Capítulo 21 - Jogue como uma garota

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— Eu já estou indo, Whitford – Kevin subiu os primeiros lances de escada, mas antes de sair totalmente do porão ele virou-se para mim. - Pode deixar que lembraremos de você quando o seu time não for escalado para as nacionais.

Dito isso ele me deixou sozinha com Victor.

Ele estava ocupado montando seu vídeo game em uma televisão que havia lá, então eu pude sugar todos os detalhes daquele cômodo,
principalmente aqueles que me ajudariam a dar no pé.

Era um lugar relativamente simples, haviam caixas empilhadas, um sofá velho de frente para a televisão e uma porta pequena entreaberta perpendicular à escada.

— Então, Victor... Quanto você quer para me desamarrar e me deixar ir embora? Prometo esquecer que participou disso e te poupo a surra que vou dar nos outros – ele riu e disse que eu era hilária. Não custava tentar.

Durante dez minutos fiquei observando-o jogar Mário World no videogame, de repente seu celular tocou e, enquanto ele respondia a mensagem de alguém, eu senti a lâmpada de Newton ascender sobre a minha cabeça.

O celular de Apolo!

Como eu pude esquecer? Eu o tinha colocado no bolso do casaco do time e fechado com o zíper. Se eu tivesse muita sorte e os Cosmos não estivessem irritados por eu ter ignorado seus avisos, ele ainda estaria aqui e eu poderia bolar um plano.

Com o cotovelo, pressionei minhas costelas e senti o peso do celular debaixo do tecido. Agora eu só precisava ter minhas mãos soltas.

Eu era formada em todas as temporadas de Três Espiãs Demais, deveria ser fácil conseguir desamarrar as minhas mãos com a ponta de madeira quebrada da minha cadeira. Mas, o que os bastidores não contam, é que é uma tarefa difícil para cacete.

Plano B, essa era a sua deixa.

Ele surgiu assim que eu vi os raios solares apontando para a porta do banheiro.

— Victor – chamei, no entanto eles estava demasiado concentrado e não me deu bola. — Victor!

Ele me olhou irritado.

— O que você quer?

— Quero ir ao banheiro, você pode me desamarrar? – pedi com a voz mais melosa que eu podia e apertei os lábios.

Victor ponderou um pouco e suspirou antes de assentir e suspirar.  Quando ele soltou as cordas do meu pulsos, saltei para o banheiro e o tranquei em seguida.

Tirei o celular de Apolo do bolso e quase o deixei cair, tamanho era o meu nervosismo. Acontece que eu não contava com a senha de seis dígitos ou com o identificador de digitais do mesmo.

Mordi a língua para não grunhir em frustração e tentei me acalmar. Haviam no mínimo cinquenta chamadas perdidas no celular dele, a maioria de Gregory.

Para os resquícios de sorte que eu tinha, o celular de Apolo era um iPhone, o que significava que se eu deslizasse o dedo na chamada perdida, automaticamente estaria ligando para quem a efetuou. No caso, Gregory.

— Bris? BRISE, É VOCÊ? – tive que tirar o aparelho do ouvido caso eu não quisesse passar o resto da vida escutando por aparelhos.

Por trás do gelo [Em revisão]Where stories live. Discover now