Sofia volta do quarto e eu sigo todos os seus movimentos. Ela me olha e ficamos parados apenas fazendo isso, nos olhando.
Ela quebra o encanto e se senta no sofá, faço o mesmo, preciso relaxar ou eu farei algo que me faça arrepender.

- Onde está o pai da Manu?- Vejo seus rosto mudar de cor.

- Eu já falei.- Ri nervosa.

- Apenas fala.- Peço mais uma vez. Ela suspira e me olha.

- Ele está viajando.- Diz como se estivesse convicta.

- Uma semana sem ver a filha e a mulher?- Engole em seco.

- Ele trabalha numa exportadora.- Abaixa o olhar.

- Eu sou o pai da Manu, não é?- Pergunto e ela me olha rapidamente.

- Esta louco?- Balança a cabeça para os lados.- Quem te contou?- Pergunta quando eu lanço o meu melhor olhar de "fala logo".

- Eu não sou burro.- Suspiro procurando por calma.

- Sim.- Confessa baixinho.

- Por que não me contou?- Pergunto num fio de voz.

Juntar as peças com a minha irmã, tudo bem, foi uma grande surpresa, mas ouvindo da boca dela, é algo que dói muito em mim. Por que ela não me contou da minha filha?

- Não venha me culpar.- Volta a ser a Sofia que conheço.- O que você queria que eu fizesse? Que eu falasse para o cara mais idiota que iria ser pai, você iria abandona-la na primeira oportunidade, assim como fez comigo.- Começa a chorar.

- Não, eu não iria.- Grito.- Caramba, Sofia, estamos falando da minha filha.- Passo as mãos nos cabelos.

- Você é idiota, Olliver, eu não confiava contar da minha filha para você.- Diz e balança a cabeça freneticamente.

- Quantas vezes eu tenho que te dizer?- Seguro seu rosto em minhas mãos.- Eu.não.trai.você.- Digo compassadamente.- Eu te amava e ainda amo, eu não seria capaz de fazer isso com você, e muito menos com a minha filha.

- Você teve que ir embora, não foi?- Grita e empurra minhas mãos.

- Não sei, Sofia. Eu poderia muito bem desistir da viagem, eu faria qualquer coisa.- Digo a verdade.

- Vai embora Olliver.- Pede entre soluços.

- Só não me afaste da minha filha?- Peço com uma dor no peito.

- Eu não seria capaz.- Confessa.

- Por favor, Sofia.- Tento chegar perto dela, mas ela se levanta.

- Vai embora, por favor.- Pede e me olha com aquele mesmo olhar de quatro anos atrás.- Por favor.

Me levanto e fico a encarando.

- Amanhã eu irei vir ver ela.- Anuncio e saio do apartamento.

Desço as escadas correndo, descontando toda a minha raiva em cada degrau. Chego até o carro e dou vários murros na porta.

Que maldita hora a Rebeca foi aparecer, eu juro que ainda sou capaz de matar essa mulher, é só ela cruzar o meu caminho.

Entro no carro e dirijo até a minha casa. Vejo que a Lily não está mais ali, vou direto para o banheiro e tomo um longo banho.

Visto uma cueca e apenas assim eu durmo, aliás, tombo a noite inteira. O sono não vem, fico apenas pensando na Sofia e a Manu, como a minha vida vai mudar daqui para frente.

***

Acordo e, automaticamente, já entro no banheiro. Faço minhas necessidades matinais, visto uma roupa qualquer e pego as minhas chaves rapidamente.

Laços do destinoWhere stories live. Discover now