Teenage Kicks

Capítulo XI - Preparativos

- É, você é legal de fato, mas o Lou é meio diferente. Ele dificilmente se relaciona com os outros, é do jeitão dele. Mas ele é boa pessoa. Eu gosto muito dele, sabe? – respondeu, sem tirar os olhos do dormente punk.

- Sei... isso é bem nítido. Só um louco pra não notar toda essa sua... afinidade com ele. – respondeu o professor, rindo baixo.

- O que foi Nick? Por que está achando graça? – perguntou Harry, um tanto confuso com a reação de Nick.

- Nada Hazz, depois a gente se fala. Quer vir tomar um café comigo depois da aula?

- Desculpa Nick, mas essa semana eu vou estar meio ocupado com a minha irmã que chegou de viagem. Tenho um compromisso diário com ela... – respondeu educado, sorrindo para o homem.

- Ahh que pena! Mas depois vou te cobrar heim? A gente precisa colocar os assuntos em dia!

- Com certeza. Eu até quero mesmo conversar com você. Preciso contar umas coisas, sabe? Mas não dá pra ser aqui, precisa ser fora desse ambiente.

- Hmmm, certo Hazz, entendo perfeitamente. Vamos combinar então, semana que vem ou na próxima.

- Claro, com certeza!

Se Harry e Nick se atentassem ao punk, teriam ouvido um resmungo irritadiço escapar de seus lábios. Até quando aquele escroto iria continuar persuadindo Harry a se encontrar com ele?

-x-

Harry e Louis passaram a semana um tanto afastados, fora dos horários de aula, já que Harry havia inventado um compromisso diário qualquer com Gemma.

Louis supunha que os dois deviam estar fazendo algo para Anne ou senão estavam vendo algum seriado juntos. Devia ser coisa de irmãos, não?

Estava distraído sentado nas escadas da entrada de sua casa quando ouviu um miado baixo. Voltou os olhos imediatamente para o arbusto florido próximo da garagem, e foi até lá, guiando-se pelos ruídos do arbusto. Abaixou-se, observando um belíssimo gato com dificuldades para sair de dentro da vegetação.

- Psiu, vem cá, vou te ajudar a sair dai. – disse baixinho, ajoelhando-se na grama. Esticou os braços, abrindo espaço entre os caules ligeiramente grossos da arvorezinha, conseguindo assim resgatar o bichano.

O pegou nos braços, percebendo o quão dócil ele era. Enquanto o afagava no pescoço, viu a coleira azul com um pingente dourado escrito seu nome.

- Dusty? É esse o seu nome? – questionou, voltando a afaga-lo atrás das orelhas – Está gostando?

Recebeu um longo ronronado em resposta, e algumas tentativas de afeto quando sentiu o gato esfregar por conta própria a pequena cabeça em seu queixo.

- Você está bem carente não? Aposto que seu dono não está cuidando direito de você, não é Dusty? – questionou, como se o gato soubesse falar e pudesse responder 'sim' ou 'não'.

O felino miava enquanto se roçava nos dedos de Louis, todo entregue, o que levou o punk a rir.

- Você é bem atirado não? Já pegou toda essa intimidade comigo? – questionou risonho. – Vem, vou te levar pra casa do seu dono.

Louis sabia que o gato pertencia a Harry e sua mãe, apesar de nunca tê-lo visto antes. Sabia pelo nome, Dusty, o qual Harry fizera questão de comentar outro dia, enquanto passavam pela vitrine de um pet-shop.

O garoto caminhou com o gato no colo até a casa dos vizinhos, tocando a campainha assim que pisou no capacho em frente à porta.

Alguns instantes depois, Anne veio atendê-lo, surpreendendo-se ao ver seu bichano nos braços de Louis.