03.

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NANDA

- Eu espero que quando voltar minha casa esteja em pé e inteira, Eros - falo pro meu 'querido' cunhado.

- Caramba Nanda, me dá um voto de confiança ok? - ele diz parecendo magoado - Já ta tudo pronto lá em casa, quando eu sair com ela meus irmão vão só colocar tudo no lugar. Quando você chegar vai estar tudo feito.

- Eu troquei meu turno pra poder estar aqui de noite, to indo agora pro hospital e volto no fim da tarde. Aqui ta a chave - falo entregando - qualquer coisa me liga.

- Não será necessário cunhadinha - fala rindo - eu só tenho que lembrar de não dar parabéns porque ela não sabe que eu sei que hoje é o aniversário dela.

- E eu ainda não sei como você descobriu isso sem ela te dizer... - as vezes eu acho que esse garoto é um pouco stalker.

- Eu sei tudo sobre a minha princesa - ele diz piscado.

O turno no hospital foi inacreditavelmente tranquilo. Eu estava na ala pediátrica olhando aquelas pequenas pessoinhas no berçário quando uma mulher com um perfume muito forte passou por mim. Eu não sei explicar mas ao sentir aquele cheiro me deu uma fraqueza e eu comecei a soar frio. Uma das técnicas me viu encostada na parede  e me socorreu.

Eu não lembro como as coisas aconteceram mas quando acordo um par de lindos olhos azuis me olham preocupados.

- Você ta se sentindo melhor Fê? - o doutor Josué me pergunta.

- Sim, eu estou melhor. Acho que foi só uma queda de pressão...

- Pode ser, mas eu prefiro que nós façamos uns exames e.. - eu o interrompo.

- Não precisa doutor, eu estou com uma consulta marcada pra amanhã.. Foi só uma queda de pressão e eu já estava indo pra casa, então posso descansar.

- Tudo bem.. - ele suspira - Mas eu vou te deixar em casa, você não está em condições de dirigir.

- Eu...

- Não é um pedido, é uma ordem medica - ele diz dando um sorriso - Te espero no estacionamento.

 O doutor Josué é uma ótima pessoa. Muito jovem pra já ser tão respeitado como ele é. A Karol acha ele a cara do Klebber Toledo, e até hoje acha absurdo eu não aceitar o convite dele para um jantar.

Ele é um cara muito lindo com seus olhos azuis, cabelo loiro e essa barba que eu acho maravilhosa... Mas, e um cara lindo sempre tem um "mas", ele é meu colega de trabalho e eu não acho legal misturar essas coisas.

Quando vou entrar no carro ele abre a porta pra mim. Ele é esse tipo de cara. O que abre a porta do carro, que elogia quando você corta o cabelo, o que um dia vai ser um marido incrível e um super pai. Por isso eu não posso deixar ele pensar que algo pode acontecer entre nós agora. Afinal eu sou a garota gravida de um bad boy tatuador que tem uma noiva.

Meus olhos de enchem de água só de lembrar.

Marquei uma consulta medica pra próxima semana com um obstetra. Falei que era pra amanhã só pro doutor Josué não querer me consultar. Eu não posso deixar ele descobrir que estou gravida antes do pai da criança. 

E por falar em pai da criança, decidi que não posso esperar ter coragem de contar ao Thor antes de ir no médico. Estou colocando a minha vida e da minha filha em risco com isso.

- Vai ter uma festa na sua casa? - estou tão distraída que nem percebo que chegamos.

- Pois é, hoje é o aniversário da minha irmã e o namorado dela está preparando uma surpresa.

- A pequena Malu já tem um namorado? - ele pergunta espantado.

- A pequena Malu que você conheceu a tanto tempo atrás já tem 17 anos - respondo rindo.

- Isso tudo? - ele me olha espantado - Espero que o namorado dela não seja esse sujeito tatuado nos encarando.

Eu olho pra quem ele se refere e vejo o Thor.

Ele nos olha fixamente parecendo bem furioso. Mas que diabos?

- Não, ele não é - eu respondo - Ele é só o cunhado da minha irmã. Deve ter vindo ajudar a arrumar tudo... Bem, você pode dar uma passada mais tarde se quiser.

- Infelizmente eu não posso porque minha família está na cidade - ele passa a mão pelos cabelos - Manda um abraço pra Malu ok?

- OK, obrigada por tudo.

- De nada Fê, você sabe que eu sou seu amigo e se você permitisse eu poderia ser mais - eu não sei o que falar... - Não precisa ficar sem jeito, eu respeito a sua vontade, mas não culpe um homem por tentar...

- Bom... Então até depois.

- Até meu anjo - ele beija minha testa e me olha - descanse e se cuide.

Eu saio do carro totalmente sem jeito. Porque ele tem que ser tão lindo e amável?

- Quem é esse miserável? - o Thor já está próximo de mim enquanto vejo o carro sair.

- O que você ta fazendo aqui?

- Eu tava vindo ter uma conversa amigável com o cara do carro, mas ele saiu fora antes. Vocês pareciam bem íntimos - como ele tem coragem de me olhar com essa cara de julgamento depois de tudo?

- Ele é meu amigo e você não tem nada pra falar com ele - falo caminhando pra casa.

- Ah, eu não tenho? Você.. - ele para quando a Pê corre em nossa direção e se agarra em minhas pernas.

- Nanda, manda o meu irmão Paco me dá um doce - ela fala com uma carinha brava.

- Vamos lá pegar um doce pra você gatinha - depois dela me salvar dessa conversa eu daria qualquer coisa pra essa pequena.




THOROnde as histórias ganham vida. Descobre agora