Capítulo XV - Merry xmas

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Após cumprimenta-la, dizer que sim, as namoradas estavam bem, que ele comia todos os dias tudo o que tinha em seu prato e que as notas estavam excelentes, conseguiu "escapar" das questões intermináveis, seguindo do hall de entrada até a sala ao lado.

E ao virar o rosto em direção às poltronas que ficavam em frente à lareira, viu de relance a silhueta de Louis.

Relutou em ir até ele, afinal, não sabia se seria bem-vindo na presença dele. Talvez Louis estivesse irritado por estar fora de seu visual habitual, e talvez ainda estivesse com raiva de si. Harry, definitivamente, não sabia o que esperar e nem como agir.

Antes que ele pudesse decidir o que fazer, Louis virou o rosto, encarando-o com uma expressão que dava a ligeira ideia de apatia. Era difícil precisar.

- Aah... oi? – É, Harry não tinha nada melhor pra dizer, mesmo por que, fora pego desprevenido.

Louis ficou mirando seu rosto por alguns instantes, antes de assentir com a cabeça, murmurando um "Oi" enquanto voltava o corpo à posição anterior.

E, novamente, Harry via-se em uma situação tão constrangedora quanto a anterior. Ao menos um "oi" havia recebido, o que o levava a crer que avançar os passos até ele poderia não ser tão má ideia assim.

- Eerr... Tá tudo bem? – questionou, assim que contornou a poltrona vaga, bem ao lado dele, sentando-se nela.

- Tá tudo uma bosta. – respondeu o mais velho, revirando os olhos.

Mas Harry estava ocupado demais para notar o tom aborrecido na resposta de Louis. Era a primeira vez que o via sem aquela maquiagem pesada, sem os piercings, as roupas justas em tons escuros, rasgadas, expondo seus braços tatuados, além dos tênis sujos ou coturnos reluzentes e até os cabelos revoltosos. Por um momento se questionou se aquele ao seu lado era de fato o punk que havia conhecido há quase um ano atrás. Seus cabelos agora estavam devidamente penteados, e seus olhos claros se evidenciavam ainda mais naquele visual comportado que lhe dava um ar mais maduro e até mesmo galanteador. Isso se não fosse pela carranca que ele esboçava.

- AI! – berrou o mais novo, assim que sentiu o pé de Louis colidir contra sua canela esquerda. – Por que fez isso?! – questionou indignado, levando as mãos à região atingida impiedosamente.

- Porque você é um retardado que fica me encarando feito o viadinho que você é! Sai pra lá, aff! Menino idiota! – rosnou, mastigando cada palavra enquanto fechava o rosto ainda mais.

- Sabe quantas vezes eu te vi vestido assim?! – justificava o nerd, olhando-o irritadiço enquanto massageava a canela. – Eu só tava observando você, seu estúpido! Precisa sempre vir feito um cavalo pra cima de mim?! – resmungou, voltando a se recompor na poltrona.

Louis revirou os olhos, soltando um resmungo qualquer. Sair dali seria pior, pois teria que aguentar os gracejos da mãe e também dos avós que estavam ali presentes. Sem contar que estava de castigo por ter colocado a casa de ponta-cabeça na noite anterior e por ter ficado em recuperação em uma disciplina. Todo cuidado era pouco, e nem mesmo Louis era louco de bancar o anarquista dentro de casa.

Harry se pegou sorrindo ao voltar a encará-lo. Na verdade, não fazia por mal, ele sequer sabia o porquê estava tão encantado com o outro. Por certo ele estava inegavelmente bonito naquele blazer chumbo com aquela camiseta vinho por baixo, mas havia certo exagero, por parte de Harry em querer fixar seus olhos nele. E, ao lembrar-se de alguns detalhes da noite anterior, sentiu o rosto corar no mesmo instante, e como se houvesse despertado de um sonho, encolheu-se na poltrona, sentindo-se tenso.

- Qual é o seu problema? – questionou Louis, encarando-o petulante.

- Você é o meu problema. – admitiu o nerd, sem saber como e quando aquela resposta havia simplesmente escapado de seus lábios.

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