Capítulo 15 - Quando as coisas começam a fluir

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Geralmente em filmes, quando alguém diz alguma coisa absurda, nós que estamos assistindo ficamos ou indignados, ou rimos ou as duas opções juntas. Esse era meu caso naquele momento.

— Oi? – perguntei incerta se tinha escutado direito. — Nós? Que diabos eu fiz de errado?

Provavelmente Apolo responderia nasceu, mas acho que até ele sabia reconhecer que seria muito pesado dar esse tipo de resposta.

— Trouxe o Adams para cá.

Eu quis rir, juro, quis muito rir, porque não era possível que estava fadada a algum castigo somente por conta da presença de Peter. Tudo bem que não informei nada ao meu pai ou a sua noiva, mas qual é! Eu agredi uma garota, peguei detenção e não recebi nenhum tipo de punição! E estávamos falando sobre Apolo, ele não era meu pai, e foi isso que eu disse a ele, toda confiante e em bom tom.

— E você acha que seu pai vai fazer diferente, Whitford? – Apolo tinha um maldito dom da argumentação. — Se existe uma pessoa mais ciumenta que Alexander, ainda não conheci. É claro que ele vai ficar irado com isso e você vai acabar de castigo de qualquer forma.

— Qual vai ser a diferença do castigo dele para o seu? – perguntei desconfiada. — Porque se você acha que vai me manter presa aqui dentro ou que eu vou fazer todas as suas obrigações, você está muito, muito, mas muito errado.

Apolo cruzou os braços e revirou os olhos. Tive vontade de fazer o mesmo, mas me contive. Ele agia como um maldito irmão mais velho que estava se divertindo ao torturar a irmã caçula, era cruel!

— Não seja tonta – dessa vez revirei os olhos. — É claro que não vou fazer nada disso, ainda vou pensar.

— E desde quando você pensa? – rebati.

— Bem antes de você, pode apostar.

— Você parece um adolescente besta, sabia? Ficar nesse joguinho e tudo mais só fazem você parecer um cara na puberdade.

Apolo me encarou por um tempo até virar-se e ir para sabe-se lá onde. Aparentemente eu tinha deixado o Maddox sem argumentos e aquilo era o suficiente para alegrar o meu dia.

No entanto, o Universo estava mais do que disposto a me provar que o dia era longo e muita coisa podia acontecer.

Amélia acordou perto do meio dia. Ela surgiu na cozinha no momento exato em que seu irmão atravessou a porta da garagem. Apolo, Valentim e eu estávamos preparando nosso almoço, já que Alexander e Sol haviam ido almoçar na casa de um casal de amigos. Para ser extremamente sincera, os gêmeos estavam cuidando da parte pesada, eu só lavava as coisas que eles sujavam.

— Bom dia, bela adormecida – quebrei o silêncio.

Amélia olhou para mim agradecida e foi tomar água. O clima ficou pesado principalmente por nenhum de nós saber como agir naquela situação. Era uma coisa de irmãos e eu não tinha propriedade nenhuma para me intrometer.

— E então? – Greg cobrou. — Estou esperando você me explicar o seu sumiço, já que para a mãe e o pai você estava aqui estudando com a Brise – Céus! Tinham que meter meu nome no meio do fogo cruzado?

— Você quer que eu diga o que? – Ames retrucou. — Todas as coisas que você já sabe?

— Quero que você me diga o porquê de tanta bebedeira – seu irmão mais velho tornou a cobrar explicações.

— Porque eu quis – minha amiga disse firme e eu tive que me controlar para não soltar um uou, garota!

Se as coisas já estavam densas naquela cozinha, depois disso foi que piorou.

Por trás do gelo [Em revisão]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora