- Você sempre atrasada.- Diz a Michele saindo do outro lado do balcão.
- Posso chamar um minuto de atraso?- Digo cansada.
Ela ri e pega o cardápio, visto meu uniforme e me preparo para mais um dia. Mas antes, faço uma visitinha à Renata.
- Já sei.- Diz antes que eu possa falar alguma coisa.
- Hei, eu não almocei não.- Me explico.
Ela me entrega um salgado e eu sorrio com os olhos brilhantes. Tem algo melhor do que comida? Até onde sei, não.
Renata ri da minha expressão e eu trato de comer o meu lanche. A Marcela, que é a dona daqui, não reclama por nós comermos, então eu faço a festa, quero dizer, nem tanto, já que tem uma fiscal chamada Renata.
Pego um pano de prato e vou atender os clientes, que parecem que resolveram almoçar aqui. Nossa, isso esta cheio.
Se continuar assim, só irei sair daqui meia noite. Vou fechar a minha boca, eu costumo ter boca de praga e isso não pode acontecer.
- Bom dia, o que deseja?- Pergunto para o senhor de idade.
E assim foi a tarde, já estou morta, não consigo mais ficar igual barata tonta. Meu estomago já reclamou várias vezes.
Fugi rapidamente e fumei escondida para a Renata não me ver, ela é capaz de puxar minha orelha, ela também fuma, mas se ela souber que eu fiz isso sem ela, adeus lanchinhos durante o expediente.
- Renata.- Cantarolo seu nome.
- Ah não, Sofia. Esse buraco negro que você chama de estomago, nunca esta satisfeito?- Resmunga.
- Nata, não tenho culpa.- Faço a cara do gato de botas.
- Vai trabalhar, anda. A noite eu te dou.- Volta a sua atenção para a panela.
- Já esta anoitecendo.- Sorrio e ela revira os olhos.
Bufo e saio da cozinha. Como ela vai me deixar trabalhar assim? Se eu cair e bater a cabeça, ela que irá arcar com as consequências.
A lanchonete esta mais vazia, cerca de oito clientes, o que agradeço. Estou louca para sair, estou escutando a minha cama gritar por mim.
A porta se abre e por ela a Marcela entra, sorrio quando ela o faz para mim. Nunca vi uma patroa como ela, ela nos trata tão bem.
- Sofh.- Grita e me abraça.- Como está indo isso aqui?
- Tudo bem.- Vejo a Michele se aproximar.
- Cuidado, Marcela, ela vai acabar com sua lanchonete.- Ela diz me entregando.
- Valeu, Michele.- Bato em seu braço.
- Hei, não briguem por mim.- Diz Marcela se achando.
- Haha.- Sorrio sem humor.- Marcela, cadê os lanches?
- Não sou eu que faço.- Ela ri e a Michele a segue.
- Engraçada vocês, hein.- Bufo e vou atender o próximo cliente.
Escuto o tintilar da porta novamente. Retiro os pratos de cima da mesa e levo para Rafaela, ela é nova aqui, mas ela não gosta de amizades, só acho, pois ela é fechada.
Volto para olhar onde foi que a pessoa se sentou e meu coração acelera. Vejo a Michele vindo em minha direção com um sorriso malicioso.
- O gatão quer ser atendido por você.- Diz e passa direto, mas eu seguro seu braço.
- Por que eu?- Pergunto aflita.
- Não sei, talvez ele queira te levar para...- Antes que ela pudesse terminar dou um murro em seu braço. Ela passa a mão no braço e faz careta.- Selvagem, o gostosão la deve gostar disso.- Antes que eu pudesse bater nela novamente, ela sai rindo.
YOU ARE READING
Laços do destino
RomanceSofia, é uma garçonete de 25 anos, que, depois de perder os pais, leva uma vida sofrida. Até conhecer um homem lindo e charmoso dono de uma empresa. Ele é uma pessoa simples e carinhoso. Mas, eles acabam se separando, deixando um bem precioso, que é...
Capítulo 2
Start from the beginning