- Vamos come lescal celeal, mamãe?- Pergunta e eu rio de sua atrapalhada.

- Sim, amor.- A pego no colo e a coloco na cadeira.

Manu saiu puxando à mim, ela adora comer guloseimas, o médico diz que ela não pode comer demais. Mas eu vou parar de dar comida à minha filha para ela emagrecer? Ela está tão linda gordinha e é assim que vai ficar.

Eu não quero que a minha filhota desmaie de fome, mas nem pensar. Eu deixo o aluguel sem pagar, como sempre faço, mas eu não deixo a minha filha sem mexer o queixo por um segundo.

Manu está a coisa mais linda do mundo, muitos já me pediram ela, mas eu mandei fazerem os seus. Mais é nestante que eu vou dar o meu tesouro.

Os cabelos da Manu é loiro, tudo bem que eu tenho os cabelos caramelados, mas os delas estão extremamente loiros. Seus olhos azuis iguais aos do Olliver, branquinha igual à ele.

Manu não pode nem pegar sol, ela começa a ficar vermelha facilmente. É por isso que sempre passo protetor solar em minha gatinha.

Terminamos o nosso café e eu levei a Manu até a creche, é a duas quadras do meu apartamento, por isso eu a levo a pé mesmo

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Terminamos o nosso café e eu levei a Manu até a creche, é a duas quadras do meu apartamento, por isso eu a levo a pé mesmo.

- Tchau, meu amor.- Digo pra ela e sinto meus olhos se encherem de lágrimas. Eu odeio ficar longe da minha princesa.

- Oh mamãe.- Faz biquinho e puxa a minha mão, me agacho e ela segura meu rosto com suas duas mãozinhas.- Não chola, quando a senhola sai do tabaio, aí nós vamos fica juntas.

- Tá bom, princesinha.- Sorrio e beijo sua bochecha.- A mamãe te ama.

- Também te amo.- Da um beijo estalado em meu rosto e corre ate a professora que a espera na porta.

Aceno para Isabel, professora da Manu, e volto pelo mesmo caminho indo até a faculdade.

Renata e Michele ainda brigam por minha filha, e eu ainda não sei quem escolher. Todas duas me ajudarão com a Manu e agora eu não sei quem é melhor para ser a madrinha da minha gorduxa.

***

Depois de um dia cansativo na faculdade, passei na creche da Manu e a levei para a lanchonete. Lá nós comemos até não aguentarmos mais.

Só que ela começou a ficar quietinha e eu estranhei, essa não é a Manu que conheço. Resolvi não questionar e voltei ao trabalho.

- Não esquece de fechar as portas.- Renata grita para mim já dá porta.

Finalmente mais um expediente acabou, se bem que hoje foi até cedo, ainda vai dar nove horas. Considerando que hoje é primeiro dia da semana, é sempre assim.

Fecho todas as portas e volto até a cozinha, é onde deixei a Manu e é por onde eu saio.

Vejo ela sentada na cadeira e com a cabeça na mesa, tadinha, deve estar cansada.

- Vamos embora, meu amor?- A chamo enquanto fecho as janelas.

- Mamãe.- Diz com a voz rouca, mas eu conheço muito bem a voz da minha filha.

- O que você tem?- Corro até ela e quando toco em seu rosto, sinto sua pele quente.- Meu Deus.- Começo a me desesperar.

- Tá doendo ati, mamãe.- Aponta para a própria garganta.

- Vem, amor.- A pego nos braços e logo ela enrola suas pernas em minha cintura.

Seu corpinho está tão quente que chega a doer em mim. Fecho a porta dos fundos e tiro a minha jaqueta, coloco na Manu e deito seu rostinho em meu ombro.

Não tem nenhum ônibus esse horário, agora foi que me lasquei, como eu vou levar a minha bebê no médico? O jeito é eu ir à pé.

- Olha, mamãe, que florzinha linda.- Diz a Manu apontando para o meu lado e tudo que vejo é apenas esgoto.

- Oh Deus, ela tinha que delirar.- Fico desesperada e aperto os passos.

Antes de andar mais, percebo que a Manu ficou quieta e eu imagino que ela dormiu. Logo um carro preto começa a parar lentamente do meu lado.

Meu coração gela e eu não olho para o lado nem que me paguem. Esses idiotas não vão fazer nada com a minha filha.

- Sofia?- Escuto uma voz conhecida e suspiro.

- Olliver? O que faz aqui a essa hora?- Pergunto surpresa.

- Estou saindo da empresa agora. O que houve?- Aponta para a Manu em meu colo.

- Estou levando ela para o hospital, esta ardendo em febre.- Digo e ele abre a porta do carona.

- Entre aí, eu te levo lá.- Abro a boca para negar.- Nem pense, larga de ser orgulhosa e pense na sua filha.

Suspiro e entro no carro. Coloco a minha bebê mais perto de mim e fico conversando com ela, mesmo dormindo, até chegar no hospital.

Entro rapidamente no hospital e faço a ficha da Manu. Não demorou muito, pois ela esta com quase quarenta graus de febre, se eles demorassem eu faria o maior barraco aqui.

O médico diagnósticou inflamação na garganta e uma gripe mal curada. Ele avisou que ela iria ficar internada essa noite para tomar soro.

***
Cansada de ficar na sala e pela sede tomar conta de mim, saio de onde a Manu está e vou até o corredor procurar por água. Eu preciso encontrar por aqui.

- Olliver?- Falo ao perceber ele sentado na sala de espera.

Sua cabeça descansa na parede e os olhos estão fechados, ele tirou seu paletó e deixou descansando em sua perna esquerda, seus cabelos que parece não ter visto pente hoje, mas isso o deixa ainda mais lindo.

- Oi.- Ele fala ao me escutar e esfrega os olhos.

- Não precisava ficar aí.- Me aproximo e me sento ao seu lado.

- Precisava.- Sorri.- Como ela está?

- A febre está abaixando, mas o médico disse que ela só vai sair daqui quando estiver totalmente melhor.- Digo e suspiro.

- Se quiser ir para casa, pode deixar que eu fico aqui com ela.- Diz e eu o olho.

Como ele pode dizer isso? A Manu não é nada dele, assim ele pensa, mas, mesmo assim, quer ficar com ela a noite inteira? Por que?

- Não, eu vou ficar aqui.- Digo e me afundo na cadeira.

- Cadê o pai dela?- Pergunta do nada.

"Esta do meu lado" quis falar, mas, pelo menos uma vez na vida, irei trancar a minha boca. Não posso falar pra ele, se esse idiota souber, irá a abandonar como fez comigo.

- Esta viajando.- Tento parecer indiferente.

- Entendi.- Diz e volta a sua posição anterior.

Não falo nada mais, deixo assim para não chegar nesse assunto novamente. Mas nem em sonho eu direi isso a ele, eu sei que ele merece saber que tem uma filha, mas e se ele a abandonar? Esse é um risco que eu não quero correr.

Um bom tempo depois, voltei até a sala da Manu, o soro havia terminado e eu chamei uma enfermeira para tirar. Como a Manu dormiu, tive que pega-la nos braços.

Sua febre, graças a Deus, abaixou. Estou mais feliz agora, mesmo que perdi uma longa noite de sono, mas o que eu quero para a minha filha, é apenas a saúde dela e vê-la feliz.

Olliver nos levou em casa e eu o agradeci, foi o mínimo que pude fazer. Ele nos levou no hospital e ainda ficou esperando a Manu ter alta, é claro que um agradecimento é pouco comparado a isso.

Laços do destinoWhere stories live. Discover now