Capítulo 25

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Sofia

Que droga, por que ele tem que ter uma voz tão linda? Sinto um arrepio tomar o meu corpo e a fala ir por água abaixo. Posso escutar sua respiração e isso me faz lembrar como é bom quando ele coloca seu nariz em meu pescoço e o cheira.

- Sofia? Esta tudo bem?- Pergunta com preocupação.

- Você... Você pode vir... aqui?- Por que eu tive que gaguejar?

- Esta tudo bem?- Sua preocupação parece ter aumentado.

- Pode vir aqui?- Repito.

- Tá, chego aí em quinze minutos.- Fala e desliga.

É tão linda essa preocupação dele comigo ou com a Manu, eu amo isso nele, aliás, amo tudo nele. As vezes eu nem entendo como eu consigo ama-lo tanto assim.

- Papai?- Escutei Manu.

A olhei e ela ainda estava com os olhinhos fechados. Tadinha, esta mesmo com saudade do pai, eu sou a pior mãe do mundo, como eu pude fazer isso com a minha bebê?

Fiquei ali me remoendo enquanto olhava a minha pequena dormi, pensando, também, no Olliver. Ele teve toda a culpa? Claro que não.

Posso ser ciumenta até onde não pode mais, mas não sou paranóica e sei muito bem que Olliver não a convidou. Mas o que me dói mais, é pensar se ele quis esfregar na cara de todos que eu sou uma pobre que não tem onde cair morta?

Olliver seria capaz de fazer isso? Não faço a mínima ideia, mas, lá no fundo, o meu coração pede para acreditar nele. Mas a minha razão diz que isso é tão óbvio.

Escuto baterem na porta freneticamente, não pode ser o Olliver, ele disse que chegaria em quinze minutos, e ainda nem faz uns nove minutos que falei com ele.

- Oi.- Digo ao abrir a porta. Olliver avança em mim e me olha dos pés à cabeça, me vira de costas e me olha também.- O que?

- Esta bem? Esta machucada? O que houve?- Pergunta tudo de uma vez.

- Eu estou bem.- Digo e ele solta um suspiro de alívio e me solta.- É a Manu.- Ao dizer isso, seus olhos arregalaram e sua pupila dilatou.

- O que houve com ela?- Pergunta visivelmente preocupado.

Abri mais a porta e indiquei o sofá. Olliver me olhou por uns segundos e passou por mim, foi até o sofá e logo se sentou ao lado da nossa filha.

Fechei a porta e fui me sentar no outro sofá. Suas mãos percorreram as costas de Manu e todo seu corpinho, levantou o olhar pra mim e seu olhar era de desespero.

- Temos que levar ela no medico.- Diz e coloca a palma na testa dela.

- Não será necessário.- Digo e seu olhar se volta pra mim.

- Como não? Ela está ardendo em febre e...- Balancei a cabeça freneticamente.

- Ela está com saudade.- Digo e ele para de falar no mesmo momento.

- Saudade?- Sussurra e olha para Manu.- Oh minha filha.- Sussurra e beija seus cabelos.

- Acorda ela.- Pedi.

- É melhor ela dormir.- Diz ainda acariciando os cabelos dela.

- Não, Olliver, ela precisa te ver. Acho que só assim irá passar a febre.- Olliver fica um bom tempo olhando a minha linda Manu.

- Filha?- Ele a chama baixinho.- O papai está aqui.- Toca seu rosto e ela começa a se mexer.

- Papai, mamãe.- Sussurra já chorosa, ainda com os olhos fechados.

Laços do destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora