Capítulo 30

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À noite, Alfonso mal conseguia conter o próprio sorriso. Ele nem conseguia acreditar que finalmente voltaria para sua casa. Nem se incomodou com a viagem até o Brooklyn, quando chegou ao prédio, correu até a portaria. Seu apartamento ainda estava vazio, e ele suspirou aliviado. 

- Você pode ficar com ele. –falou a senhora, recebendo o cheque que ele lhe dera- Ficou vazio até agora, então provavelmente está tudo como você deixou. –Alfonso sorriu, recebendo as chaves e subindo as escadas até o quarto andar, sim, não tinha elevador-

Ele entrou no apartamento e realmente estava tudo como ele havia deixado. Ele alugara o apartamento mobiliado, por isso não faria mudança. Ele correu até o banheiro, para um longo banho.

O dia na PATT havia sido exaustivo mais uma vez, e sabia que seria sempre assim. Mas aquilo, estranhamente não o incomodava mais. Ele estava conseguindo dar um jeito em sua vida, e isso lhe deixava feliz.

Ginnifer: Oh, Alfonso, que maravilha. –falou animada sentada em seu sofá. Ele sentado ao seu lado, contando que recuperara o apartamento. Ele havia comprado uma caixa de cerveja no qual ele já bebia, e ela estava com um copo, brindando com um suco- Vou mandar flores a sua amiga, por ter lhe emprestado o dinheiro. –Ginnifer trabalhava em uma floricultura, então, tudo para ela eram flores-

Alfonso: Ginni, ela não é minha amiga. –respondeu sorrindo irônico-

Ginnifer: Como não? Ela lhe emprestou dinheiro. Ela é sua amiga! –insistiu, bebendo seu suco-

Alfonso: Se você a visse, deixaria de ser tão teimosa. –respondeu, virando a garrafa de cerveja na boca-

Ginnifer: Deixe de ser exagerado.

Alfonso: Exagerado? –gargalhou- Certo. Vá levar suas flores a ela, para ver se ela não vai lhe lançar um olhar mais gelado que o próprio gelo.

Ginnifer: Uou, tão ruim assim? –perguntou com uma careta-

Alfonso: Depende do ponto de vista. –suspirou- Com o namorado ela não parece nem um pouco a Elsa rainha do gelo, como é normalmente.

Ginnifer: Ela tem um namorado? –perguntou surpresa. Por tudo que Alfonso falava dela, ela a imaginava uma mulher solitária e infeliz-

Alfonso: Tem. –contou- E um dia foi eu. –lembrou sorrindo olhando o chão-

Ginnifer: Você a namorou? –perguntou ainda mais surpresa-

Alfonso: Sim, quando estudamos juntos. –o sorriso já não estava mais em seus lábios. E ele continuava encarando o chão- Ela era a maior nerd do colégio. –o fantasma do sorriso surgiu com a lembrança, mas logo sumiu outra vez- Ela era tímida, usava um óculos e acredite, era completamente desajeitada.

Ginnifer: E você se apaixonou... –falou, os olhos brilhando lhe observando-

Alfonso: Não. –respirou fundo- Ela era uma nerd... Estranha. –lembrou- Eu nunca tinha a visto antes até o dia em que nos juntaram em um trabalho de matemática. Eu era um adolescente muito imaturo, acredite. Eu me deslumbrei quando soube que ela era rica. Me aproximei, ela já era apaixonada por mim secretamente... Nós namoramos dois anos, e ela ganhou uma viagem para a África, e ia ser voluntaria lá por alguns anos, era o sonho dela. Mas, no dia em que ela iria viajar, não sei o que aconteceu e ela não foi. –sorriu outra vez, ironicamente- Eu estava em casa, no meu quarto, com Angelina, uma garota com quem eu a traía. E ela nos flagrou, na cama. Depois de eu ter tirado a virgindade dela e dizer que a amava, como ela me amava. –o rosto dele era sério, duro. Ele nunca havia parado para pensar em sua história, e agora, falando em voz alta, era... Ridícula-

365 Dias de InvernoWhere stories live. Discover now