Eu estou tentando criar coragem essa semana toda só para ir na casa dela, mas já chega de esperar, eu vou lá hoje e agora.

Antes que eu possa me levantar do banco, vejo uma cena que me fez sorri. Uma menina dos cabelos loiros, pele branca, olhos incrivelmente azuis, vestia uma jardineira com uma blusa branca por baixo, seus cabelos que estavam soltos, esvoaça no ar.

- Fled, espela.- Ela grita.

É tão linda, suas pernas curtas tentava correr atrás de um cachorro que parecia tentar faze-la correr mesmo. O cachorro era amarelo e parecia filhote.

- Espela, Fled.- Gritou novamente e começou a chorar.

Fiquei com dó da garotinha e fui pegar o cachorro para ela. Ao me ver com o seu cachorro, ela parece ficar nervosa. Coloca suas mãozinhas para trás e um dos pés para frente, enquanto o arrasta de um lado para o outro.

- Esse cachorro é seu?- Pergunto e ela apenas balança a cabeça.- Qual é o seu nome?

- A mamãe disse pla mim não fala com estlanho.- Abaixa a cabeça.

- A sua mamãe está certa.- Sorrio e entrego o seu cachorro.

- Obligado.- Abraça seu cachorro.

- Manu?- Escuto um grito desesperado atrás de mim.- Manu, cadê você?- Eu conheço essa voz. Eu tenho medo, medo de olhar para trás e ver que ela é mãe e já está casada.

- Aqui, mamãe.- A garotinha grita.

- Oh, filha.- Se agacha a sua frente.- A mamãe não já disse para não correr?

- Eu fui pega o Fled, mamãe.- A menina diz tristonha.

- Tá, mas não faça mais isso.- Ela diz e a menina balança a cabeça.

Quando ela se levanta e me olha, vejo a surpresa tomar seu rosto. Ela não mudou nada, seus lábios finos rosados, seus olhos castanhos arregalados, seu rosto ainda aparenta macio de como eu me lembro.

Não sei como, mas ela parece ainda mais linda. Como pode isso? Sofia já era linda, não sabia que tinha como ela ficar mais linda ainda.

- Seu idiota.- Grita e parte pra cima de mim e começa a me bater.- O que você está fazendo aqui?

- Desculpa, Sofia.- Seguro suas mãos. Seus olhos estão cheio de lágrimas.

- Desculpa pelo o que? Por ter me traído e sumir logo em seguida? Ou por você existir?- Isso doeu.

- Talvez pela última opção.- Digo cabisbaixo.- Eu não trai você, Sofia.

- Esse é o falatório dos idiotas.- Diz e ri sem humor.

- Mamãe, po que a senhola está bligando?- Pergunta a menina quase chorando.

- A mamãe não está brigando.- Ela diz me olhando e uma lágrima escapa de seus olhos.- Quer ir embora, meu amor?

- Meu amiguinho também vai?- Pergunta e sorri.

- Só se sua mamãe deixar.- Digo e ela se vira para a Sofia.

- Não, mamãe, ele está ocupado, não vai poder ir.- Diz e a menina faz biquinho querendo chorar.

- Não estou ocupado, eu posso ir.- Digo e sinto o olhar de fúria da Sofia em mim.

A garotinha ficou muito animada e a Sofia poderia me matar se a sua filha não estivesse ali... Meu Deus, filha, ela tem uma filha. Acho que a ficha ainda não caiu.

Fomos no meu carro para a casa dela, me lembrei perfeitamente do caminho. Nada mudou, apenas faltava a Sofia comigo.

- Vai pegar seu brinquedinho.- Diz Sofia a ela e a mesma vai em direção ao quarto da Sofia.- O que faz aqui?

Laços do destinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora