Olliver
Sofia estava quase para fazer um buraco no chão. Andava de um lado para o outro, e isso já estava me deixando tonto. Mais de meia hora nisso, não é brinquedo não.
- Amor, se acalma.- Pedi pela milésima vez.
- Como, Olliver? Sua mãe deve ser uma granfina, eu não tenho uma merda de roupa decente, não tenho costumes de etiqueta ou tiqueta, sei lá que merda é.- Gritou desesperada.
- Amor, eu já disse que minha família não liga para isso.- Me levantei e fui até ela.- Você é linda do jeito que é, não precisa de panos para mostrar o quanto é linda. Aliás, você sem panos fica mais linda ainda.- Provoquei e olhei seu corpo.
- Para de graça, Olliver. Mas eu não sei comer com garfo e faca, vou passar vergonha.- Se desesperou.
- Faça como os primatas, coma de mão, rasga no dente, quem liga?- Beijei sua testa.
- Aí, Olliver.- Reclama e voltou a sua atenção para o guarda roupas.
Voltei a me sentar no meu lugar que se chama "aprore" que significa, aprovar ou reprovar. Desde às oito da manhã que estamos aqui, já são onze horas e nada dela encontrar uma roupa.
Aí você pensa "esse Olliver nem é cavalheiro, não dá uma roupa para a namorada". Caramba, eu não tenho bola de cristal. Não sabia que para escolher uma roupa, demorava tanto assim.
- Olliver, e essa?- Sofia apareceu com um vestido longo mal colocado, parece até com um vestido de grávida. Tive que ri.- Olliver! Eu vou te matar.- Choramingou.
- Sofia, para.- Parei de ri e me levantei.- Olha, seja apenas você mesma.- Fui até seu guarda roupas e peguei uma calça jeans e uma blusa que ela mais usa.- Veja, se eu olhar para essa roupa, verei você vestida nelas.
- Olliver, essa roupa eu uso para ir pro trabalho, esta louco?- Arregalou os olhos.
- Não, mas vou ficar se tiver que ficar no meu banco "aprore" mais um minuto.- Rebati e ela riu nervosa.- Veste essa, amor.
- Pelo menos essa.- Pegou uma outra calça mais nova.- Não quero parecer uma mendiga.
Balancei a cabeça e ri. Sofia pegou a blusa da minha mão e foi, novamente, para o banheiro.
Eu, sinceramente, não me importo com as vestimentas de Sofia, quem liga? Bem assim é meus pais, nada a ver. Sofia é linda do jeito que é, se ela acrescentar alguma coisa, não será a minha Sofia.
- Olha pra isso, estou parecendo uma...- Não a deixei terminar e a beijei nos lábios.
- Esta parecendo você mesma, do jeito que eu amo.- Sorri.
- Olliver, estou muito nervosa.- Abraçou minha cintura e apoiou sua cabeça em meu peito.
- Não precisa, linda. Vamos logo, antes que você desista.- Brinquei.
- Seria uma boa ideia.- Afastou a cabeça.
- Sem brincadeiras.- A puxei pela mão.
Sofia se soltou da minha mão e foi terminar de se arrumar. Passou um perfume, cheiroso por sinal, cremes, penteou o cabelo, um batom vermelho que realçou seus lábios e uma fina camada de lápis.
Votou logo em seguida para segurar minha mão. Pegamos a bolsa de Manu e fomos para o meu carro, finalmente. Enviei uma mensagem para Lily, avisando que eu já estava chegando.
Paramos na escola de Manu e logo ela saiu, saltitando. Trocamos seu uniforme por uma jardineira com uma blusa branca por baixo, tenho que confessar, minha filha fica linda assim.
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Laços do destino
RomanceSofia, é uma garçonete de 25 anos, que, depois de perder os pais, leva uma vida sofrida. Até conhecer um homem lindo e charmoso dono de uma empresa. Ele é uma pessoa simples e carinhoso. Mas, eles acabam se separando, deixando um bem precioso, que é...