14.

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NANDA

- Noite das galotas!!!! - a pê pula animada no sofá.

- E eu não conto? - o Thor fala se fingindo de magoado - Fui eu que fiz o brigadeiro, se é noite das meninas eu deixo vocês e vou comer meu brigadeiro, só e triste no banheiro.

- Bincadeira da Pê seu bobinho! - ela corre e agarra as pernas do irmão.

- E o que nós vamos assistir? - o Thor pergunta se sentado no sofá e pegando a pipoca da minha mão.

- FROZEEEEEEN! - a Perséfone se joga entre nós - Eu quero Frozen! 

- A gente já assistiu com você, lembra? - o Thor tenta.

- Mas eu quero! - ela faz bico e sei que ele já perdeu essa luta - Por favorzinho maninho. Os meus subinhos quelem ver, eles ainda não viram. Pobres bebês.

- Mas os seu so-bri-nhos - ele fala pausadamente pra ela aprender - estão na barriga da Nanda e não vão conseguir ver.

- Vão sim! - ela fala e se vira pra mim puxando minha blusa - É só ela deixar a barriga de fora assim!

Eu não consigo segurar a gargalhada, a Perséfone é muito fofa. Assistimos o filme todo com a Pê falando com a minha barriga e explicando porque esse é o filme mais legal de todos. Eu ainda tentei abaixar minha blusa quando vi os olhos do Thor fixos em mim, mas a Pê foi logo dizendo que assim os bebês não iam ver. 

Essa garotinha deu muito trabalho pra ir dormir e bateu o pé dizendo que só dormia no meio entre eu e o Thor. Pegou duas bonecas e colocou elas deitadas com a gente também. O Thor ainda teve que ler uma história pra ela e pros bebês, porque segundo ela os papais dos desenhos fazem isso. E assim foi nossa noite enquanto todos os outros estavam na gandaia.

- Eu pensava que ela não ia dormir mais hoje - o Thor fala baixo enquanto guarda o livro de histórias e volta a se deitar com o maior cuidado pra não acordar a Pê.

- Eu também - digo rindo baixinho - Até que enfim posso baixar minha blusa.

- Acho que a Malu não é páreo pra ser tia mais babona que a Pê - ele diz rindo - Acho que temos que nos acostumar a noites assim.. Daqui a uns meses vamos ter as mãos cheias com três.

- Com quatro - corrijo.

- Quatro? - ele fica um pouco pálido - Tem outro ai dentro?

- Não - tento acalma-lo - Mas você acha que a Pê vai ficar longe de três bebês pra ela brincar de cuidar? - pergunto rindo.

- E você não tem problema com isso? - ele pergunta sem me olhar.

- Problema com a Pê? - ele ta perguntando sério? - É óbvio que não. Ela é sua irmã e a tia dos meus filhos. E mesmo que não fosse, eu amo essa garotinha.

Ele me olha por um tempo e depois desvia o olhar. Só então me toco que ele deve estar pensando na tal de Alana, e ele pensar que eu sou igual aquela cobra peçonhenta me magoa...

- É melhor irmos dormir, está tarde - me arrumo na cama e viro pro lado da parede. Eu pensei que depois desse tempo o Thor me conhecesse melhor que isso. Mas acho que já é um padrão pra ele, sempre que as coisas estão bem ele tem que falar ou fazer algo que me lembre que ele não gosta de mim. Pelo menos não como eu gosto dele. Pra ele eu sou a mãe de seus filhos e sempre vai ser assim.

Ele desliga a luz do quarto mas deixa a luz do abajur que fica do seu lado ligada.

- Você já pensou nos nomes? - ele fala baixo mas eu escuto.

- Mais ou menos... - digo - Mas só pensei no nome para a menina.

- Eu pensei em vários nomes legais pros meninos... - ele diz - Quando você acha que devemos escolher?

- Nós ainda temos tempo, eu acho - digo pois não quero continuar conversando.

- Acho que vai ser ainda mais difícil dormir quando tivermos três crianças pra dormirem entre nós... ou quatro com a Pê.

- Não vai ser não - suspiro - A cama de casal vai ser o suficiente pra eu e eles três, e quando eles estiverem com você acho que vocês também vão conseguir.

- Então é assim que você nos vê no futuro? - ele pergunto e pelo seu tom de voz acho que ficou surpreso.

- Nesse momento é assim que eu nos vejo - digo e tento dormir.

THOROnde as histórias ganham vida. Descobre agora