Capítulo Extra, por Apolo - Autocontrole

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 Uma das piores coisas da vida é ter que estudar feito um condenado para matérias que você não gosta, não se dá bem e não dá a mínima.

Mas é tudo em prol de uma boa faculdade, de uma boa bolsa e de um bom futuro, não é? Ao menos é o que meu pai faz questão de me lembrar toda vez em que nos falamos, o que significa três vezes por semana.

Às vezes eu desconfiava que se o colégio tivesse mais atividades extracurriculares, meu pai já teria me inscrito desde o primário. Não que ele fosse um homem ruim, por um lado eu o entendia, isso não significava, porém, que eu ficava feliz em ter todos os horários dos meus dias comprometidos.

Quase não me sobrava tempo para estudar, praticar artesanato e ter uma vida. Tudo por causa de uma bolsa universitária.

Goku, como de costume, estava deitado em seu lugar favorito da casa, na minha cama. Ao menos era o que eu pensava, até Whitford se mudar para cá com sua gata e meu fiel cão me trocar por uma felina setenta quilos mais leve. Meu celular tocou ao seu lado, o que o fez despertar e inclinar a cabeça em minha direção, como se reclamasse por ter tido sua soneca interrompida.

- Oi, mãe.

- Querido, estou te atrapalhando? - Ela perguntou. Olhei para o grosso livro de geografia política do oriente médio e neguei. - Que ótimo, meu bem. Eu estou meio ocupada no trabalho, então não precisam me esperar para o jantar, certo? Diga ao Alex para não se preocupar, o motorista particular do tribunal vai me deixar em casa.

- Ok, quer que eu guarde seu jantar?

Ela suspirou, parecendo sorrir.

- Você é uma benção, querido. - Falou. - Tenho que ir, me ligue qualquer coisa. - Mesmo se a casa pegasse fogo, eu não me atreveria a interrompê-la. Minha mãe não era conhecida como A Leoa dos Tribunais a toa. - Antes que eu me esqueça, peça ao seu irmão que arrume logo quarto dele, juro que entrei lá esses dias e me vi em uma rua da Coréia do Norte.

Essa era minha mãe, exagerada na medida certa.

- Claro. Bom trabalho, te amo.

- Também te amo, filho. Até mais tarde. - Se despediu e eu desliguei o telefone.

Meu cachorro não mais dormia, apenas me encarava sentando sobre os meus lençóis.

- O que acha de me ajudar na cozinha, rapaz?

Son Goku gostava de comer, já fazer sua própria comida não era, obviamente, com ele.

Antes que eu pudesse jogar o telefone na cama novamente, ele começou a tocar e o nome do meu melhor amigo apareceu na tela.

- Achei que demoraria menos para você perceber que o grande amor da sua vida sou eu, não Samantha.

- Você não faz meu tipo, cara. - Gregory respondeu. - Quem sabe quando você cortar o seu cabelo a gente chega em algum acordo?

- Sem chance. - Respondi sério.

Era fato que meu cabelo estava maior do que jamais esteve, contudo estava bem mais bonito também. Logo, a idéia de cortá-lo nem passava pela minha cabeça.

- E então? Precisa dos meus conselhos incríveis para um primeiro nem tão primeiro encontro?

Gregory riu.

- Vai sonhando, Maddox. - Deixei que ele falasse o que queria. - Quando você pretendia me contar que reatou com Kristen?

- Eu estava querendo te dizer assim que você me contasse que começou a usar drogas com Peter e seus amigos. - Retruquei. - Não acredito que você deixou Sam sozinha para vir até a mim contar atrocidades.

Por trás do gelo [Em revisão]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora