Capítulo 24

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Quando voltaram a empresa, as duas enfrentaram um grupo de japoneses em uma reunião. Anahí tinha Dulce sentada ao seu lado, que agora mantinha uma postura completamente séria. Anahí comandava a reunião com apresentações e discursos capitalistas. Não é a toa sua fama no mundo dos negócios, tampouco é por causa de sua beleza indiscutível, Anahí é realmente boa no que faz. Ela é firme, sábia e habilidosa. Para no final, tudo sair como ela planejara. Ela não falhava.

Já era noite quando Anahí chegou em sua cobertura no Upper West Side, a sua nova casa. Assim que ela foi para a Inglaterra, havia colocado a antiga casa, no Nate Village para venda. E quando retornou, foi atrás de outra. Anahí comprou uma das coberturas mais luxuosas de Nova York, ainda localizada em Manhattan. Era um duplex enorme e impecável, oferecendo todo o conforto que ela precisa quando chega em casa após um exaustivo dia de trabalho.

A cobertura é ampla, com as paredes brancas e o piso marfim. Após a pequena entrada onde havia apenas uma mesa com um vaso, vinha sua enorme sala, com sofás de couro branco e decorada com o que podia ter de melhor. Mais adiante da sala, passando a entrada do corredor, havia uma varanda, com uma piscina aquecida onde a lua era refletida sobre a água. Ainda na sala, havia uma escada com degraus transparentes em formato de caracol, que a levava Anahí a sua suíte e aos quartos de hospedes. No andar debaixo, seguindo o corredor, também havia a cozinha e áreas de serviço, grandiosas como todo o resto.

Após o banho de banheira, Anahí finalmente se permitiu usufruir do conforto de sua suíte, sentindo o macio de seu colchão relaxar todos os seus músculos, lhe entregando ao sono.

-

Longe de todo aquele luxo, mas não muito longe de Manhattan, no Brooklin, está o outro protagonista da nossa história. Deitado sobre um sofá, no pequeno apartamento de Ginnifer, uma velha amiga, estava Alfonso.

Ginnifer, é a única amiga verdadeira de Alfonso. Após a morte de Ruth, há seis anos, foi difícil para Alfonso manter o aluguel da casa em Manhattan onde vivia com a mãe, e então ele se mudou para o Brooklin, onde conheceu Ginnifer. Eles eram vizinhos, e Alfonso conseguia administrar bem a vida financeira que levava. Ele havia se envolvido com Regina, uma mulher mais velha, rica e que lhe bancava. Após uma briga, Regina o deixou, e ele tampouco foi atrás. Ela havia lhe dado um carro, relógios, um guarda roupa de grandes grifes e pagava mensalmente seu aluguel. Quando o romance acabou, Alfonso se viu vendendo o que tinha para pagar o restante das despesas. Não durou muito tempo. Três meses depois, ele foi despejado, tendo que se abrigar na casa da única amiga que tinha.

Mas havia um problema. Ginnifer estava grávida do namorado, Josh. Os dois estavam reformando o único quarto de hospedes que tinha no apartamento para o bebê, e por isso Alfonso passava as noites no sofá da sala da amiga. Ele sabia o quanto estava sendo inoportuno, mas estava realmente difícil conseguir dinheiro. Emprego em Nova York era difícil, e para quem não tinha qualquer tipo de experiência, era pior ainda. Até havia ido outra vez atrás de Regina, mas a mulher havia reatado com o ex-marido. Ele estava realmente sem saber o que fazer.

Era noite, e Josh estava pintando o quarto do filho, Alfonso ajudava no que podia, e Ginnifer com sua barriga de sete meses, os observava.

Ginnifer: Josh, você vai manchar o piso. –ralhou, já pela terceira vez-

Josh: Certo. –falou, erguendo o pincel- Alfonso, você pode pegar alguns jornais na sala para forrarmos o chão? Antes que minha querida namorada tenha nosso filho aqui mesmo.

Alfonso: Claro. –disse com um sorriso-

E ele foi, voltando segundos depois com uma pilha de paginas de jornais. Os dois começaram a forrar o chão com o jornal, tranquilizando o coração de Ginnifer.

Ginnifer: Alfonso, você saiu hoje, conseguiu alguma coisa? –perguntou casualmente, passando a mão na barriga-

Alfonso: Não. –respondeu num suspiro- Fui até em uma agencia de modelos hoje, mas tinha que ter um book fotográfico, que obviamente eu não tenho. –contou, colocando os jornais sobre o chão-

Ginnifer: Que pena. Mas logo você consegue algo, vai ver. -falou, os observando forrar o chão- Não tem movimentação no seu apartamento, provavelmente ainda não alugaram. Pode ser que você ainda o consiga de volta.

Alfonso apenas assentiu com a positividade da amiga. Ele mesmo, que era o que mais precisava, já havia perdido as esperanças. Foi quando seus olhos se perderam sobre o jornal que acabara de abrir sobre o chão.

"Anahí Portilla é indicada pela terceira vez consecutiva ao prêmio Jovem Empresário do Ano, do New York Times".

Aquela frase, aquele assunto, o caderno de negócios do jornal, normalmente não chamariam tanto a sua atenção, como naquele momento. E nada tinha a ver com o mundo dos negócios, ou ao premio que falavam na manchete, e sim aquele nome, Anahí Portilla.

Ele não se lembrava muito bem quanto ao sobrenome, mas não eram muitas Anahí's que viviam em Nova York. Será possível, aquela ser a Anahí que ele um dia namorou? Ele tinha quase certeza que sim. Portilla não era muito diferente do que ele pouco lembrava.

Rapidamente uma luz acendeu em sua mente. Anahí era uma pessoa caridosa, gentil... Apesar de tudo o que aconteceu entre eles, ele ainda se lembrava do quanto ela era bondosa, generosa e solidária. E tanto tempo já havia se passado... Ela com certeza já o perdoou. 

Era isso, Anahí o ajudaria. 

365 Dias de InvernoWhere stories live. Discover now