Capítulo 2

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Hoje não tive aula na faculdade, pois o meu professor não pode ir. Mas nem por isso, dormir ate tarde.

Desci as escadas, agradeço por estar no quinto e último andar e não esquecer de agradecer que aqui não tem elevador, eu sou sempre azarada. Quando terminei de descer, estava quase colocando os bofe pra fora.

Peguei um ônibus e fui até uma casa lotérica mais perto, quando vi aquela fila, me assustei, poxa, só queria voltar logo para casa, isso é pedi demais?

Quando estava quase chegando a minha vez, as atendentes resolveram conversar, isso só pode ser brincadeira do gabiru.

Elas não vão parar de conversar? Eu vou desarmar esse circo rapidinho, não sou nenhuma sem fazer para esperar boa vontade dos outros.

- Ou.- Bato no vidro e elas voltaram as suas atenções para mim.- O que vocês acham que eu sou? Uma vagabunda? Vocês estão sendo pagas para conversar?

- Espera a sua vez senhora.- Diz com voz enjoada.

- Esperar a minha vez é uma zorra.- Grito.- Quero falar com o gerente.

- A senhora já vai ser atendida.- Diz e pega a minha conta de luz.

Caramba, se não tomarmos cuidado, seremos tratados como indigentes, mas comigo não cola.

Saio feliz, aquele troco que o senhor bonitão me deu, estou agradecendo até agora, pois foi com ele que eu pude pagar a minha conta.

No prédio onde moro é assim, cada um arca com suas despesas. Pensei que a função do aluguel fosse para isso, eu, claro, fui reclamar, mas não deu em nada.

Chego em casa e ligo o som, esta passando uma música agitada, ótimo, isso me da mais energia para poder arrumar a casa.

Começo a dançar como louca enquanto limpo a bagunça. Pelo menos hoje.

Até que escuto a campainha tocar, lá vem reclamação? Não é possível, o som nem esta tão alto para chegar a esse ponto.

Abro a porta e encontro o Raimundo, ele é o dono do prédio. Ao vê-lo ali, soube logo o que queria. Droga!

- Bom dia, Sofia.- Diz entre dentes, acho que sou a sua pior inquilina.

- Bom dia.- Digo no mesmo tom.

- O seu aluguel está atrasado.- Já estou até acostumada em ouvir isso.

- Eu sei.- Digo indiferente.

- Não parece, ainda não pagou.- Diz com sarcasmo.

- Quando eu puder pago.- Fecho a porta e volto a fazer minhas coisas.

Já estou cansada de ouvir essa música todo mês, eu só recebo no inicio do mês, e o meu aluguel vence na metade.

Então, eu sempre pago atrasado, e quando eu tive que comprar meus moveis? Passei um grande apuro, não tinha nem comida em casa.

E o Raimundo ficava em minha porta sempre, o que eu posso fazer? Não sou uma mulher bem formada, não consigo fazer planos.

Alias, eu nem faço planos, eles sempre dão errado, então, é bem melhor eu fazer tudo por impulso, sai mais certo do que eu planejar.

Gracas as meninas do meu trabalho que sempre me ajudam, eu nunca encontrei alguém para me ajudar, agora para apontar o dedo, achei várias.

Termino de arrumar o meu apartamento e quando olho o relógio me assusto, meio dia e eu entro no trabalho uma hora. Que droga.

Corro para o banheiro e tomo um banho rápido. Depois de pronta, corri mesmo, eu poderia pegar um ônibus, considerando que é perto chego primeiro, pois o ônibus, com certeza, irá se atrasar.

Laços do destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora