365 Dias de Inverno

Capítulo 72

Dizer que eles conviveriam bem, não dizia que eles teriam algum tipo de compromisso que não fosse pais de uma criança que estava para nascer. Naquele mesmo dia em que a trégua foi proposta, eles não dormiram juntos, mesmo depois de terem transado outra vez. Mas, Anahí realmente estava tentando fazer as coisas ficarem em paz.

Nos próximos dias em que se passaram, Anahí ignorou menos a presença de Alfonso, e tentava se acostumar com ela. A próxima consulta havia chegado, e não era preciso ela avisar a Alfonso, ele já tinha todas as datas em sua agenda, e não perderia por nada. Mas mesmo assim, naquele dia durante o café da manhã ela o lembrou, perguntando se ele iria, e obviamente ele lhe confirmou que sim. Alfonso ficou feliz com os andares que eles subiam a cada dia na enorme escalada que havia sido colocada para eles.

Alfonso: Me desculpe a demora, eu peguei um transito horrível vindo para cá. –falou ofegante chegando a sala de espera da clinica, sentando-se em uma cadeira ao lado de Anahí- Por favor, me diga que ainda não foi chamada. –pediu com um suspiro-

Anahí: Na verdade já. –respondeu- Mas pedi para colocarem as outras na minha frente para dar tempo de você chegar. –confessou, vendo o olhar dele brilhar, encarando-a-

Alfonso: Oh, obrigado. –falou surpreso, um sorriso brincando em seus lábios. Anahí ignorou a surpresa dele, revirando os olhos. Ele a observou melhor e ela minha a mão direita pousada na pequena bolinha que era sua barriga, com um olhar triste olhando a própria mão acariciando-a- O que há? –perguntou agora sem o sorriso, montado na postura preocupado que sempre era, quando havia algo com ela e o bebê-

Anahí: Nada. –disse num suspiro, e então seu olhar subiu, indo até uma outra grávida que havia na sala, um pouco longe deles- Minha barriga é tão pequena. –falou segundos depois, fazendo Alfonso olhar na direção em que ela olhava- Aquela mulher está na mesma quantidade de semanas do que eu, e olha só sua barriga. É enorme. –constatou com a voz triste. Alfonso voltou o olhar para ela e ela estava mesmo desapontada com isso. Ele nunca a vira assim, desde quando se reencontraram-

Alfonso: Deve ser gêmeos, ou trigêmeos. –falou, fazendo ela o olhar com os olhos semicerrados, e ele riu- Não fique assim, você sabe que está tudo bem. Sua barriga só é pequena por causa da pré-eclâmpsia. –a lembrou, vendo ela suspirar longamente, voltando a olhar para a própria barriga- Nosso bebê é saudável Anahí, não se preocupe. –continuou, sentindo-se bem falando "nosso bebê". Era o vinculo que nunca nada e nem ninguém poderia arrancar deles. Ele estaria ligado a ela para sempre por causa daquele filho que ele já amava tanto. Era a certeza que ele tinha de que mesmo que ela nunca mais o amasse de volta, ainda sim ele estaria por perto-

Anahí deu outro longo suspiro, e em seguida a recepcionista os chamaram. Logo depois, os dois já estavam na sala de ultrassom, com Anahí vestida com uma roupa hospitalar e a barriga descoberta. Alfonso estava ao seu lado, com as mãos apoiadas na maca que ela estava deitada. Os dois olhando atentamente para a tela do computador.

- Então vamos lá... –iniciou, colocando o aparelho sobre a barriga de Anahí-

Anahí: Está tudo bem, não é? –perguntou apressada-

Alfonso: Doutor, ela está preocupada porque a briga está pequena. –contou, interrompendo-a-

- Acalmem-se. –falou com um riso- Apesar do seu estado Anahí, está tudo bem com seu bebê. –contou, olhando para a tela, e apontando com o dedo- Vejam, está tudo bem, olhem as perninhas, os braços, mãos, pé... –falava enquanto mexia o aparelho, espalhando ainda mais o gel sobre a barriga- O crânio já bem formado. E vejam só... Hoje as pernas não estão cruzadas. –Anahí o olhou, com os olhos marejados, um alivio inexplicável lhe tomava conta por saber que estava tudo bem. Algo nunca sentido antes, era um sentimento bom, um sentimento totalmente altruísta- Estão prontos para saber? –perguntou encarando os dois, que se olharam ansiosos, assentindo- Anahí, Alfonso, vocês terão uma menina. –anunciou-