Sofia
Que droga, por que ele tem que ter uma voz tão linda? Sinto um arrepio tomar o meu corpo e a fala ir por água abaixo. Posso escutar sua respiração e isso me faz lembrar como é bom quando ele coloca seu nariz em meu pescoço e o cheira.
- Sofia? Esta tudo bem?- Pergunta com preocupação.
- Você... Você pode vir... aqui?- Por que eu tive que gaguejar?
- Esta tudo bem?- Sua preocupação parece ter aumentado.
- Pode vir aqui?- Repito.
- Tá, chego aí em quinze minutos.- Fala e desliga.
É tão linda essa preocupação dele comigo ou com a Manu, eu amo isso nele, aliás, amo tudo nele. As vezes eu nem entendo como eu consigo ama-lo tanto assim.
- Papai?- Escutei Manu.
A olhei e ela ainda estava com os olhinhos fechados. Tadinha, esta mesmo com saudade do pai, eu sou a pior mãe do mundo, como eu pude fazer isso com a minha bebê?
Fiquei ali me remoendo enquanto olhava a minha pequena dormi, pensando, também, no Olliver. Ele teve toda a culpa? Claro que não.
Posso ser ciumenta até onde não pode mais, mas não sou paranóica e sei muito bem que Olliver não a convidou. Mas o que me dói mais, é pensar se ele quis esfregar na cara de todos que eu sou uma pobre que não tem onde cair morta?
Olliver seria capaz de fazer isso? Não faço a mínima ideia, mas, lá no fundo, o meu coração pede para acreditar nele. Mas a minha razão diz que isso é tão óbvio.
Escuto baterem na porta freneticamente, não pode ser o Olliver, ele disse que chegaria em quinze minutos, e ainda nem faz uns nove minutos que falei com ele.
- Oi.- Digo ao abrir a porta. Olliver avança em mim e me olha dos pés à cabeça, me vira de costas e me olha também.- O que?
- Esta bem? Esta machucada? O que houve?- Pergunta tudo de uma vez.
- Eu estou bem.- Digo e ele solta um suspiro de alívio e me solta.- É a Manu.- Ao dizer isso, seus olhos arregalaram e sua pupila dilatou.
- O que houve com ela?- Pergunta visivelmente preocupado.
Abri mais a porta e indiquei o sofá. Olliver me olhou por uns segundos e passou por mim, foi até o sofá e logo se sentou ao lado da nossa filha.
Fechei a porta e fui me sentar no outro sofá. Suas mãos percorreram as costas de Manu e todo seu corpinho, levantou o olhar pra mim e seu olhar era de desespero.
- Temos que levar ela no medico.- Diz e coloca a palma na testa dela.
- Não será necessário.- Digo e seu olhar se volta pra mim.
- Como não? Ela está ardendo em febre e...- Balancei a cabeça freneticamente.
- Ela está com saudade.- Digo e ele para de falar no mesmo momento.
- Saudade?- Sussurra e olha para Manu.- Oh minha filha.- Sussurra e beija seus cabelos.
- Acorda ela.- Pedi.
- É melhor ela dormir.- Diz ainda acariciando os cabelos dela.
- Não, Olliver, ela precisa te ver. Acho que só assim irá passar a febre.- Olliver fica um bom tempo olhando a minha linda Manu.
- Filha?- Ele a chama baixinho.- O papai está aqui.- Toca seu rosto e ela começa a se mexer.
- Papai, mamãe.- Sussurra já chorosa, ainda com os olhos fechados.
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Laços do destino
RomanceSofia, é uma garçonete de 25 anos, que, depois de perder os pais, leva uma vida sofrida. Até conhecer um homem lindo e charmoso dono de uma empresa. Ele é uma pessoa simples e carinhoso. Mas, eles acabam se separando, deixando um bem precioso, que é...