Tudo Por Sua Causa! Parte 6.0

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"Foi naquele momento que a curiosidade supriu a suspeita, eu ligeiramente estreitei meus olhos e a vislumbrei...Eu nunca tinha visto um ser tão angelical e frágil em minha vida."

Anos atrás Zaun:

Ekko estava andando sobre o chão lamacento, a cada passo seu sapato mais e mais se tingia de  marrom escuro, além de que uma forte neblina caia sobre ele como um manto branco, fria e mórbida igual seu estado de espírito naquele instante.
O moreno estava arrasado por alguns acontecimentos recentes em sua vida, mas o lugar que deveria ser tomado por tristeza se foi roubado por inconformação, e consequência disto lá estava ele andando firmemente para fazer algo que saberia que se arrependeria.

Enfrentando o terrível mal tempo ele passou pelas ruínas de Zaun e ignorou os vários murros pichados com alertas de "Não se aproxime!" , nada que as letras ameaçadoras dissessem o fariam mudar de ideia, por isso ele avançou com uma expressão de desprezo a tudo a sua volta.

_Eu os acharei!-Bradou o moreno rangendo os dentes, seu semblante se encontrava totalmente  fechado.

Então depois de caminhar sobre a cidade, ele avistou do topo de um conjunto de barracos que ali se continha, um grupo de casas blindadas de ferro, suas janelas estavam iluminadas, além de um enorme barulho de risos e música de péssimo gosto que se ouvia de longe, fato que diria que seus habitantes estavam festejando.
Com ódio no olhar Ekko sentiu uma amargura lhe descer a garganta, ele chegou em seu destino.

Segurando forte o cabo de sua arma o garoto começou a subir o complexo.

Já no meio do caminho Ekko se sentia mais fadigado, pois a altura que alcançava era enorme, mesmo isso não o desencorajou a prosseguir, e fitando o caminho  que ele passou, lá se via o fino rastro que deixou na terra molhada e logo estava sendo apagado pelas gotas  de orvalho que preguiçosamente desciam de um céu tingido de cinza.
_Não tem mais volta!-Murmurou o menino tentando se auto convencer.
Ao passo que ele decide voltar seu trajeto, algo aconteceu, o topo do morro simplesmente explodiu, e em sequencia uma avalanche de destroços voou no ar; Ekko teve que correr para não ser atingido por varias peças de concreto que desciam numa extrema velocidade.
Vendo um enorme cogumelo rosa se adornar em volta do que seria seu destino Ekko praguejou quem quer que tenha tirado sua vingança.

^***^

Estressado pelo ocorrido o moreno voltou a percorrer o que seria o resto daquele local, imediatamente o cheiro de pólvora queimada impregnou seu nariz, assim que pisou em um território totalmente queimado, a volta deste, destroços já pretos se multiplicavam a vista, alguns até ainda alimentando uma pequena chama.

_Mas o que aconteceu aqui? - Se interrogou Ekko enquanto passeava pelo solo destruído.

Chegando perto de um terreno menos elevado ele notou uma leve depressão, desta se aproximou, foi quando notou debaixo de uma enorme chapa de metal uma mão; curioso ele se aproximou do braço a vista, este estava coberto pela camada cinza de fuligem, os dedos da mão se encontravam unhas com um esmalte azul e rosa já desgastado.
Ekko presumiu ser uma infeliz garota defunta, porém quando viu os dedos se contorcerem de leve se sentiu apreensivo.

O moreno se perguntava se retiraria a chapa de cima da pessoa ou não; em geral ele era alguém legal, entretanto aquele dia não se podia contar com isso. Nesse tempo a mão daquela ser a sua frente voltou a se mover desta vez mais determinada. Ekko olhou ao lado buscando resposta, dali não se avistava nenhum outro corpo, talvez todos tenham se perdido na explosão, então por que somente aquela garota parecia estar viva? Era a real duvida dele.

Cansado de pensar, o moreno decide libertar o ser, logo este se encontrava fraco então julgou que com suas habilidades não poderia ser vitima dele também. Assim ele colocou a ponta de seu bastão abaixo da chapa e o forçando para baixo ergueria o destroço, depois de fazer isto ele jogou longe a enorme chapa e por fim mirou a pessoa debaixo dela.

Era uma garota obviamente, ela mantinha seus olhos fechados, seus cabelos estavam muitos sujos com a pólvora escura do chão, mesmo assim Ekko notou fios azuis nas duas grandes tranças, igual seus cabelos, o corpo e a roupa da menina estavam encardidos de pólvora. Ela aparentava cansaço e seu peito subia e descia freneticamente ao passo que agora podia respirar melhor sem o grande peso sobre si:

_Quem é você? - Indagou Ekko impaciente.

A garota tossiu algumas vezes e logo esboçou um sorriso de canto:

_Não é a primeira coisa que se diz a alguém que acabou de aterrissar  no chão com um míssil! -Debochando ela ri fraco, Ekko arca uma sobrancelha a resposta.

_E você esperava que eu perguntasse o que? - Questionou o moreno ao dobrar os joelhos e a visualizar melhor.

_Que me perguntasse se eu estou afim de um sanduíche...- Insinuou a garota enquanto abre as esferas rosadas.
Ekko se perde por uns segundos ao ver o tom dos olhos dela:

_...Você esta com uma cara engraçada...-Falou a garota piscando algumas vezes, Ekko percebeu que ela o observava e recuou um passo.

_Eu não tenho um sanduíche, nem uma cara engraçada...agora responda minha pergunta!-Ríspido ele diz.

_Oh que pena...poderíamos ser amigos se você tivesse um...enfim meu nome é Jinx. - Demoradamente ela consegui se por de pé, já com equilíbrio restaurado ela o fitou cara a cara.

_Qual o seu nome menino sem sanduíche? - Perguntou sem vontade Jinx que estalava os ossos conforme se alongava.

_Ekko...-Rangeu o moreno.

_Ah, Leki! Bacana nome, agora se me der licença preciso ir em algum lugar com comida! - Mancando, a rosada devagar começa a andar para fora daquele buraco.

_Meu nome não é esse, alias foi você que explodiu este lugar? - Indagou Ekko que rapidamente a impede de prosseguir.

_Talvez...-Desinteressada Jinx o responde sem vontade.

_Sem essa, sim ou não? - Pegando o pulso dela que fraca não consegue se soltar.

_Como você é irritante! -Bradou a garota com os olhos semi fechados.

_Respond...-Antes de terminar sua fala Ekko ouviu o estrondoso som da barriga de Jinx roncar, em seguida ela fecha os olhos e desmorona nos braços dele.

_Ei! -Ekko a chacoalhou, mas nenhuma reação surgiu dela.

Ele suspirou fundo e pensou "O que farei com essa garota?" se indagou, "Devia deixa-la aqui no chão!" surtiu melhor esta ideia, porém ao ver aquele rosto sujo e cansado vários pensamentos lhe vieram e então o coração dele se amoleceu a ideia de ajuda-la.

_Que droga!- Resmungou ao tomar a garota no colo.

Antes de perceber, Ekko já tinha se distanciado e muito de seu objetivo principal, e tudo por causa daquela estranha garota dos olhos rosa.

O Dono Do DestinoWhere stories live. Discover now