olhaa elee!

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    Eu fiquei paralisada, sem saber o que fazer e quando Cristiano me viu, com certeza ficou tão surpreso quanto eu. E eu só conseguia me perguntar o por quê de não ter lido o maldito contrato até o fim. Se tivesse visto o nome dele lá, com certeza não teria assinado. Eu cheguei a ler que o escritório se chamava Efeitos Produções, mas jamais ia ligar isso a música.

Madu : Eu te mato, Martha! - falei baixo o suficiente para que somente ela ouvisse.

   Martha provavelmente não estava entendendo nada, afinal, o Cristiano que eu mostrei para ela, anos atrás, era totalmente diferente. Ela provavelmente não imaginava que esse Cristiano que estava na nossa frente, era o mesmo pelo qual eu fui apaixonada no colegial.

   Quando eu ia falar para que saíssemos dali, o telefone de Martha tocou e ela pediu licença, saindo rapidamente para atender e eu fiquei ali parada, sem saber o que fazer. Esse era o efeito que Cristiano causava em mim, além da confusão de sentimentos. Eu o odiava por tudo que passei por culpa dele, mas por mais que eu não quisesse admitir nem a mim mesma, tudo que sentia por ele no colegial, nunca havia passado, nem com toda a desilusão e isso me foi empurrado garganta abaixo, no momento em que o vi naquela sorveteria. Estávamos presos um no olhar do outro e ele se levantou e se aproximou de mim. 

   Quanto mais ele encurtava a distância entre nós, mais eu sentia meu coração acelerando e minhas pernas, mais uma vez, pareciam ser feitas de gelatina. Ele para em minha frente, me olhando de uma maneira que eu não fui capaz de decifrar.

Cris : Finalmente nos reencontramos, hein Madu?

Madu : Pra você é Maria Eduarda, Cristiano.

Cris : Eita, que a muié é arredia! Mas continua linda, aliás tá mais linda ainda do que já era na época do colégio. - falou, segurando meu queixo com o indicador e o dedão.

   Eu desferi um tapa na mão dele, talvez com um pouco de força demais.

Madu : Tira a mão de mim, Cristiano.

Cris : Ei, que mão pesada, trem.

Madu : Pena que não foi na sua cara.

Cris : Nossa, Madu, cê não era assim no colégio, não. O que te aconteceu?

Madu : Para de me chamar de Madu. E o que aconteceu? Tem certeza que não lembra, Cristiano? Sério? Cê não tava tão alto assim.

Cris : Não, não tava mesmo, não. Mas por que essa raiva toda? Foi tão gostoso.

   Meu sangue ferveu nas veias ao ouvi-lo falar daquela maneira e sem pensar em mais nada, eu fui pra cima dele e comecei a esmurrar seu peito. 

   Descontei toda a raiva e a dor que passei esses anos todos, ali, com aqueles socos. Cristiano tentou me segurar, mas eu estava fora de mim e o esmurrava sem parar.

Cris : Ei, sua doida, para!

Madu : Doida? Cê não me viu doida ainda, Cristiano Araújo, seu cretino, desgraçado.

   Ele, por fim, conseguiu me segurar e eu já estava com o rosto lavado por lágrimas.

Cris : Meu Deus, Madu, qual o seu problema? - perguntou, enquanto ainda segurava meus pulsos.

Madu : Meu problema é você, sempre foi. E para de me chamar de Madu, inferno! - falei, puxando meus braços e me soltando de suas mãos.

Cris : Cê tá nesse estado por conta de uma transa?

Madu : UMA TRANSA, CRISTIANO? - gritei, quase pulando em cima dele outra vez - É, pra você foi só uma transa mesmo.

Cris : E pra você não?

Madu : Cê é um imbecil mesmo! Eu era apaixonada por você. Mas como cê ia perceber, com aquele tanto de menina que ficava em cima de você, não é? Mas vem cá, por que eu? Com aquele tanto de menina linda lá, dando em cima de você, por que eu? Cê não tem ideia do que me causou tudo aquilo. 

   Cristiano mudou de postura no momento em que eu disse que era apaixonada por ele.

Cris : Eu, eu não sei, Mad... Maria Eduarda. Simplesmente aconteceu!

Madu:  E por que cê simplesmente sumiu depois de tudo? Cê tem noção do que se passa na cabeça de uma menina de 15 anos, que tem sua primeira vez daquele jeito?

Cris : Primeira vez? Cê era virgem? - perguntou, com o olhos arregalados.

Madu : Era, seu idiota! E por mais que eu fosse apaixonada por você e que eu tenha gostado do que aconteceu... Meu Deus, minha vida virou um inferno depois daquela noite! - falei, começando a chorar outra vez. - Só Deus sabe pelo que eu passei. Tem noção do que é passar por um coisa terrível e viver isso sozinha, sem compartilhar com ninguém? Carregar a dor e o arrependimento sozinha? Foi tão terrível e sério, que nem mesmo fui capaz de contar pra Martha.

   Nesse momento, Martha entrou na sala.

Martha : O que foi que cê não me contou? Por quê? E por quê cê tá chorando?

Madu : Não é nada, não, vamô embora, Martha, por favor. - falei, já me levantando e a puxando para fora da sala de Cristiano

-que barra, então o Cris e a Madu tiveram um caso que babodo!! :0

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"Lembranças de um amor"Where stories live. Discover now