Capítulo - XII CAOS

23K 1.7K 8.3K
                                    

Como haviam sido a quarta dupla escalada para cuidar da banca de guloseimas, assim que chegaram tudo já estava em perfeita ordem. A única coisa que teriam que fazer era esquentar o chocolate, caso alguém quisesse fondue de frutas. O colégio estava todo iluminado com várias luzes coloridas em correias que passavam pelas bancas de alimentos e jogos, chegando até a entrada da quadra coberta, onde os shows aconteciam. Era possível ouvir o som que vinha do palco, e também enxergar o jogo de luzes e holofotes através das janelas que ficavam na parte superior das arquibancadas. Harry não tirava os olhos da quadra. Estava ansioso, agitado. Louis perguntou a si mesmo se era normal o garoto ficar naquele estado durante aquele festival, já que o próprio Harry lhe havia dito que gostava bastante do evento.

O movimento da banca de guloseimas era regular, sendo que, vez ou outra, até mesmo uma fila de seis ou cinco pessoas se formava, colaborando com o mau humor de Louis, ligeiramente. As maçãs do amor e os brigadeiros – receita de uma estudante brasileira – eram os doces que mais faziam sucesso.

Após uma grande leva de clientes, Louis e Harry finalmente puderam se sentar um pouco. Cada um com um espetinho de gomas de marshmallow.

- Você ficou um tempo quieto Lou, no que estava pensando? – questionou Harry, inclinando o rosto de lado.

- Não é nada Hazz, eu só me lembrei de repente que sábado que vem é meu aniversário.

- Seu aniversário é no Natal?! – questionou o garoto de cabelo cacheado, um tanto surpreso com a informação. Apesar de conversarem bastante, fora o fato de conhecê-lo a cerca de oito meses, nunca haviam comentado a data de seus aniversários.

- Não, meu aniversário é na véspera do Natal, dia vinte e quatro.

- Que legal! Você deve ganhar dois presentes de cada um no Natal, não é?

- Bom, às vezes sim, mas na maioria das vezes não.

- Que sacanagem, heim? – exclamou Harry, arqueando as sobrancelhas de forma cômica.

Louis riu ao ver a careta que havia se formado no rosto do amigo, jogando uma bolinha de papel nele.

- Para de fazer essa cara de idiota. – resmungou o punk, sem deixar de rir baixo.

- Por quê? Se eu continuar fazendo o “todo-sério-resmungão-intocável-Louis” vai rir e quebrar sua imagem de durão?! – brincou, forçando uma careta a fim de imitar a expressão facial que o punk costumava usar assim que se conheceram. Louis então cedeu ao riso, jogando mais bolinhas de papel no amigo. Era impressionante como Harry tinha o dom de fazê-lo rir com seus gracejos idiotas.

Depois da brincadeira, Harry consultou o relógio, assustando-se com o horário já avançado.

– Lou, eu vou precisar dar um pulo na quadra, beleza? Um grupo de professores já virá recolher os doces que sobraram e fechar a banca. Depois venha pra quadra, eu quero te mostrar uma coisa.

O punk sequer teve tempo para abrir a boca e questionar. Óbvio que havia achado aquilo tudo muito estranho, sem contar o fato de Harry ter saído correndo com uma mochila - aparentemente cheia de alguma coisa – nas costas. Louis julgou que o garoto havia surtado, afinal, como ele iria achá-lo no meio da baderna que imperava naquela quadra?

Irritado por ter sido deixado sozinho, Louis encostou-se  na sustentação da banca, cruzando os braços. Já havia trajado a camisa xadrez, uma vez que, com a noite, um ar frio havia tomado conta do jardim do colégio. Cerca de vinte minutos depois, três professores chegaram até a banca com caixas e isopores. Louis até pensou em ser solícito e ajuda-los a recolher as coisas, mas Nick Grimshaw havia vindo com eles, e por motivos óbvios, Louis preferiu dar as costas e simplesmente caminhar em direção a tal quadra, a pedido de Harry.

Teenage KicksWhere stories live. Discover now