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Quando Jason estacionou o mustang preto 1969 que Lili havia ganhado do marido no seu primeiro aniversário de casamento aos arredores da Makdover, o tempo não havia melhorado, Lili podia até mesmo supor que estava pior, nos portões dourados da escola havia dois guardas que ficavam em pequenas casinhas um em cada lado do portão como naqueles condomínios chiques, após se identificarem e mostrarem o certificado de matrícula de Enrica eles puderam entrar porém sem o pobre mustang que teria que ficar ali mesmo do lado e fora, sendo assim Jason ficou ali para estaciona-lo, e levar as coisas de Enrica, então as duas  precisaram se encolher novamente no  guarda chuva amarelo de Enrica, que era grande porém não o sufiente para que ela e Lili ficassem completamente protegidas da chuva, enquanto atravessavam o campus, a grama do campus era bem cuidada e espalhado por ele havia várias mesas de piquenique e árvores encharcadas de gotículas de água, o céu ficava cada vez mas escuro e os trovões altos faziam Enrica estremecer enquanto corriam até a entrada principal do prédio, quando finalmente subiram a escada que levava ao pátio coberto, um vento forte castigou o ambiente fazendo com que acidentalmente o guarda chuva amarelo escapasse das mãos de Enrica, que em estantes saiu voando para bem longe no campus, sendo incentivado pelo vento a ir cada vez mais longe, Lili o acompanhou com o olhar aflito assim como a filha completamente arrassada.

Por um breve instante ambas pareciam incertas sobre o que fazer, então Lili apertou gentilmente o ombro dá filha, e então Enrica soube que se ela corresse para ir busca-lo sua mãe não a repreenderia, assim como se ela desse as costas e continuasse andando ela não a julgaria, Enrica aceitou a segunda opção com um aperto no coração, e continuou andando, tudo que disse foi:

-É só um guarda chuva. -Mas Lili podia vê em sua voz trêmula como ela havia ficado chateada.

Com o falso pretesto de aquece-la Lili a abraçou esfregando suas mãos nos braços da filha para esquenta-la, Enrica não se afastou,  e ainda abraçadas as duas entraram pelas portas duplas da Makdover, Lili queria dizer algo para consolar a filha mas não sabia como faria isso sem mencionar o pai, então quando estava prestes a arriscar um comentário solidário Jason apareceu ao lado de outro guarda que o ajudava com as caixas de Enrica.

-Pode deixar essas nesse quarto. -Instrui Jason ao guarda dando um papel a ele, esse o pegou e logo começou a subir as longas escadas até os dormitórios.

-Você vai ficar bem passarinho? -Pergunta Lili morrendo de dó da filha.

Como estavam prestes a se separar Enrica considerou que Lili estava falando da escola e não do guarda chuva, ou então só resolveu pensar assim.

-Vou sim. -Garante Enrica meio acanhada tirando o casaco da cintura e o vestindo.

-Aqui estão suas malas. -Jason coloca as malas de rodinhas no chão e entrega a ela.

-Obrigada Jason. -Enrica diz com um sorriso sincero seu nariz cada vez mas vermelho do frio.

-Por nada, quando tiver tempo dá um pulinho na cozinha posso separar uns cookies pra você. -Jason diz com uma piscadela.

Enrica sorri largamente em resposta piscando de volta tristemente.

-Eu te amo meu passarinho. -Diz Lili beijando a face da filha, e enxugando as lágrimas da própria bochecha.

-Eu também mamãe. -Enrica fala com os olhos marejados.

-Não exagerem, estaremos a um andar de distância. -Jason brinca arrancando uma risadinha triste de Lili.

Após um breve instante que permaneceu abraçada com Lili Enrica pegou sua mala, e começou a subir os degraus largos da escada que a levaria a seu dormitório.

Na longa viagem de carro até ali, Jason e Lili haviam mostrado a ela todos os pontos que até então eram desconhecidos para ela da cidade, contado tudo que Enrica precisava saber sobre a Makdover, inclussive sobre as novidades de que desde de alguns meses eles haviam adotado um novo sistema para impedir que meninos entrassem nos dormitórios das meninas e visse versa, agora para entrar em cada quarto era preciso usar um cartão que apenas os donos tinham, após o click, você poderia entrar, então Enrica arrastou sua mala até o quarto com o número que constava em seu cartão, Enrica o encarava distraída imaginado que lado devia passar na porta quando ouviu passos tímidos vindo em sua direção, o corredor estava vazio a não ser por esse garoto que vinha ao longe, e que ela podia apostar que não devia estar ali na área dos dormitórios femininos mas Enrica não deu muita importância a isso.

Ele tinha um tom de pele incomum para aquela região da cidade, naturalmente bronzeada, num tom quase achocolatado, era alguns centímetros mais alto que ela, e seu cabelo de comprimento médio e  desgrenhados o faziam parecer um surfista estiloso, eles usavam uniformes semelhantes com a exeção da calça jeans, em volta do pescoço ele trazia um fone caro e execivamente grande, ele também usava um relógio de couro no pulso errado, o que atraiu a atenção de Enrica para sua mão que segurava o seu guarda chuva amarelo, seu coração disparou, ansiosa para descobrir como aquele estranho havia recuperado seu guarda chuva, mas assim que seu olhar encontrou o dele Enrica perdeu completamente o foco, ele tinha os olhos de amêndoa mais lindo que Enrica já havia visto, e eles instantaneamente prenderam toda sua atenção, após fita-la por um demorado estante ele sorriu sem graça e disse:

-Acho que isso é seu. -Fala o desconhecido ao chegar perto o suficiente dela.

Enrica demorou apenas um instante para desviar o olhar do seu e se lembrar do que ele trazia com sigo, seu olhar se iluminou ao confirmar que aquele era  seu guarda chuva que ela achava ter perdido para sempre na mão daquele completo desconhecido, imediatamente se tornou grata a ele.

-Você o encontrou! -Enrica fala um pouco mais animada do que deveria pegando seu guarda chuva de volta. -Como....você sabia... -Enrica tentou perguntar mas ele a interrompeu.

-Eu vi você chegar do ginásio, pensei que fosse querer isso de  volta. -Ele diz dando de ombros timidamente.

-Obrigada. -Enrica diz tocada ao perceber que seu cabelo estava encharcado, assim como ele. -Qual seu nome? -Ela pergunta curiosa.

-Kennedy Philips. -Diz ele sem desviar o olhar do rosto de Enrica, enquanto estendia a mão para ela.

-Enrica Taylor, mas detesto esse nome pode me chamar de En? -Enrica sugeriu sem graça.

-Enrica, você tem um belo nome, pena que não gosta de usar. -Kennedy diz com um sorriso doce no rosto. -Esse é seu quarto. -Ele pergunta antes que ela pudesse responder.

Enica acendiu, Kennedy sorriu largamente e disse:

-Boa sorte En. -Enquanto enfiava as mãos no bolso e se afastava dela rumo às escadas de onde ela havia vindo.

Destino imperfeitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora