You Hate Me While I Love You

Capítulo 12

- Eu não estou pronta para te deixar ir. –Eu sussurrei de volta, sabendo que ela precisava de mim.

- Eu não estou bem, mas eu vou ficar, eu só me precipitei ao pensar que ela pudesse ter interesse em mim. Ontem ela não parava de me perguntar sobre minhas amigas e agora eu sei o motivo. –Ela riu secamente – Lauren, antes daquela mensagem estúpida que ela me enviou, eu nunca havia pensado que ela pudesse sequer olhar na minha direção, então eu meio que voltei à estaca zero agora. Vai conversar com a sua garota! Sabe-se lá o que ela está pensando. Ela estava bem puta quando chegou ao estacionamento. –Eu pude sentir a alegria verdadeira quanto ela riu novamente – Você está tão fodida quanto eu, Jauregay.

Camila's Point Of View

- Por que você me falou que ela gostava de mim? –Lucy perguntou enquanto eu assistia a interação entre Vero e Lauren. Pelo canto do olho, eu percebi que Lucy também estava com o olhar grudado nas duas.

"E agora, Camila?"

Tudo culpa da Jauregui! Ela me falou que gostava da magricela. Quando eu iria imaginar que na verdade ela era apaixonada por Vero?

Eu decidi ser parcialmente sincera.

- Desculpa, para dizer a verdade, Lauren e eu não somos amigas. Estamos mais para inimigas mortais e a idiota mentiu para mim dizendo que gostava de você. Decidi te contar porque achei que você iria ignora-la ou coisa parecida, mas eu não sabia que você gostava dela. –Eu olhei para Lucy.

- Como não gostar dela? –Ela apontou para Lauren que ainda conversava com Veronica. – Ela é maravilhosa! –Ela deu de ombros – Enfim, vou ter que superar porque dá para ver que aquelas duas se gostam de verdade. Pelo menos sua mentira valeu um beijo! –Ela sorriu e começou a se afastar. –Tchau, Cabello! –Eu sorri sem mostrar os dentes e voltei meu olhar para Lauren e Vero, vendo-as se despedirem enquanto Vero empurrava sua bicicleta para o compartimento de bicicletas e Lauren vinha correndo até onde eu estava.

Ela tinha muitas explicações a me dar.

- Oi... de... novo, Camz! –Ela sorriu ofegante enquanto apoiava as duas mãos nos joelhos e comecei a desferir tapas em seu braço, sentindo-me furiosa pelo chupão, pela mentira, pelo beij... por tudo!

- Eu vou acabar com você Jauregui! Já viu o que você fez no meu pescoço? – Apontei para o local onde eu sabia estar a marca. – Você quase arrebentou minha artéria com a boca, sua idiota! Além disso, mentiu para mim ao dizer que gostava da magricela com bafo de cigarro! –Gritei enquanto ainda desferia tapas em seu braço.

- Calma Camz, eu posso explicar! –Ela respondeu tentando se defender e eu só parei de bater nela porque senti minha mão começar a latejar.

- Estou esperando. – Eu cruzei o braço na frente dos seios e meu pé direto começou a bater freneticamente no chão. Ela olhou para o estacionamento já quase vazio e segurou meu cotovelo, me levando em direção à moto ridícula dela.

- Vamos sair daqui antes que alguém nos pegue. –Ela me estendeu um capacete e eu peguei enquanto lhe entregava minha mochila.

Conseguimos sair do colégio sem sermos pegas e Lauren me levou até um parque que havia um pouco distante dali. Durante o percurso, eu me perguntava o motivo de estar ali naquela garupa, abraçando a cintura de Lauren ao invés de apenas tê-la xingado e batido nela como eu sempre fiz. A resposta era que eu queria ouvi-la. Desde a noite anterior minha cabeça estava uma merda e conversar com ela talvez me trouxesse as resposta das quais eu precisava.

Nos sentamos num banco sob a sombra de um carvalho e ela quebrou o silêncio.

- Desculpa... –Meus olhos imediatamente foram para o seu rosto e ela estava séria. – Não foi minha intenção deixar seu pescoço marcado.

- Por que você falou para mim que gostava da Lucy? Por que você plantou a Lacinho? –Eu ignorei seu pedido de desculpas, querendo sanar minhas primeiras dúvidas. Ela desviou o olhar do meu e suspirou, olhando para o parque quase vazio.

- Ao contrário do que você pensa, eu não te odeio. –Obvio que ela me odiava, se vivia me infernizando era porque me odiava – E sempre quis ver uma planta crescer. Como sempre soube da sua fascinação por bananas, pensei: por que não? –Ela deu de ombros – Eu sabia que se você soubesse que as bananas eram presentes meus, você não as aceitaria então eu deixei você pensar que eram presentes da minha mãe. A resposta para sua outra pergunta é parecida com essa. –Ela começou a mexer nos próprios dedos – Eu sabia que você gosta do babaca e resolvi te ajudar, mas sabia que você não aceitaria a minha ajuda se eu não apresentasse um motivo para isso, por isso, inventei que gostava da Lucy.

- Mas não imaginava que ela pudesse gostar de você, não é? – Perguntei baixinho e ela assentiu. –Por que não me disse isso antes? –Ela revirou os olhos e riu.

- Camila, você me odeia desde o instante que me conheceu, até parece que eu dizer uma coisa assim iria adiantar alguma coisa. –Eu não conseguia acreditar que aquelas palavras iriam sair da minha boca, mas mesmo assim eu as disse.

- Eu quero continuar as lições. –Ela imediatamente voltou o olhar surpreso para mim.

- Quê?

- É surda? Você falou que quer me ajudar, não é? Sua mãe está certa e já está na hora de pararmos de nos comportar como se tivéssemos cinco anos. Vamos continuar com as lições e eu verei ou não se posso confiar em você e tê-la como amiga. –Eu a vi olhar para os lados sem mover a cabeça.

- Ter-me como amiga?

- Sim. - Ela ficou em silêncio por alguns instantes.

- Ok, então hoje vou leva-la ao cinema!

- Cinema?

- Sim, ué –Ela deu de ombros – Se Shawn a chamar para um encontro, você deverá saber como se comportar.

- Mas... – Ela me interrompeu.

- Mas nada, Cabello! Hoje vou leva-la ao cinema e ponto final.