Capítulo 25 - Caixa de mentiras

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Demorei-me encarando e cocei a garganta antes de responder, com a voz saindo quase como um ruído de lagartixa.

- Ah. Certo, obrigada. - Eu me levantei da mesa, desconfortável. - Já está na minha hora, vejo vocês mais tarde.

Depois que saí, ainda consegui escutar alguém sussurrar:

- O que diabos acabou de acontecer?

Não sei quem havia feito a pergunta, mas eu também queria saber a resposta dela, pois nem eu mesma sabia.

Duas horas depois, quando a aula de história havia acabado, eu já sentia meu corpo fraco, dolorido e sedento pela minha cama. Mas aí me lembrei de que Peter havia matado aquela aula e que nós iríamos na rua agora, mesmo com meu corpo dizendo para me aconchegar nos meus lençóis o mais rápido possível.

Quase que rastejando, cheguei ao meu armário e depositei tudo o que não iria precisar ali, peguei meus livros da bolsa para transferi-los de lugar. Logo quando puxei o módulo de literatura, o envelope grosso e vermelho que eu havia pego na caixa de correspondência de manhã cedo, caiu no chão.

Nem precisei me abaixar para pega-lo, uma vez que Sally fez isso por mim.

- O que é isso? - Ela franziu as sobrancelhas bem feitas.

- Acho que você já sabe a resposta, Sally. - Falei, pegando-a de sua mão e jogando na bolsa sem nem tentar ser delicada.

Fechei o armário e comecei a ir para o estacionamento, no entanto, logo quando me alcançou, Sally ficou impedindo a minha passagem ficando na minha frente.

- Como ela conseguiu o seu endereço? E como chegou tão rápido assim?

- Não sei, provavelmente meu avô deve ter entrado em contato com ela ou algo do tipo. E eu também não sei, Sas, meu aniversário só é na próxima semana e eu já estou o odiando.

- Não seja tão pessimista, cherié. Que tal fazermos algo esse ano, hein? - Neguei com a cabeça e ela revirou os olhos. - Certo, ao menos dê a ela uma chance e leia logo essa droga.

- Eu não vou dar uma chance a ela. - Retruquei. - Estou muito bem ser fazer isso, obrigada.

- Vamos parar de nos referirmos a ela como ela. - Sally disse, começando a ficar irritada.

- Eu não vou ler uma carta estúpida de aniversário só porque a minha mãe, ausente e drogada, concedeu minutos preciosos de seu tempo para me escrever meia dúzia de palavras!- Quase gritei.

Na hora, eu me arrependi de descontar em Sally as minhas frustrações, mesmo com ela sempre dizendo que não se importava, que o quê realmente importava era eu falar sobre como me sentia. Vovô sempre me dizia que isso era um dos meus piores defeitos, isso e não apreciar a Madonna como deveria.

- Eu sei como é difícil, querida, mas já faz algum tempo. E mesmo você nunca ter lhe respondido, sua mãe sempre te manda esses cartões. Você deveria ao menos lê-lo antes de jogar fora.

- Se eu botasse algo com vida para fora do meu corpo, eu também me lembraria. - Resmunguei, querendo sair dali o quanto antes. - Ela pode até ser minha mãe, mas ela não é nada mais do que isso, uma nomenclatura para determinar quem me gerou no útero.

- Não refira a si mesma como algo, Brise. - Ela sussurrou, parecendo triste. - Você está sendo muito dura consigo mesma, e com ela também.

Passei por ela e voltei ao meu intuito inicial, me encontrar com Peter e chegar em casa o mais rápido possível.

- Volte aqui, Whitford. - Parei e me encolhi ao ouvi-la me chamar assim. - Eu sabia que você iria me atender caso eu te chamasse assim.

Me virei para ela.

Por trás do gelo [Em revisão]Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora