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Em seguida Enrica ouviu os passos da mãe vindo em direção a cozinha e sabia que Jason estava vindo com ela, quando eles entraram ele pareceu tímido e desconfortável como geralmente acontecia, mas ele estava sempre disposto a quebra o gelo com uma boa conversa, Enrica gostava dele, além disso ele não era nada feio, tinha mais ou menos a idade de sua mãe, e um corpo bem definido apesar de passar a maior parte do seu tempo na cozinha, tinha os cabelos castanhos e um sorriso cativante que tornava impossível não gostar dele.

-Ei En, como vai? -Pergunta Jason tocando seu ombro brevemente e sorrindo. -Estavam vendo Mamma-mia outra vez. -Jason especula notando as olheiras evidentes em Enrica.

-Eu assistir, mamãe dormiu o filme quase todo. -Acusa Enrica um um sorrisinho brincalhão. -Por que não se senta? -Enrica resolveu tomar a iniciativa já que obviamente a mãe não o faria.

-Deviam ir ao teatro qualquer dia eu posso levar vocês, mamma-mia é um excelente musical, merece ser visto ao vivo.-Conta Jason puxando uma cadeira e se sentando ao seu lado.

Lili direcionou um olhar reservardo para Enrica enquanto ia buscar outra xicara, essa a ignorou fingindo nem notar.

-Bom eu certamente vou lembrar de cobrar a promesa. -Comenta Enrica mordendo seu brownie.

Antes que Jason pudesse responder Lili disse:

-En, eu não dormir, talvez tenha fechado os olhos por alguns instante mas foi só isso. -Lili diz tentando disfarça o sorriso enquanto enchia a xícara de café a pousando diante de Jason.

-Obrigado. -Jason diz aceitando a xícara, com um suave sorriso nos lábios. -Você não era líder En? Talvez pudesse tentar entrar para o time da Makdover. -Sugeriu Jason casualmente levando a xícara aos lábios.

-Olha que demais En, vai ser uma ajuda incrível na sua adaptação. -Lili se anima sentando diante da filha.

-Acho que sim. -Diz Enrica incerta sobre isso.

-Ah Jason obrigada por vim, temos muitas caixas e com essa chuva não damos conta. -Se queixa Lili olhando aflita o céu escuro lá fora pela janela acima da pia.

-Fala como se fosse uma sacrifício Lili, eu moro aqui ao lado. -Jason lembra a ela indicando com a mão o outro lado da rua. -Afinal vim aqui com segundas intenções, imaginei que se fosse gentil, vocês poderiam me dá uma carona pro trabalho. -Jason conta dirigindo um olhar significativo a Lili.

-Nada mais justo, afinal a estrada está perigosa nessa chuva, você não pode ir de moto. -Lili riu do seu acanhamento, se pondo de pé e trazendo a bandeja com os  brownie para a mesa.

Enrica permaneceu calada e  aproveitou para pegar mais um brownie discretamente enquanto a mãe conversava interdida com Jason.

Então de repente o telefone da sala toca, fazendo Lili pular do seu lugar, já que ninguém nunca ligava para aquele número, pela tensão da mãe Enrica suspeitava que fosse sua avó a única pessoa que ligava para aquele número, o que não seria tão estranho se ela não tivesse expulsado a filha de casa quando descobriu que Lili estava grávida, Enrica nunca conhecerá a avó, após um breve instante de choque Lili se levantou hesitante indo até a sala, por um instante ninguém disse nada, então o som estridente parou e a voz de Lili veio da sala:

-Alô.

Enrica não ouviu mais nenhuma palavra da mãe, e quando Lili voltou estava aeria e com os olhos marejados, ela nada disse, e logo percebendo que era melhor ninguém perguntou.

Quando todos acabaram de tomar café Lili começou a lavar as louças e Jason subiu com Enrica para trazer as caixas, que continham tudo que Enrica tinha na vida, além das suas roupas que já estavam na mala do carro, Jason se mostrou muito amável com Lili, carregando todas as caixas sem permitir que elas levasse uma única, e sempre estava bem humorado fazendo piadas sobre o tempo e sorrindo para Lili em busca de incentivo que ela sempre dava, quando todas as caixas estavam na mala do carro, Enrica pegou a única coisa sua que havia ficado na casa, seu guarda chuva amarelo que havia ganhado do pai quando criança, embora ele fosse grande demais para a pequena Enrica hoje em dia lhe servia bem, Enrica olhou uma última vez para os retratos em cima da lareira e nas paredes da sala, em suas fotos de bebê Henry estava em todas, mas dos cinco anos para cima eram apenas ela e Lili, e em algumas fotos mais atuais Jason, o irônico era que ela já conhecia ele suficientemente bem para saber que ele era perfeito para sua mãe.

Enrica acreditava que o amor surgia principalmente pela afinidade, se você não pode ter alguém que te ame e entenda todos os segredos da sua alma qual seria o propósito do casamento, se afinidade não era o começo de algo Enrica não sabia o que poderia ser, e isso eles tinham de sobra, haviam se conhecido na cozinha do Makdover quando ela havia começado a trabalhar lá meses atrás, e desde de então ficavam nesse flerte infinito que começava a irritar Enrica, porém ela não conseguia pensar em duas pessoas que estivessem em igual sincronia como aqueles dois.

Ela sabia que ela era a culpada pela mãe não tomar uma iniciativa, ela gostaria de saber como poderia dizer a ela que realmente não se importava com quem ela ficasse portanto que fosse feliz, Lili parecia não entender isso.

-Acho que essa era a última Jason. -Lili diz com uma expressão agradecida por trás do seu sorriso meigo.

-Acho que devíamos ir, é uma viagem longa e demora o dobro do tempo de carro. -Jason cruzando os braços no peito largo pelo frio.

-Tem razão o tempo tá péssimo vamos acabar nos atrassando. -Observa Lili afastando a cortina da janela da sala e espiando o tempo lá fora.

-Acho que tem razão. -Jason diz com um meio sorriso. -Posso dirrigir? -Pergunta Jason como quem não quer nada.

-Claro, só tome cuidado com ele, faz tempo desde de os bons dias. -Lili alerta pegando a chave no bolso e atirando para ele.

-Então essa lata velha já teve dias de glória. -Jason diz pegando a chave no ar.

-Ei não fale assim da Berry, ela tem sentimentos, e vai atolar a gente na lama como vingança. -Enrica brinca abrindo o guarda chuva.

-Vou tentar evitar que isso aconteça. -Jason garante com um sorriso largo.

Então após um breve silêncio Lili pegou o guarda chuva de Enrica e saiu porta a fora se expondo a chuva em seguida ambas se encolheram ali, e correram até o carro, minutos depois Lili voltou para buscar Jason e trancar a casa.

Destino imperfeitoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora