Capítulo 12

20K 1.3K 42
                                    

Sofia

Depois que o Olliver saiu de casa, me deito com a Manu e a abraço, de modo que não a acorde. Minha filha é meu tudo agora.

Mas ela me traiu, me trocou pelo Olliver facilmente, e olhe que ela nem sabe que ele é o pai, se souber então. Eu fico com dó da minha pequena, ela pergunta pelo pai sempre, eu digo que ele foi embora.

Mas ela é muito pequena para entender, a cada segundo ela pergunta. Eu sinto meu coração doer, mas eu não posso fazer nada.

Quando vi o Olliver brincando com a Manu, meu coração quase amolece, mas eu não posso contar à ele. Eu tenho uma boa explicação para isso, e se, quando ele souber, a abandonar como fez comigo?

Eu não suportaria vendo a minha filha sofrendo por culpa dele. Sim, eu sei, ele deve saber, ele é o pai. Mas ele não irá ficar sabendo, mesmo que isso doa muito em mim.

Eu não posso amolecer, quando eu o vi, tudo que sentia por ele, se acendeu como um fósforo aceso na gasolina. Não posso deixar esse amor que sinto por ele, acabar com a felicidade da Manu.

Depois de um tempo, consegui pregar os olhos e dormi agarradinha a minha filha. De madrugada, ela acordou pedindo o que comer, como eu já havia imaginado.

Fiz cereal para ela e para mim, comemos tudo e ela se deitou novamente, colocando suas mãozinhas em meu rosto enquanto me olha, ela gosta de fazer isso.

Acordo sentindo uma canguru pulando em cima de mim. Manu gosta de me acordar assim, o problema é que ela não sabe que isso dói.

- Mamãe, mamãe.- Grita enquanto pula.

- Fala, filha.- Digo com os olhos ainda fechados.

- Acoda, acoda.- Grita.

Suspiro e abro os olhos, vejo Manu sentada em cima da minha barriga e pulando. Ela está rindo e seus cabelos loiros pulam junto com ela, é a menina mais linda que já vi.

Rolo com ela e a deixo por baixo de mim, a aperto em meus braços e ela se desmancha de tanto rir. Rio junto e continuo a apertar em meus braços.

- Eu amo essa menina.- Digo entre apertos.

- Também te amo.- Ela diz tudo embolado, mas deu para entender.

Beijei seu rosto todo e me levantei. Fui para o banheiro e o projeto de pinguim vem atrás, coloco creme dental em minha escova e coloco a própria para crianças e entrego para a Manu.

Ela tenta me imitar e ri me olhando. Balanço a cabeça para os lados e continuamos a escovar. Manu termina de escovar assim que termino e lavamos as nossas bocas.

Essa menina parece mesmo com um pinguim, não pode ver água que se molhar toda. Além de se molhar, ela me molha junto.

- Filha, esta me molhando.- Resmungo e ela ri.

- Ah mamãe.- Balança a cabeça para os lados e continua a ri.

- Muito sapeca você.- Digo e sorrio.

Saímos do banheiro e eu coloquei o uniforme na Manu, eu coloquei ela numa creche e ela está amando "estudar" lá. Todos os dias ela chega com uma história diferente para contar.

Mas como eu não tenho condições de pagar o dia inteiro, deixei apenas no turno da manhã, é o horário em que eu estou na faculdade. A tarde eu a levo para a lanchonete.

Destranquei a minha faculdade esse ano, pelo menos eu já estou quase terminando. Minha expectativa está a mil.

- Vamos tomar o café?- Beijo a ponta do nariz da Manu.

Laços do destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora