Capítulo VII - Apreensão - Zoa - Fail

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Na semana seguinte, Harry finalmente tomou coragem para convidar Louis para passar o sábado em sua casa. Aquela maldita ideia de que deveria existir um motivo para se convidar alguém pra vir até sua casa ainda persistia em incomodar o nerd, mas Harry já havia optado por deixar suas paranoias de lado, ao menos desta vez, e ligar para o amigo. Já haviam trocado os números de celular, o que fora uma ideia genial, já que Louis agora passava as aulas mandando sms’s de humor ácido, aloprando os colegas de classe e também os professores, fazendo Harry ficar roxo ao segurar o riso constante.

Com o celular grudado no ouvido, Harry ouvia a linha chamando completamente irrequieto. Engoliu a seco duas ou três vezes, antes da conhecida voz atendê-lo.

- Fala Hazz...

- Lou? Tudo bom?

- Tudo sim, eai?

- Tô bem também. Viu, eu tô ligando pra saber se você toparia vir amanhã em casa... – a expectativa fazia com que o coração do nerd falhasse uma batida.

- Ir na sua casa? Demorô!

- Sério?!?

- Ué, queria que eu dissesse não?

- NÃO! Eu...eu só achei que... bom, deixa pra lá! Você vem que horas?

- De tarde... acordar cedo no sábado seria tortura.

- Hahahaha, tem razão! Então eu vou ficar te esperando, pode vir à hora que quiser!

- Tá ok então Harreh!

- Falou, Loueh! – despediu-se animado, entrando na brincadeira dos apelidos.

Após desligar o telefone, o garoto ficou algum tempo observando o visor do celular, rindo baixo, completamente abobado, não passando despercebido por uma observadora Anne, que sorria ao ver a alegria do filho. Já era hora de Harry começar a encontrar algum amigo.

-x-

- Calma querido, ainda são onze da manhã! – disse Anne, ao ver o filho caminhando de um lado para o outro na sala principal da casa. – O Louis não disse que iria vir só mais tarde?

- Sim, ele disse, mas eu não quero correr o risco dele chegar e eu estar dormindo, ou tomando banho, ou fazendo outra coisa que me fizesse perder a hora. Eu quero abrir a porta quando ele chegar, mãe. – respondeu Harry, deixando transparecer toda sua animação, somente por seu tom de voz.

- Entendo... – disse a mãe, assentindo, antes de continuar a seguir seu caminho, rumo à cozinha. Balançou de levinho o rosto, rindo baixo. Era engraçado “assistir” o comportamento do filho diante de algo tão corriqueiro quanto à visita de um amigo. Mas no fundo, Anne sabia que o filho era um tanto solitário e que a companhia de alguém com idade similar a sua ia fazer bem a ele. Na verdade, já estava fazendo.

Por volta das duas e meia a campainha soou, fazendo Harry saltar do sofá. Com certa pressa, o garoto caminhou até a entrada da casa, por pouco não enroscando o tênis no tapete. Abriu a porta, deparando-se com Louis.

- Bom dia Hazz... – cumprimentou o garoto, com a voz um tanto rouca para o usual. Pela cara “amassada” e os olhos mais finos ainda, Harry pôde concluir que Louis havia acordado, se trocado e vindo para sua casa. Seus olhos jaziam mais borrados de negro do que nunca, e seus cabelos completamente eriçados.

- Bom dia Lou! Algum caminhão passou por cima de você? – brincou o nerd, dando passagem ao amigo.

Louis coçou de leve um dos olhos, esboçando um sorriso ladino ao ouvir a questão do amigo.

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