Capítulo 9 - A advocacia está no DNA

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Acordei no dia seguinte em cima da hora. Mesmo tendo ido dormir cedo na noite anterior, eu estava morta de cansaço. Dormi tão cedo que nem respondi as mensagens de Sally, nem as do meu pai.

Droga, havia me esquecido que iria vê-lo na escola, mais precisamente na sala do diretor Nypon.

Assim que terminei de me arrumar, desci em disparada à cozinha, decidida a não comer nada e ir diretamente para a escola. Todavia, assim que entrei dentro do cômodo, me deparei com Arthur tomando café em sua xícara preferida.

— Art, você chegou! – mal dei tempo para o meu vôdrasto levantar-se direito e eu pulei em seus braços, enchendo-o de beijos. — Senti tanta a sua falta!

— Eu também, meu amor. Não vou mais deixar vocês – Art falou, abraçando-me forte.

— Ainda bem! Você não pode me abandonar com essa criatura desnaturada novamente.

— A sua gratidão me comove – vovô ironizou, mas veio até nós e se enfiou em nosso abraço.

Ficamos assim por um tempinho até eu me lembrar de que eu já estava atrasada aquela altura.

— Eu tenho que ir – me soltei deles. — Amo vocês!

Ainda ouvi Art reclamar que não comi nada, mas não me importei. Oliver já estava me esperando do lado de fora e tratei de me apressar ainda mais.

Chegamos na escola e a primeira pessoa que vi foi Amélia. Ela estava me esperando próxima ao meu armário para irmos juntas à sala do diretor Nypon, achei fofo de sua parte, principalmente porque quase não conversamos depois do ocorrido.

Quase chegando na sala do diretor, senti um enjoo típico de quando eu passava muito tempo sem comer. Sentia minha pressão abaixando e disse para Amélia que precisava ir ao banheiro, ela quis ir junto comigo, mas agradeci e disse que não precisava. Segui até o banheiro feminino e joguei água gelada no rosto e na nuca. Eu precisava comer alguma coisa, mas não tinha nada na bolsa, o que significava que eu teria que aguentar até o almoço para botar alguma coisa no estômago.

Saindo do banheiro, esbarrei em alguém e fui ao chão. Se a situação fosse outra e eu estivesse com forças no corpo, eu não teria caído, mas a situação era aquela e eu estava pateticamente com a bunda no chão.

— Whitford, você está bem? – Apolo se abaixou e colocou a mão na minha testa. — Você está sem cor nenhuma e gelada, você comeu alguma coisa hoje?

Afastei sua mão de mim e tentei me levantar sozinha, entretanto tudo ficou preto e eu quase caí novamente.

— Vou tomar isso como um não – suas mãos seguraram-me pela cintura e pelo braço.

— Eu estou bem – menti. 

— Claro que está – Apolo disse sarcástico. Ele tirou uma barrinha de cereal de dentro da mochila e me entregou. — Você tem que aprender a se alimentar, Whitford.

— E você tem que aprender a esvaziar pneus alheios sem deixar provas – ralhei, jogando o anel prata com seu nome gravado que achei trocando o pneu, em sua direção.

Não o escutei quando ele me disse para voltar, porque a) eu já estava atrasada para a "reunião" com o diretor; b) não tinha absolutamente nada com o que Apolo e eu pudéssemos conversar e c) eu era bem orgulhosa.

Por trás do gelo [Em revisão]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora