Capítulo 28

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Sofia

O último cliente sai e eu estou eufórica, me arrumando já para ir para casa. Já basta que eu tive que ficar escutando Michele e Renata falando sobre Olliver a tarde inteira.

Meus ouvidos já estão sagrando.

Grito um "tchau" apressado para as meninas, elas riem e respondem em seguida. Corro como posso, não quero perder nem um minuto dessa noite misteriosa de Olliver.

Quando atinjo a calçada, o vejo andando de um lado para o outro com as mãos no bolso da calça social. Sua expressão é bem engraçada, parece nervoso.

- Ah, oi.- Ele me nota.- Tudo bem?
Vem em minha direção e me dá um beijo. Balanço a cabeça, incapaz de falar algo coerente no momento. Olliver escolta meu braço e me leva até seu carro.

- Vamos fazer assim, eu te levo em sua casa e, de lá, vou para a minha e volto para te pegar, certo?- Pergunta assim que da partida e coloca o carro em movimento.

- A gasolina está cara, sabe, só para informar.- Ironizo e ele sorri.

- Isso não é problema.- Continua sua atenção na estrada.- Você ainda não...

- Tudo bem.- O Interrompo.- Sei que não vai me deixar em paz se eu não aceitar.- Reviro os olhos.

- Hum, vejo que está cada vez me conhecendo mais.- Sorri e para no sinal vermelho.- A propósito, você fica linda quando faz isso.- Abre um enorme sorriso e eu o olho como se perguntasse "ãnh?".- Quando revira os olhos.- Explica.

- Ahhh.- Rio e logo congelo.- Ah, é... o-obrigada.- Gaguejo quando percebo o que ele falou.

Ele solta uma risada gostosa de se ouvir e coloca o carro em movimento novamente.

As vezes - sempre - eu fico me perguntando o porquê de eu estar agindo assim. Eu gaguejo, coro, sussurro, tantas coisas estranhas. Por que disso?

Já passou da fase em que fico nervosa perto dele, né? E então por que continuo sentido depois de tantos anos que o conheço? Será se esse amor que sinto por ele é tão infinito que vai ficar parecendo que me apaixono por ele todo dia?

Que ridícula! É claro que não, não existe possibilidade de alguém se apaixonar todos os dias pela mesma pessoa, é até bizarro em pensar.

- Eu volto em meia hora.- Beija meus lábios com suavidade ao parar o carro em frente ao prédio.

- Tá bom.- Sorrio.- Estarei esperando.

Saio do seu carro e entro no prédio, ciente de que ele está esperando que eu entre para sair. Entrei em meu apartamento e, quando a realidade bateu, coloquei as mãos na cabeça.

- Só tenho meia hora.- Me desespero e começo a correr para o quarto.

Olliver nem me deu uma pista de pra onde iríamos, agora eu terei que me virar para escolher uma roupa adequada, brincar de advinha.

Mas, droga, não tenho tempo para isso, o meu tempo está tão curto. Pensando bem, eu não tenho uma roupa sofisticada, o que eu faço?

Me jogo na cama e sinto algo em baixo de mim, me assusto e me levanto, olho para a cama e vejo aqueles plásticos pretos que cobre roupa nova.

Em cima dele tem um pedaço de papel e hesito se devo ou não pega-lo. Mas esta em minha casa, é claro que devo pegar.

Olá, amor, primeiro de tudo, quero que não se ofenda por eu estar te dando esse vestido, é apenas um presente de reconciliação. Por favor, aceite e use-o hoje se quiser.

Laços do destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora