Capítulo 29

3.3K 196 30
                                    

Alfonso sentia que havia dormido apenas alguns minutos quando o despertador lhe acordou no dia seguinte. Saiu cedo de casa rumo a Manhattan, respirando fundo o ar da ilha que parecia até mais leve que o ar do Brooklyn. Quando chegou a empresa, foi direto ao vestiário vestir o seu uniforme. Lá vinha um longo dia mais uma vez.

Emma: Oh, até que enfim achei você. –falou ofegante, encontrando Alfonso no penúltimo andar, limpando algumas vidraças- Alfonso, não é?

Alfonso parou o que fazia, descendo da pequena escada que estava e indo até ela, assentindo. Ainda era cedo, ele havia acabado de começar os afazeres.

Emma: Venha comigo. –falou se recompondo- Srta. Portilla mandou lhe chamar.

Alfonso: Você sabe do que se trata? –perguntou curioso. Não conseguia pensar em nada que ela pudesse querer falar com ele, apesar de que, secretamente, ele esperasse por isso-

Emma: Não faço a menor ideia. –confessou, caminhando junto com ele até o elevador- Ela nunca, e eu disse nunca, chama funcionários em sua sala. Quando quer demitir alguém apenas manda a ordem pro RH. –falou e Alfonso assentiu, absorvendo- Ela nem ao menos contrata alguém como o contratou. Ela não é muito caridosa assim, de dar emprego a quem pedir. –ouvir alguém dizer que Anahí não era caridosa soava tão irônico que fez Alfonso sorrir de canto-

Alfonso: Nós já nos conhecíamos, há algum tempo. –falou já quando entraram no elevador- Estudamos junto, no colegial. –contou, e Emma o olhou surpresa- Acredite, ela não era assim.

Eles não tiveram mais tempo de falar mais nada devido as portas do elevador que se abriram. Emma caminhou elegante até sua mesa, interfonando para Anahí, que mandou Alfonso entrar. Duas batidas na porta, e ele entrou. Anahí estava sentada em sua cadeira, em seu lugar. Impecável e impassível, como sempre. Os cabelos estavam em um coque frouxo, deixando alguns fios caídos na frente. O rosto estava maquiado, como nos outros dias que ele a viu. Usava um vestido branco justo, indo até os joelhos, com um decote em V, e manga três quartos.

Alfonso: Mandou me chamar? –falou, e ela levantou o olhar para ele, como se só agora percebesse a presença dele ali-

Anahí: Oh, sim. –falou erguendo a cabeça, parando de assinar os papeis que assinava, podendo o observar melhor e vê-lo com o uniforme, que na noite anterior não pôde admirar muito bem. Estava um charme- Tome. –falou esticando um envelope na direção dele, que o pegou- Ai está o que eu prometi. Deve dar para recuperar seu apartamento. –ele já havia aberto o envelope e tirado um cheque assinado por ela de lá. Ele arregalou os olhos, surpreso, quase rindo de felicidade- Cada mês será descontado uma parte do seu salário, até cobrir o cheque. –completou-

Alfonso: Sim, claro. –disse sorrindo- Muito obrigado, eu nem sei...

Anahí: É só isso. –o interrompeu, já sem olhar para ele e voltou a assinar os papeis a sua frente-

Alfonso suspirou frustrado, se retirando. Estava feliz, finalmente, teria seu apartamento de volta. Bendita seja. Ainda sorrindo, ele deixou a sala de Anahí, quase esbarrando com um homem próximo a porta. Ele o reconhecia, era o mesmo do dia anterior, que a beijara. Ele estava próximo a mesa de Emma, que agora tinha o telefone no ouvido.

Emma: Pode entrar Sr. James. –anunciou, e o homem entrou na sala. Alfonso se aproximou dela- E então? Está tudo bem? –perguntou preocupada-

Alfonso: Sim. –respondeu aliviado- No fundo ela ainda tem um pouco de generosidade. –falou e Emma revirou os olhos, como se ele falasse o maior absurdo de todos os tempos- Escute, esse que entrou agora, é marido dela? –perguntou sem se conter-

Emma: Marido? Oh, não. É namorado. –respondeu sorrindo- Você não o reconheceu? –Alfonso a olhou confuso- Em que mundo você vive Alfonso? É Theo, Theo James. O jogador do Yankees. Como pode não conhecê-lo? –perguntou inconformada-

Alfonso: Não sou muito ligado em beisebol, sempre preferi basquete. –respondeu em um suspiro- Até mais, Emma. –se despediu, indo até o elevador-

-

Anahí: Já está com saudades de mim, querido? –perguntou levantando-se de sua cadeira assim que o viu entrar- Você passou a noite na minha cama. –debochou-

Theo: Eu sempre sinto saudades, baby. –respondeu sorridente, indo até ela e beijando-a-

Anahí: Ao que devo a honra? –falou, amparando-se na mesa logo atrás-

Theo: Acabei de falar com minha mãe, ela está organizando um almoço pro feriado 4 de julho. –suspirou, cauteloso- Ela reclamou que eu nunca a levo, e mandou lhe convocar. –pausou, selando seus lábios aos dela- O que me diz?

Anahí: Theo, você sabe que eu não posso viajar, tenho que trabalhar. –disse se esquivando dele, e voltando a sua cadeira- Eu sinto muito querido, não será possível. Mandarei um presente para ela, me desculpando.

Theo: Anahí, ela não quer presente. Quer conhecer minha namorada. –respondeu ainda de pé, a encarando- Já namoramos a três anos e você nunca foi.

Anahí: Querido, eu comando a maior empresa de comunicação dos Estados Unidos. –explicou, como se estivesse falando com uma criança- Não posso viajar assim, do nada.

Theo: Anahí, é minha mãe. Falta ainda algumas semanas, dá para você se organizar até lá, vamos aproveitar enquanto os jogos da temporada não começam. –pediu- Nós nunca viajamos juntos, baby.

Anahí: Claro que já viajamos juntos. –responde com uma careta, como se ele a ofendesse- Várias vezes.

Theo: Sim, sempre quando você viaja a negócios e eu vou até você. Fora isso, nunca. –insistiu, e ela suspirou-

Anahí: Theo, eu adoraria, de verdade. Mas não poderei. Me desculpe.

Theo: Tudo bem Anahí. Faça bom proveito do seu trabalho. –respondeu irônico, saindo logo em seguida-

Problemas, problemas, problemas.

365 Dias de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora