21.

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NANDA

"A ponta dos meus dedos estão segurando as
Rachaduras da nossa fundação
E eu sei que eu não deveria ligar, mas eu não consigo
E toda vez que brigamos, eu sei que não é certo
Toda vez que você está chateado e eu sorrio
Eu sei que eu deveria esquecer, mas eu não consigo"

- Eu não vou sem ela! - grito perdendo o controle - Eu não posso deixar ela aqui!

- Eu vou ficar com ela - o Thor sussurra de sua cadeira.

- Por quanto tempo? - pergunto - Até a próxima ligação da Alana? Me poupe.

- Nanda - a Malu me chama - Os garotos precisam de você. O Thor vai continuar aqui com a Camila e eu vou te ajudar com os garotos.

- Ela precisa de mim, Malu, ela precisa de sua mãe - digo desmoronando e sinto a minha irmã me puxar para os seus braços.

As últimas duas semanas foram duras, muito duras. Por terem nascido prematuros os bebê não tiveram alta logo e tenho andado me dividindo entre a enfermaria com os meninos e a UTI com a minha amendoim. Ela é tão frágil e ao mesmo tempo tão forte... Ela tem lutado muito e está cada dia mais forte, mas hoje os meninos estão recebendo alta e ela vai continuar aqui.

Como se pode pedir pra que uma mãe vá pra casa só com dois dos seus três filhos? Eu não posso deixar ela pra trás, aqui sem mim.

- Fernanda, a Camila ainda não está forte o suficiente para ir pra casa - o doutor Josué diz, o mandaram conversar comigo esperando que ele me convença a deixar minha menina - Ela só vai ter alta quando conseguir respirar por conta própria, o que pode demorar alguns dias ainda. Os garotos já receberam alta e precisam da mãe deles em casa para amamenta-los e cuidar deles. Ser mãe na maioria das vezes é rasgar seu coração fazendo o que é necessário e não o que se quer fazer minha querida.

- Nanda, você pode vir visita-la todo dia - a Malu fala calma - Eu posso ficar com os garotos quando você vier. Eu juro pra você que ela vai ser bem cuidada, o Thor vai ficar aqui pra garantir.

- Fernanda, eu juro que eu não vou sair de perto dela - o Thor diz como se as promessas dele valessem alguma coisa pra mim.

Eu não sei como eu pude amar tanto o Thor num dia e odiá-lo tanto no seguinte. Eu só sei que depois do parto tudo nele me irrita, sua voz, suas roupas, sua atitude, suas malditas tatuagens.. Ele e tudo relacionado a ele me irrita profundamente.

Eu não o suporto.

- Eu vou vir pra ela todos os dias? - pergunto pra Malu porque apesar de não querer deixar a Camila também não posso deixar os meninos. Eles começaram a mamar direito agora, tivemos dificuldades nos primeiros dias e não posso sair de perto deles pois tenho que alimenta-los.

 - Você virá, eu juro - eu posso acreditar na Malu.

- Ok, então.

- O que você acha de ver a Camila antes de ir? - o doutor Josué me pergunta sorrindo - Os garotos já estão prontos te esperando e precisam de um tempo pra todas as enfermeiras se despedirem deles. Seus meninos roubaram alguns corações nesse tempo, precisam atender suas fãs.

Eu não consigo não rir com isso.

Quando chego perto da minha garotinha meu coração diminui um pouquinho por ver a minha menina ligada a tantos fios e o tubo de respiração.

- Hey amendoim - digo com a voz animada - Mamãe tem que ir em casa cuidar dos seus irmãozinhos mas eu estarei aqui amanhã pra te ver ok? Eu amo você querida, fique logo forte pra eu poder te levar pra casa, certo? O seu pai vai estar aqui, e se ele não cuidar de você eu corto a parte favorita do corpo dele e jogo pros cachorros.

- Não precisa ameaçar me mutilar, principalmente na frente da nossa filha - só de ouvir sua voz já tenho vontade de vomitar - Eu me despedi dos garotos e vou ficar com ela agora.

- É bom mesmo - digo ríspida - Ela precisa de você, não a deixe na mão.

- Eu não vou - ele diz simplesmente e eu saiu de lá só para não estar mais na sua presença.

* * *

- Lar doce lar! - o Rafa diz com o Axl nos braços - Essa casa é o lar da sua mãe, não reparem na decoração pois ela tem um péssimo gosto

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- Lar doce lar! - o Rafa diz com o Axl nos braços - Essa casa é o lar da sua mãe, não reparem na decoração pois ela tem um péssimo gosto.

- Nanda - coloco as bolsas no sofá quando a Malu me entrega o Ozzy - Ele fica choramingando quando acorda e não te ver.

- Ele é o filhinho da mamãe - o Rafa diz se sentando - Eu disse isso assim que ele nasceu.

- Pare de chatear meus filhos - digo fingindo irritação.

Não consigo ficar com raiva do Rafa depois de tudo. Ele estava comigo quando eu mais precisei e eu nunca irei me esquecer disso.

- Eu vim ver meus subinhos! - escuto a vozinha da Pê vindo da porta.

- Onde estão os pequenos roqueiros? - o Perseu entra colocando a Pê no chão e ela corre em minha direção.

- Quem é esse? - a Pê me pergunta curiosa.

- Esse é o Ozzy - digo e me sento pra que ela possa ver ele direito.

- Oh, ele é tão bonitinho! - ela diz com os olhinhos iluminados - Ele gosta de beijinhos?

- Claro, principalmente da sua tia Pê - ela se inclina e beija seu rostinho.

- Ele cheira bem - ela diz e alisa o pouco cabelo que o Ozzy tem.

- O Axl está com ciúme assim Pê - o Perseu fala - Você tem que vir dar beijinho nele também.

- Pode deixar com a Pê - ela diz se levantando - Eu tenho muitos beijinhos.

- Caraca, mal dá pra acreditar que eles realmente estão aqui - o Eros diz e vejo que ele está atrás de mim olhando o Ozzy - Posso segurar?

- Claro - digo e o coloco em seus braços quando ele se senta do meu lado - Mas ainda falta a minha garotinha.

- Ela logo vai estar aqui Nanda, tire esse olhar triste daí - o Apollo aparece e se senta no encosto do sofá ao meu lado.

- Vocês agora só entram aqui assim? - a Malu pergunta - Só aparecem, entram e se entrometem na conversa?

- Se acostume cunha - responde o Perseu que agora segura o Axl - Nós somos definitivamente uma família só agora.

THOROnde as histórias ganham vida. Descobre agora