- Se fosse qualquer outra pessoa, já estaria fora desse país nas próximas horas.

Eliza tremeu ao ouvir a voz dele, mas especificamente o tom de voz dele. Era enganosamente calmo e suave, mas adornava Eliza como uma faça fria roçando sua pele.

- Essa foi a atitude mais infantil que eu já presenciei. Sua atitude foi repugnante e totalmente desrespeitosa, o que é inaceitável. Além disso não posso expressar a raiva que sinto por ter tocado no nome de Loren.

Eliza pela primeira vez desde que entrara lançou os olhos para ele.

Ele estava a defendendo? Sério?

- Acho que você quis que eu perdesse a cabeça. Quis que eu ficasse com raiva e fizesse toda aquela cena, pra ter uma justificativa para fugir. O que você quer? Que eu suma como os canalhas que passaram pela sua vida? Posso ser um canalha, mas não vou fazer isso. Nunca mais faça aquilo. Entendido? Fui bem claro?

A garganta de Eliza a impedia de dizer algo.

- Eu perguntei se fui claro!

- Sim... Não vai me expulsar do curso?

- Se fosse já teria o feito. Não abuse do meu autocontrole. Seja mais atenta.

Ele passou a língua pelos lábios para prosseguir.

- Espero que você lute suas próprias batalhas, em vez de manipular Marcos para salvá-la de sua estupidez. Ele tem seus próprios problemas, alguns inclusive remetem a você.

Ela baixou a cabeça para o carpete , evitando os olhos dele que a examinavam como fendas flamejantes.

Passaram - se alguns instantes em um silêncio total. Os olhos dele fraquejaram sem que ela percebesse.

- Isso é um jogo para você? - a voz dele pareceu embargada o que cortou - lhe por dentro.

Ela respondeu balançando a cabeça em negativa.

- Não é o que parece.

- Vou pedir desculpas à turma. - ela tentou fugir do assunto.

- E nos expor a mais fofocas? O estrago já foi feito, agora é deixar que todos esqueçam e sigam cuidando de suas vidas.

- Posso ir?

- Por que não quis falar comigo? Fugiu do hotel sem me dizer nada! Um telefonema. Um encontro. Pelos amor de Deus, eu teria falado com você através de uma porta! Mas, em vez disso, escolheu falar comigo no meu da porra da minha aula.

- Você deixou minhas roupas íntimas no meu escaninho.... Eu pensei...

- Use a cabeça! - explodiu - Se eu tivesse mandado pelo correio haveria como rastrear. Seria muito mais incriminatório. E eu não ia deixar seu celular em sua porta.

- Desculpe. Eu posso ir?

- Venha cá. - ele ordenou apontando um ponto da carpete mais próximo dele.

Ela caminhou até lá.

- Por que não abriu a porta para mim? Quase arrombei as fechaduras. Não me ouviu gritar?

- Ouvi.

- O que pretendia com isso?

Elijah venceu a distância entre eles parando à poucos centímetros dela, mas sem tocá-la.

- Não pode fugir assim. Você é a única pessoa que consegue me tirar completamente do sério.

Eliza lançou um olhar para a porta, dando meio passo para trás.

O Inferno de ElijahWhere stories live. Discover now