Capítulo - XXII Artifício

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Por motivos óbvios, Harry passou o resto do dia um tanto...desconfortável.

Bastava olhar para Louis que um sorriso enviesado lhe era endereçado, fazendo-o girar os olhos, respirar fundo e contar até dez. Era inevitável se lembrar do que haviam feito mais cedo. Aquilo fora... surreal! Correram um risco absurdo, foram de uma imprudência gigantesca, e todas as possíveis acusações que os fizesse parecer mais insanos possível, eram inegáveis.

Assim como era inegável o fato de que Harry ainda podia sentir arrepios correndo por seu corpo, feito correntes elétricas, a cada vez que esbarrava "acidentalmente" no corpo de Louis.

E ele sabia que as "desculpas" para tocar no outro estavam se tornando cada vez mais ridículas. Ele simplesmente precisava abraça-lo e afaga-lo o tempo todo.

Louis parecia mais do que satisfeito. Aparentemente havia até se esquecido que estava "vulnerável" sem seus apetrechos e seu visual imponente.

Os parentes iam chegando cada vez mais, e agora todos já estavam devidamente instalados nas salas da casa dos Tomlinson.
Os mais velhos recordavam os anos dourados, enquanto os mais jovens conversavam em frente à lareira.  Gemma participava de um diálogo há horas com três primas de Louis. Havia descoberto que as garotas também cursavam a mesma universidade e que era praticamente um milagre não terem esbarrado por lá nenhuma vez. Harry e Louis pareciam se entreter sozinhos, um com o outro. Conversavam sentados na soleira da janela, enquanto tomavam refrigerante e trocavam alguns olhares contidos.

- Hazz, vou na cozinha descolar um vinho pra gente. – disse Louis, ficando em pé.

Harry arregalou os olhos, meneando o rosto rapidamente.

- Mas eu não posso tomar vinho, Lou! Eu não tenho idade e estou tomando medicamento. A mamãe não deixaria nem eu provar da taça dela... – disse o garoto, tentando se justificar enquanto Louis ria.

- E o bebê da mamãe não vai tomar vinho porque é muito novinho? Relaxa Hazz! Álcool não corta o efeito de remédio, às vezes até potencializa, se quer saber. Eu já volto. – e sem esperar por uma possível resposta do outro, Louis zarpou feito um felino, deslizando em meio à multidão de forma sutil.

Reapareceu atrás de Harry segundos depois, causando um mini ataque cardíaco no mais novo.

- Por que fez isso?! Queria que eu desse um berro e chamasse a atenção?- inquiriu, levantando-se.

- Chega de "mimimi", vem logo! – sussurrou o mais velho, puxando o nerd pelo braço em direção a porta de entrada da casa.

- Você tá com a chave da sua casa? – questionou Louis, assim que pisaram no jardim.

- Estou, por quê?- perguntou o mais novo, assim que tateou a chave no bolso.

- Ótimo, vamos pra lá! – exclamou o punk, voltando a capturar o braço de Harry, puxando-o às pressas em direção à casa ao lado.

Após adentrarem o hall de entrada, Harry voltou a chavear a porta. Ambos seguiram até a cozinha, onde Louis abriu o vinho imediatamente, servindo dois copos generosos com o líquido rubro e perfumado.

Ao ver a quantia de vinho que havia sido colocada em seu copo, Harry arregalou os olhos, negando-se imediatamente a tomar tudo aquilo.

- De jeito nenhum Lou! Não posso tomar tudo isso, seria loucura e eu não estou acostumado. Bebe você e eu... bom eu vou bebericar um gole pequeno, está bem?

Louis girou os olhos, bufando alguma palavra qualquer quase inaudível. Por fim deu de ombros, apanhando seu copo. Tomou um grande gole do vinho, lambendo os lábios em seguida.

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