Capítulo I - Holmes Chapel, Cheshire

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O garoto sentou-se em sua carteira, guardou o celular no bolso e endireitou os óculos assim que Miss Robin, a professora de biologia, adentrou a sala.

- Bom dia! – cumprimentou a mulher de baixa estatura.

Ruivíssima, de feições rechonchudas e amigáveis, Annabeth Robin era uma das professoras favoritas de Harry

– Hoje nós receberemos um novo aluno! Seu nome é Louis William Tomlinson e eu quero que o recebam com educação e o tratem bem! – pediu a senhorita, passando seus expressivos olhos castanhos pelos rostos curiosos dos alunos. – Junte-se a nós Louis, por favor! – convidou a professora, com o braço esticado em direção à porta.

Tão logo, os rostos curiosos se distorciam assustados. Olhos arregalados e bocas escancaradas recepcionaram o novo aluno.

Dono de um visual nada habitual para a pequena Holmes Chapel, Louis trajava uma camiseta negra com um letreiro vermelho-sangue estampado, o qual dizia “God Save the Queen”, além de calças jeans justas que moldavam suas pernas, com rasgos estratégicos nas regiões dos joelhos. Os coturnos surrados subiam até suas canelas, e em torno de sua cintura, um cinto de tachas de metal estava preso. Seus braços bem torneados eram estampados com várias tatuagens negras, as quais remetiam sua pele a um gibi de HQ ou alguma obra de algum pintor futurista insano. As unhas, ligeiramente cumpridas, haviam sido esmaltadas com a cor negra, no mesmo tom do lápis que contornava seus olhos “amendoados” cuja coloração era mista de um distinto azul-esverdeado. Piercings adornavam o rosto de matiz bronzeada, na região da narina esquerda, lábio inferior e também um pouco abaixo da boca. Os cabelos castanhos claros possuíam algumas nuances de vermelho nas pontas arrepiadas, e dois alargadores pequenos encaixavam-se nas orelhas do garoto, assim como o par de fones em seu ouvido.

Louis era um punk, o típico delinquente que nenhum pai ou mãe quer perto de suas crias. Colecionava olhares espantados dos mais jovens e carrancas feias dos mais velhos, e sequer se importava com o que dele pensavam ou deixavam de pensar a seu respeito. Ao menos era autêntico na forma com que adotou seu visual e sua postura. Talvez um pouco rebelde, afinal, já havia completado dezoito anos e ainda estava cursando o segundo colegial. Não que isso importasse, na verdade, só havia retornado à escola a pedido da mãe, Johanna.

- Louis? – chamou a professora, sendo deliberadamente ignorada, já que sua voz não poderia competir com o riff da guitarra de Sid Vicious que soava altíssimo no ouvido do garoto. Os olhos taciturnos contornados de negro analisavam o ambiente, até se focarem na professora que gesticulava ao seu lado. Retirou um dos fones ao concluir que a mulher queria sua atenção, e só então pôde ouvi-la.

- Sim? – questionou, removendo a mochila surrada do ombro.

- Mr Tomlinson, eu gostaria que você se apresentasse aos seus novos colegas, para que possam conhecer um pouco sobre você. – pediu a professora. Em seus lábios, um sorriso nervoso podia ser notado.

- Não acho necessário. Não vim aqui em busca de colegas. – respondeu Louis, enquanto adiantava-se por entre uma das fileiras de carteiras, aproximando-se de um lugar vago. Atirou a mochila sobre o tampo da mesa, causando um baque surdo e alto. Jogou-se na cadeira, de braços cruzados, encarando a pobre educadora com ar desafiador.

- Bom, se é assim, seja bem-vindo! Espero que você possa mudar esse seu pensamento e tentar se entrosar com os outros alunos. – disse a ruiva, soltando um risinho um tanto nervoso. – Quem se disponibiliza a apresentar a escola ao Louis? – questionou, voltando a mirar os outros alunos com os olhos esperançosos.

Como o esperado, ninguém se prontificou a “ajudar” o novo colega. Ninguém parecia sequer querer respirar o mesmo ar que ele.

- Harry, você poderia fazer essa gentileza ao Louis? – pediu a mulher, voltando aqueles mesmos olhos esperançosos ao garoto de cabelos cacheados.

Teenage KicksWhere stories live. Discover now