Livro II - Série Amor dos Deuses [Segunda Versão]
Na mitologia nórdica, Thor é o deus digno do martelo Mjolnir. Está associado aos trovões, a força, proteção, cura e fertilidade.
O meu trovão. Minha força. Minha proteção.
A minha cura.
#9 em Literat...
Eu não sabia que podia amar tanto outro ser humano e dessa forma tão incondicional.
Apesar do último mês ter sido o mais longo da minha vida também foi o mais incrível.
A Fernanda teve alta dois dias depois do parto mas como os bebês não tiveram, ela passou os doze dias que os meninos passaram no hospital como uma águia em cima dos três. Em nenhum momento ela me deu abertura nem pra me aproximar dela nem dos bebês. Eu só conseguia ficar perto deles quando ela estava conversando com os médicos ou quando a Malu a convencia de ir tomar banho ou se alimentar.
Ela está me matando na unha sem um pingo de remorso.
Quando os meninos tiveram alta e ela soube que a Camila ia ficar mais tempo eu pensei que ela ia enlouquecer, mas o 'doutor Perfeito' que quer entrar nas calças dela a convenceu. Ela não me ouviu, não acreditou que eu podia cuidar da minha filha mas só foi preciso meia duzia das palavras daquele cara e ela estava feita.
Estamos completando um mês no hospital hoje, eu e a Mila, já que não sai do seu lado desde que a Fernanda foi pra casa.
Eu morri mil mortes quando vi minha garotinha pela primeira vez. Ela era o menor bebê que já vi na vida, tão frágil em comparação as maquinas que mantinham sua vida. Mas o meu amendoim é uma pequena guerreira e a cada dia pude ver seu desenvolvimento.
Eu passei a ler histórias pra ela quando vi que ela prestava atenção na minha voz. Seus olhos são tão vivos e atentos que muitas vezes acreditava que ela entendia cada palavra que saia da minha boca. Esse tempo conhecendo minha garota foi mágico apesar das circunstâncias.
Eu estou morrendo de saudade dos meninos mas a Mila precisa mais de mim agora então não posso deixa-la para vê-los. O Eros me mandou uma foto deles ontem e eu não consigo parar de olhar e ver que não foi só a Mila que ficou mais forte nesse tempo.
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Não gosto nem de pensar na saudade que sinto da Fernanda. Até dela brigar comigo eu sinto falta... Todo dia ela vem ver a Mila, mas é como se eu fosse uma parte da mobília pra ela. Não tem castigo pior do que ver alguém que você ama te tratar com indiferença, como se não te conhecesse ao menos.
Espero que quando nós voltarmos pra casa as coisas se acertem e voltem a ser tão boas como antes. Eu não vou desistir da Nanda, muito menos por uma m erda tão burra como a que eu fiz.
Hoje estamos mudando da UTI para a enfermaria, o que é uma grande vitória já que a amendoim não precisa mais de aparelhos pra respirar nem nada. Ela também vai poder receber visitas, o que é ótimo porque meus irmãos e a Malu estão loucos pra vê-la.
- Então a nossa princesa está finalmente pronta pra conhecer a família - levanto os olhos da Mila e olho pro Apollo que está com um daqueles balões escrito Baby Girl e um urso de pelúcia nas mãos.
- Hey irmão - me levanto e o abraço.
- Ela é ruiva - ele diz boquiaberto quando olha a Mila.
- Pois é, não é só o nome que ela tem em comum com a dona Camila - nosso pai era louco pelos longos fios ruivos da nossa mãe.
- Com os cabelos da mamãe e metade da beleza da Nanda você vai ter trabalho pelos próximos anos, irmão - ele diz rindo.
- Nem me fale... - digo voltado a me sentar na poltrona ao lado da Mila.
- Os garotos são um barato cara - ele fala animado - A Pê ta enlouquecendo todo mundo, ela quer fazer tudo. Essa semana ela queria vesti-los de princesa e fazer uma festa do chá.
- Festa do chá? - gargalho imaginando o que a minha pequena ta aprontando.
- A Nanda é a única que consegue domar aquele pequeno furacão - ele fala e meu sorriso diminui - Ela ainda não ta falando com você?
- Nem bom dia - respondo.
- Cara, tenha paciência. Você vacilou feio.
- E eu não sei? - passo as mãos no rosto tentando aliviar a dor de cabeça que fiquei só de pensar nisso - Ela não entende que perder o nascimento dos meninos foi o meu maior castigo. É algo que eu nunca vou ter de volta.
- Acho que o fato de você estar com sua ex é mais grave do que não estar com ela na verdade.. - ele fala enquanto faz carinho na Camila que adormeceu.
- A Alana me ligou desesperada mano - tento explicar o que a Nanda não me deixa falar - Você sabe que ela não tem ninguém... Ela pode não ter mais a importância que já teve um dia pra mim, mas ela ainda é uma parte da minha história. Eu teria ajudado até um desconhecido quanto mais uma pessoa que eu costumava amar.
- Costumava? - ele me olha duvidoso.
- Costumava - respondo com certeza - Quando eu cheguei lá e a vi toda quebrada eu não senti nada além de raiva. Ela se coloca nessas situações e não é a primeira vez que tenho que largar tudo pra a ajudar. Da última vez a Fernanda ficou com raiva mas dessa...
- Dessa vez a merda bateu no ventilador - ele completa.
- Dessa vez eu só queria voltar pra casa. Voltar pra Fernanda - digo cansado - Eu entendo a raiva dela sabe. Eu mesmo to puto comigo mesmo. Ela teve que passar por dos dias mais importantes da vida dela com o Rafa quando eu que devia estar lá.
- Pois é, estou - ele ri - O Rafa ta dizendo que é o padrinho dos meninos.
- Oh Deus, eu mereço!
- Mas falando sério agora irmão - ele diz colocando as mãos nos bolsos e me olhando sério - Você tem que acertar logo as coisas com a Nanda, ela anda muito diferente. Está virada no cão na maioria dos dias. Ela só parece ter paciência com a Pê e o Rafa. Até a Malu já levou esporros dela.
- É o que eu mais queria no momento - suspiro - Ficar bem com a Fernanda e finalmente levar a amendoim pra casa.
- Acho bom você se preparar pra guerra, porque a Nanda levou todas as suas roupas de volta lá pra casa.. acho que pra ela é definitivo.
- Bom, eu vou ter que levar tudo de volta - digo pensativo - Não vou abrir mão da Fernanda nem por ela nem por ninguém. Só preciso provar que ela e a rapaziada são minha prioridade e que eu não vou pra canto nenhum sem eles.
