›» Capítulo 15 «‹

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Antes desse capítulo, gostaria de fazer um pedido a vocês. Eu e pessoas maravilhosas/ escritores maravilhosos estamos fazendo um projeto de contos, onde por semana cada uma posta um diferente. Estamos publicando na conta pelasentrelinhas com o projeto "Contando Sonhos" e "Ouvi um Conto". Gente, está muito legal, de verdade. Tantos os desafios quanto as propostas! Convido a todos e todas para darem uma olhada :)

Boa leitura!

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A minha atenção se prendia completamente e totalmente na quadra. Para começar, eu estava sozinho no vestiário quando ouvi uma música nada calma tocando. Eu estranhei de imediato, pois naquela hora quase ninguém fica no colégio além dos alunos de basquete e funcionários. E eu, dessa vez, fui aquele que ficou por último no vestiário. Parece até mesmo filme de suspense quando o protagonista ouve um barulho e vai investigar o que é. Acreditem, filme assim é a pior coisa.

Quando andei em direção a quadra, não estava com as expectativas altas de encontrar alguém que me surpreendesse, mas eu estava enganado, muito enganado. Posso rir até mesmo da minha ingenuidade achando que a vida não me pregaria uma peça. Mas aí eu a vi.

Seu corpo parece que tinha vida própria, pois dançava de uma maneira tão leve que faria qualquer um se sentir um lixo. Os seus braços acompanhavam o movimento ameno do seu corpo, formando uma sintonia que me deixava hipnotizado. Eu realmente não estava sabendo explicar o que estava acontecendo, mas quando eu a vi, parei todos os meus atos e tudo o que eu queria era ficar olhando-a. E foi isso o que aconteceu. Eu parecia um bobo apaixonado observando-a, mas o que eu podia fazer? Meus atos com certeza não estão sendo controlados pela minha racionalidade, nem as minhas pernas, mas quando eu percebo é tarde demais. Meus pés me traíram e andaram até ela, sem emitir barulho algum, fazendo com que eu soltasse um sorriso conforme eu me aproximava.

Lembrei de dias atrás quando seus lábios encostaram no meu. Quando ela teve que ir embora, foi como se eu me sentisse só novamente. A verdade é que eu sempre me senti sozinho, mas nunca dei muita importância como eu estou dando nesses dias. É como se eu estivesse cansado de ficar assim, e ela está fazendo tudo melhorar. E o quão clichê é falar sobre beijos? Como se eu nunca tivesse feito isso. Porém, juro que no meu caso é completamente diferente. Com Andrea está sendo devagar, com sentimento puro, e sei e admito para mim mesmo que vai ser muito mais que isso, nem que eu tenha que ir até outro Estado (se vocês me entendem). E meu, com nenhuma outra menina foi assim, mesmo que elas tentassem ou forçassem para algo acontecer.

Cruzo meus braços sobre o meu peito e encosto num pilar que havia na quadra. Já estava anoitecendo, e não tinha a mínima ideia do por que dela estar ali ainda. Geralmente não a vejo depois dos treinos, muito menos nessas horas.

Ela leva um susto quando me vê, fazendo com que pare de dançar imediatamente. Eu podia ter sido mais discreto, né? Não. Isso não importa no momento.

– Você sempre aparece do nada – ela diz dando um pulo e colocando a mão no peito de susto.

– Ah, falou a que nunca faz isso – rebato me aproximando dela. Andrea se afasta e vai desligar o som, logo em seguida me olhando com um olhar nada amigável.

– O que você faz aqui?

– Nada demais. Sempre sou um dos últimos a sair daqui depois dos treinos – digo. Me aproximo ainda mais da onde o seu corpo está parado, mas desvio rapidamente e vou em direção ao som, ligando-o baixinho e mudando até achar uma música não tão calma, mas também não gritante. Ando em sua direção e pego em seu quadril. Puxo ela para mim e coloco minhas mãos em sua cintura, acariciando logo em seguida. Tiro suas mãos de meu peito e a tomo com a minha, rodando-a como se estivéssemos dançando uma coisa romântica, mas solto-a. – Você já me viu cantar, hoje eu quero te ver dançar.

Além do MarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora