ahora