THOR

Bônus |

THOR

Eu não acordei direito até ouvir a voz da Alana. 

Fazia muito tempo que não ouvia sobre ela. Eu fiquei completamente atordoado quando ela me disse que seu atual namorado tinha descido a mão nela durante uma briga. Eu já amei essa mulher, e apesar de não ter dado certo entre nós eu me preocupo realmente com ela. Não pensei duas vezes antes de ir.

Apesar de ser uma viagem longa, de 4 horas, o tempo parece voar pra mim. Imagino a pobre Alana, só em um hospital. Ela não tem mais ninguém, nem família nem amigos próximos. Eu sou o mais próximo de família que ela já teve.

Hoje, vendo as coisas em outra perspectiva, eu sei que toda a versão da Alana com a minha família era porque ela não queria me dividir com ninguém. Logo que terminamos ela já estava com outro cara e pouco tempo depois com outro... Ela não queria ficar só, e apesar de não concordar com suas atitudes eu entendo ela e seus motivos. 

Quando chego na enfermaria e a vejo com o rosto ferido eu me sinto mal por ela.

- Você vai denunciar esse po rra fodido Alana - ela só me vê quando falo pois estava olhando fixamente para as mãos juntas no colo - Isso não pode passar.

- A policia já fez o corpo de delito e ela prestou queixa - a enfermeira que ajusta seu soro - Espero que esse cara goste de apanhar tanto quanto gosta de bater, a delegada daqui não passa a mão na cabeça de homem que bate em mulher.

- Você tem que se afastar desse cara Alana - me aproximo da maca enquanto a enfermeira sai do quarto.

- Eu sei.. - ela fala baixo.

- Você só se mete com esse tipo fodido - digo lembrando quantas vezes tive que vir ajudar ela com algo relacionado a um cara qualquer. No começo, quando nos separamos e eu ainda gostava dela, era horrível ver ela se prestar a tanta m erda. Tenho que confessar que hoje eu só fico puto de ter que correr por ela por algo assim mais uma vez.

- Só você me amou direito Thor, só você - ela fala e derrama algumas lágrimas.

- E mesmo assim você me chutou, não é? - bufo.

- Nós podíamos voltar a ser como antes - ela me diz esperançosa - Nós eramos perfeitos. 

- Isso não vai acontecer - falo simplesmente.

- Isso não é justo! - ela diz mais alterada - Seus irmãos podem criar aquela garota. Eles não precisam de você como eu!

- Eu não vou discutir isso de novo com você - digo passando as mãos pela cabeça. Eu estou tão cansado dessa conversa.

- Isso é sobre a mulher que atendeu o seu telefone não é? - ela fala irritada - Eu não posso acreditar que você vai jogar tudo que tivemos fora por uma puta qualquer.

- É melhor você calar a sua maldita boca Alana! - digo perdendo a paciência quando ela fala da Fernanda - Ela é a minha mulher. Ela está grávida e assim que eu conseguir convence-la nós iremos nos casar. Não vou deixar você desrespeita-la.

- O QUE?!? - ela pergunta parecendo abismada - Eu não acredito que você fez isso comigo.

- Isso não é da sua maldita conta Alana. Eu não sou da sua maldita conta a algum tempo.

- E o que diabos você está fazendo aqui? - ela fala mais calma - Você devia estar com a sua mulher grávida, e não com sua ex surrada.

- Eu não te amo, mas eu ainda me importo com você - digo simplesmente.

- Vai embora daqui - ela sussurra mas eu escuto.

- Eu vou te esperar no corredor. Quando você tiver alta te deixo no seu apartamento.

Saiu do quarto me sentindo vários quilos mais leve. Esclarecer as coisas com Alana era o que faltava pra eu poder avançar com a Fernanda. Ela provavelmente vai querer me colocar na casinha do cachorro pela forma que eu falei com ela de manhã.

To ferrado.